terça-feira, 7 de julho de 2015

Tsipras pede a Draghi que levante controlo de capitais na Grécia

FUTURO DA GRÉCIA


Tsipras falou sobre liquidez da banca com Draghi. O BCE decidiu não aumentar a ajuda de emergência e desta vez vai pedir mais garantias aos bancos como colaterais.  
Bancos encerrados mais dois dias.




















Atualizações em direto
6/07/2015    23:45 Catarina Falcão
Obrigada a todos os leitores que acompanharam este liveblog. Amanhã de manhã haverá um novo liveblog que vai acompanhar ao minuto os desenvolvimentos da situação na Grécia. 
Boa noite.

6/07/2015   23:32 Catarina Falcão
Direita portuguesa não quer ouvir falar da Grécia

PSD e CDS não incluíram nas suas jornadas parlamentares conjuntas qualquer debate sobre o futuro da Grécia. 
Depois das reações formais, com críticas ao PS, o tema não voltou a entrar na discussão. 
Ao Observador, o deputado Duarte Pacheco explicou: “O enfoque que quisemos dar foi sobre o futuro da economia portuguesa no médio e no longo prazo, e não propriamente sobre os efeitos do dia-a-dia, no imediato”.

Também Nuno Melo, eurodeputado do CDS e uma das figuras mais próximas de Paulo Portas, disse ao Observador que falar em reestruturação da dívida no caso da Grécia seria “um absurdo”, contrapondo com o que tem sido defendido pela esquerda. 
Melo insistiu em declarações ao Observador que “as regras são iguais para todos”.

6/07/2015    22:11 Catarina Falcão
Turistas britânicos avisados para levarem medicamentos e dinheiro para a Grécia

George Osborne, o número dois do Governo britânico, diz que a situação na Grécia “vai de mal a pior” e as autoridades do Reino Unido estão a avisar os seus cidadãos com viajem marcada para a Grécia para se prevenirem.

Está a ser aconselhado aos turistas que pretendam passar as férias na Grécia que levem mantimentos, incluindo os medicamentos necessários para toda a sua estadia, dado que podem faltar fármacos no país nos próximos dias. 
Os turistas estão ainda a ser avisados para levarem quantias de dinheiro substanciais consigo.

6/07/2015   21:42 Catarina Falcão
Tsipras diz a Draghi para acabar com controlo de capitais

Tsipras falou ao telefone com Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, e disse-lhe que é necessário levantar de imediato os controlos de capitais na Grécia. 
A notícia partiu da Reuters e a fonte do Governo grego que divulgou a informação não quis ser identificada.

O primeiro-ministro grego falou ainda com o italiano sobre a situação de liquidez dos bancos gregos.

6/07/2015   21:33 Catarina Falcão
Bens começam a escassear na Grécia

Os bens importados na Grécia estão a escassear, com a Bloomberg a dizer que os jornais gregos já só têm papel para imprimir até domingo. 

Para além de faltar dinheiro nas caixas multibanco, a Bloomberg diz ainda que Governo grego está a ficar sem dinheiro para pagar salários, pensões, mas também medicamentos e produtos hospitalares.

06/07/2015    21:00 Catarina Falcão
Rajoy apela a mais reformas na Grécia

Mariano Rajoy está a dar uma entrevista à televisão espanhola Telecinco e assegurou que o euro vai aguentar e que a Grécia vai continuar a ser “uma parte fundamental da moeda única”. 
O primeiro-ministro espanhol diz que a Grécia deve fazer reformas de maneira a crescer e criar emprego e que, caso Espanha não tivesse tomado medidas de austeridade, a situação do país “seria pior” e é isso que “tem de ser feito na Grécia”.

Rajoy disse ainda que Tsipras ganhou porque o não saiu vitorioso do referendo, mas que “os gregos continuam a não conseguir levantar dinheiro nos bancos”. 
“O não não é bom para a Grécia, nem para a Europa”, disse o político.

06/07/2015   20:43 Sara Otto Coelho
O Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que a solução para o problema grego não passa por uma desvalorização da moeda, referindo-se a um possível regresso ao dracma. 
À Bloomberg, Dijsselbloem acrescentou que os bancos gregos continuam “muito instáveis”. 
Mas que a normalidade pode ser restaurada.

