Referendo - 6 Julho 2015
Após sete horas de reunião com o Presidente da República, os partidos com assento parlamentar – à exceção da Aurora Dourada, que não foi convidada – discutiram a situação no pós-referendo. Só o KKE recusou o apelo à unidade para negociar com os credores. Com esta declaração conjunta, a hipótese do “golpe de estado de Bruxelas” fica para já enterrada.
Mal soube do apoio expressivo do povo grego à rejeição do ultimato dos credores, Alexis Tsipras anunciou que agora é tempo de unidade nacional para cumprir o veredito popular. E chamou os partidos parlamentares – à exceção dos neonazis – para se juntarem na manhã seguinte e assinarem uma declaração conjunta que permita à Grécia apresentar-se a uma só voz em Bruxelas.
Nas vésperas do ultimato do Eurogrupo, a Comissão Europeia recebeu em Bruxelas os líderes da oposição grega, no que foi lido por alguma imprensa como a preparação de uma “mudança de regime” para derrubar Tsipras, ajudada pela asfixia financeira que levou ao encerramento dos bancos. Uma estratégia que, a ter existido, foi destruída pelo resultado do referendo deste domingo.
As reações dos partidos presentes na reunião
Com a demissão do líder do principal partido da oposição, a Nova Democracia esteve representada por Evangelos Meimarakis. “Todos temos de contribuir para encontrar a unidade necessária para que o governo consiga o acordo que prometeu”, afirmou o líder interino da direita grega.
Por seu lado, o ministro da Defesa e líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, afirmou à saída da reunião que “não há outra opção a não ser chegar a um acordo” e que o primeiro-ministro saiu reforçado do encontro dos líderes partidários “para ir amanhã negociar em nome do povo grego”.
Todos, à exceção de Dimitris Koutsoubas, o líder do KKE, que se recusou a assinar a declaração conjunta. Os comunistas gregos apelaram ao voto nulo no referendo, com o argumento de que recusam tanto os memorandos de Bruxelas como os do Syriza.
Para o líder do Potami, Stavros Theodorakis, “estes são momentos difíceis em que se têm de tomar decisões difíceis e devemos estar unidos”. E a recém-eleita líder do PASOK, Fofi Genimmata, confirmou o apoio à declaração conjunta, reafirmando que “o primeiro-ministro não tem mandato para romper com a Europa”.
A declaração conjunta dos cinco líderes líderes partidários aponta como objetivo comum uma solução que assegure a cobertura das necessidades de financiamento do país, a par de reformas fundadas na distribuição dos sacrifícios e em reduzir ao mínimo os efeitos recessivos, um programa ambicioso de combate ao desemprego e apoio aos pequenos empresários, e o compromisso para começar a resolver o problema da sustentabilidade da dívida pública grega.
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