06/07/2015   20:39 Ana Suspiro
Lagarde avisa Tsipras que não há mais dinheiro, mas oferece ajuda técnica

E o telefone de Tsipras não parou no dia a seguir ao referendo. 
O primeiro-ministro grego também conversou com Christine Lagarde, segundo informação divulgada pelo Fundo Monetário Internacional, sobre os resultados do referendo de domingo. 
A diretora-geral do FMI avisou Tsipras que a instituição não pode dar mais financiamento à Grécia, ao abrigo da política para pagamentos em atrasado, depois de Atenas ter falhado o último reembolso. 
Não há mais dinheiro do FMI, para já, mas o fundo mostra-se disponível para fornecer “assistência técnica” nas áreas em que a Grécia pedir.

06/07/2015    20:27 Catarina Falcão
Euclid Tsakalotos admite estar "nervoso e ansioso"

O novo ministro das Finanças grego já falou à imprensa e disse que o referendo é algo que vai ficar para “a história da economia”. “A Grécia mostrou que não é egoísta, que não tem medo”, disse Euclid Tsakalotos.

“Todo o mundo, todo o planeta está a falar na necessidade de uma solução viável para a Grécia”, disse o novo ministro, admitindo que está “nervoso e ansioso” e que vai assumir o cargo numa “altura difícil”.

06/07/2015   19:59 Catarina Falcão
Costa responde a Portas e diz que o momento é "sério"

António Costa respondeu a Paulo Portas e acusou-o de “brincar às provocações” ao procurar associar os socialistas portugueses ao Governo grego do Syriza, contrapondo que o atual momento “é sério” em Portugal e “não é para brincadeiras”.

06/07/2015   19:54 Catarina Falcão
Medidas "mais fortes" para a banca grega

O Financial Times indica que duas pessoas no Conselho do Banco Central Europeu, constituído por seis membros da Comissão Executiva e pelos governadores dos bancos centrais nacionais dos 19 países da área do euro, se opuserem à tomada de posição oficial e queriam “medidas mais fortes” para a banca grega.

06/07/2015   19:25 Liliana Valente
Entretanto, fonte dos bancos gregos disse à Bloomberg que a banca tem colaterais suficientes para dar como garantias ao Banco Central da Grécia para aceder a liquidez.

Perante esta decisão do BCE – de não aumentar a linha de emergência e de apertar as regras para as garantias pedidas aos bancos – a mesma fonte diz que não foi dado um deadline ao Governo grego.

06/07/2015   19:12 Catarina Falcão
Varoufakis descrito como o ministro das Finanças "mais cool", segundo a sua editora

Poucas horas depois da demissão de Varoufakis, a sua editora Zed Books enviou um comunicado de imprensa com excertos da sua obra e caracterizava o antigo ministro como “possivelmente o mais cool, carismático e inteligente ministro das Finanças de sempre”, sugerindo uma hashtag para o descrever Varoufakis nas redes sociais: #MinisterofAwesome.

O comunicado, segundo o Wall Street Journal, tem gerado polémica e o diretor de comunicações da editora diz que a empresa não retira esta descrição de Varufakis. #MinisterofAwesome já é uma das principais hashtags na Grécia.

Horas depois da saída, Varoufakis emerge como #MinisterOfAwesome
Apenas três horas e meia após o ministro grego das finanças controverso Yanis Varoufakis se demitiu, seus agentes de livro com sede em Londres enviou ao redor de um e-mail de relações públicas oferecendo trechos de seu livro atualizado, o Minotauro Global, e outras peças de informação.
O diretor de comunicações da Zed Books, a editora do livro do Sr. Varoufakis, enviou o seu correspondente um e-mail descrevendo o Sr. Varoufakis como "possivelmente o ministro das Finanças, mais legal, carismático e mais inteligente de sempre" e até mesmo sugeriu uma hashtag: #MinisterofAwesome.
Gregos em mídias sociais respondeu furiosamente ao que eles viam como a promoção agressiva de Mr. Varoufakis, um dos arquitetos do enigma de negociação atual do país com seus credores.
"Isso é uma piada?", Disse um.
"OMG", disse outro.
O diretor de comunicações, Jonathan Maunder disse ao The Wall Street Journal que não sentia houvesse algo de errado com a linguagem exaltação que ele usou para se referir ao Sr. Varoufakis.
"Não há nada lá que eu ficaria envergonhado ," disse o Sr. Maunder.
"Há apenas um enorme interesse por ele", disse ele, acrescentando que a comunicação de e-mail era uma "coisa perfeitamente normal e normal a fazer."
O arremesso inclui uma oferta para executar trechos do livro, em que o Sr. Maunder diz o Sr. Varoufakis previu a crise da zona do euro e do caos das finanças alavancadas, e soluções de como a Europa pode curar a si mesmo, bem como sugestões de outras pessoas - especificamente Professor Steven Keen, "um torcedor muito vocal e articulada de Varoufakis", disse Maunder, que poderia escrever sobre Mr. Varoufakis ou o livro.
Um porta-voz para o Sr. Varoufakis, Dimitris Yannopoulos, disse: "Posso assegurar-vos que Varoufakis não tem nada a ver com isso" comunicação "e certamente não tolera o estilo ou a linguagem que provavelmente reflete reação emocional do autor com a notícia da resignação.
 "
06/07/2015   19:03 Liliana Valente
BCE não aumenta linha de emergência e aperta as regras das garantias pedidas aos bancos

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta tarde não mexer no teto da linha de emergência da banca grega (ELA) e mantê-la ao nível de sexta-feira dia 26 de junho, antes de Alexis Tsipras convocar o referendo. 
Nesse dia, o limite estava em quase 89 mil milhões de euros, não totalmente utilizados. 
A mesma decisão tinha sido tomada durante o fim-de-semana de 27 e 28 de junho.

Mas desta vez, o BCE trouxe uma novidade ainda sem se perceber quais os contornos finais da decisão. 
No comunicado divulgado esta tarde, o BCE garante que vai apertar a malha aos colaterais que o Banco Central da Grécia pode aceitar dos bancos gregos para lhes emprestar liquidez. 
Não sendo no entanto claro no que consiste este ajustamento.

No comunicdo  o Conselho de Governadores diz que a linha de emergência só pode ser disponibilizada mediante a apresentação de “colaterais suficientes” ou seja, para que os bancos tenham acesso a empréstimos juntos do Banco Central da Grécia terão de apresentar mais ativos como garantias.

Mas no mesmo comunicado, o BCE lembra que a atual situação financeira na Grécia teve um grande impacto nos bancos gregos que dão, sobretudo, dívida pública como garantia ao Banco Central.

06/07/2015   18:42 Catarina Falcão
"Tem de haver equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade", dizem Merkel e Hollande

Merkel e Hollande estiveram reunidos durante mais de uma hora em Paris e o encontro teve como principal assunto a crise na Grécia, na “tradição de cooperação franco-alemã”, segundo explicou a própria chanceler durante a conferência de imprensa conjunta. 
O presidente francês disse que há “respeito e abertura” pela escolha democrática dos gregos neste referendo, mas que “tem de haver equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade”.

Merkel, por seu lado, disse que para além do próximo passo estar do lado dos gregos, “é preciso perceber como é que os outros países 18 vão reagir a este voto”. 
A chanceler disse que “não há pré-condições para as negociações” com Tsipras, mas que é necessário saber quais são as reformas propostas a médio prazo, já que “é preciso um programa para o resolver problema”.

06/07/2015   18:13 Catarina Falcão
Novo ministro toma posse em Atenas

Euclid Tsakalotos já é oficialmente o novo ministro das Finanças da Grécia. 
A cerimónia contou com o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, e Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego.
















06/07/2015    18:02 Catarina Falcão
Costa em Bruxelas para debater situação na Grécia

Os líderes socialistas da zona euro vão reunir-se amanhã antes da Cimeira do Euro e António Costa também vai até Bruxelas participar nesta reunião extraordinária. 
O único ponto na agenda será a situação na Grécia. 
A reunião vai acontecer por volta das 16:15, hora de Bruxelas.

06/07/2015   17:46 Catarina Falcão
Vitória do não aumenta "dramaticamente" risco de saída da zona euro, diz Fitch

A agência de rating Fitch veio dizer que o resultado do referendo de domingo “aumenta dramaticamente” o risco de saída da Grécia da zona euro. 
A agência acrescenta ainda que um acordo é possível, mas que há muito pouco tempo para novas conversações. 
A saída de Varoufakis é encarada pela Fitch como um sinal do Governo grego de querer recomeçar as negociações com os credores.


06/07/2015   17:32 Catarina Falcão
Schulz vai convidar Tsipras para debate no Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu está reunido em Estrasburgo para a última sessão antes das férias e amanhã receberá logo pela manhã Juncker, que falará sobre a Grécia. 
Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, terá já convidado Alexis Tsipras e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, para participarem no debate sobre a Grécia.

O pedido surgiu da bancada dos liberais, através do seu líder, o belga, Guy Verhofstadt. 
O debate dos eurodeputados sobre o futuro da Grécia acontece já na quarta-feira.

06/07/2015   17:08 Catarina Falcão
Merkel e Hollande já estão juntos

Merkel já está reunida com François Hollande no Eliseu, a declaração conjunta deve acontecer daqui a uma hora. 
Os seus ministros das Finanças também estão juntos em Varsóvia.


06/07/2015   17:03 Edgar Caetano
Nova data prevista para a abertura dos bancos: quinta-feira

O presidente da associação de bancos gregos acaba de informar que o feriado bancário foi alargado em dois dias, ou seja, terça e quarta-feira.

A nova data prevista para a reabertura passou a ser quinta-feira.

06/07/2015   17:01 Catarina Falcão
A fotografia de Yanis Varoufakis a sair de mota do ministério das Finanças está a causar furor nas redes sociais:

Créditos: AFP/Getty Images

Varoufakis abandona o ministério com a sua mulher Danai, como pendura. 
O antigo ministro costuma deslocar-se para o ministério de mota no seu dia-a-dia. 

06/07/2015   16:54 Catarina Falcão
Schaeuble diz que nunca teve problemas pessoais com Varoufakis

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, está em Varsóvia com os ministros homólogos de França e da Polónia, e disse que espera uma proposta do Governo grego já esta terça-feira na reunião do Eurogrupo. 
Para já diz desconhecer o conteúdo de tais propostas, mas disse respeitar a decisão do povo grego de dizer não ao acordo com os credores.

No entanto, o alemão diz que esta decisão “não tornou a situação mais fácil para a Grécia”. 
O ministro de Merkel diz que teve desentendimentos com Varoufakis, que abandonou esta manhã o Governo grego, mas “nunca houve qualquer problema pessoal”.


06/07/2015   16:42 Catarina Falcão
Tsakalotos deverá tomar posse ainda hoje

Euclid Tsakalotos deverá tomar posse ainda esta segunda-feira, segundo fonte presidencial revelou à Reuters.





















06/07/2015   16:19 Catarina Falcão
Passos Coelho: "A integridade do euro não está em causa"

Pedro Passos Coelho reage pela primeira vez aos resultados do referendo grego e afirma que “a integridade do euro” não está em causa. 
“Creio que na União Europeia, nos últimos cinco anos, já passámos por situações bem mais complexas” e hoje existe “uma capacidade de responder e gerir situações de crise que não existia” na altura, acrescentou.

Para o primeiro-ministro português não pode haver retrocessos: “Não acredito que depois de tudo o que passámos que se possa pôr em questão a integridade do euro”. 
Face ao resultado do referendo de domingo, na Grécia, o líder do Governo português conclui que “mostra claramente que o povo grego não está interessado nos moldes que foram apresentados para as negociações que se desenrolaram entre as instituições da troika e o Governo grego. 
E devemos respeitar essa vontade”.

“Cabe à Grécia escolher se quer ou não permanecer no euro e se quer ou não quer ter apoio externo nas condições que as regras do euro exigem”, disse Passos Coelho que está em Bissau e regressará ainda esta segunda-feira a Portugal.

06/07/2015   16:12 Catarina Falcão
Ponto de situação às 16h

Aqui está o ponto de situação às 16 horas:
  • Há um novo ministro das Finanças, é Euclid Tsakalotos. Até agora era ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros e chefe do lado grego da negociação com os credores.
  • O Fundo Monetário Internacional disse que em comunicado que tem em conta “o resultado do referendo de ontem na Grécia”. “Estamos a observar a situação de perto e estamos prontos para auxiliar a Grécia se tal nos for pedido.”
  • Entretanto, o convite de Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, para a cimeira do euro já seguiu para os 19 países da zona euro. “A seguir ao referendo na Grécia, acredito que nos devemos reunir urgentemente ao mais alto nível político para discutir a situação e analisar possíveis maneiras de seguirmos em frente”, escreveu Tusk aos líderes europeus. Também Mario Draghi e Dijsselbloem foram convidados para estar presentes.
  • Merkel e Hollande vão encontrar-se hoje à tarde e farão uma declaração em conjunto por volta das 18 horas de Lisboa.
  • Tsipras e Merkel já falaram ao telefone e já ficou acordado que Tsipras vai apresentar uma nova proposta na reunião da Cimeira do Euro que terá lugar amanhã em Bruxelas.
  • Tsipras também falou com Putin, segundo indica o próprio Kremlin.

06/07/2015   15:51 Catarina Falcão
85% dos jovens entre 18 e 24 anos votaram não. Aqui está a distribuição do voto do não por faixa etária:


06/07/2015   15:33 João de Almeida Dias
FMI "pronto a auxiliar a Grécia se tal for pedido"

“O Fundo Monetário Internacional toma nota do resultado do referendo de ontem na Grécia. 
Estamos a observar a situação de perto e estamos prontos para auxiliar a Grécia se tal nos for pedido.”

A reação do fundo liderado por Christine Lagarde acabou de surgir, sendo que não vai para lá destas duas frases.


06/07/2015   15:22 Miguel Santos
Paulo Portas. "Vamos repetir as vezes que forem necessárias: Portugal não é a Grécia"

A mensagem é clara: Portugal não é, nem pode ser confundido com a Grécia. 
E foi isto que Paulo Portas fez questão de sublinhar várias vezes na abertura das jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, num discurso também marcado por duras críticas ao PS.
O que compete ao Governo de Portugal é defender o interesse dos portugueses em primeiro lugar. O que significa dizer, explicar, repetir, as vezes que forem necessárias, que Portugal não é a Grécia. Portugal teve um só resgate, a Grécia está a discutir o terceiro regaste; Portugal terminou o seu programa com a troika, a Grécia não consegue fechar há praticamente um ano a quinta avaliação do seu segundo programa; Portugal está a reembolsar o empréstimo ao FMI, para poupar em juros, a Grécia entrou em default com o FMI; Portugal não pediu mais tempo, nem mais dinheiro, precisamente o que a Grécia, sob várias formas e nomes, está a discutir”, enumerou vice-primeiro-ministro.
Mas de Atenas, Paulo Portas partiu rapidamente para o Largo do Rato e começou a disparar contra o PS e António Costa. 
O centrista acusou os socialistas de não perceberem os erros que cometeram em 2011 e de quererem levar o país para o mesmo caminho. 
“Se havia já razões para ter receio da incapacidade do PS perceber a natureza dos problemas, esse receito neste momento é mais profundo e mais denso”, começou por dizer Portas.

O centrista lembrou, a propósito, as declarações de António Costa sobre a vitória do Syriza nas eleições gregas de janeiro. 
Na altura, o secretário-geral do PS afirmou que a “vitória do Syriza [era] um sinal de mudança que [dava] força para seguir a mesma linha”. 
Em maio, em entrevista ao Observador, o ex-presidente da Câmara de Lisboa viria a acusar o Tsipras e Varoufakis de terem combatido a Europa “de forma tonta”.

Ora, para Paulo Portas, esta “ambiguidade” que diz existir na relação do PS com o Syriza tem uma explicação simples: “O PS podia ter dito, mas nunca foi capaz de dizer: ‘Nós [PS] sabemos a responsabilidade que tivemos em 2011′. 
O PS nunca foi capaz de fazer uma revisão crítica”.

Lembrando várias vezes a herança do segundo Governo de José Sócrates, Paulo Portas acredita que “de cada vez que o PS aparece a aumentar todas as despesas ou a prometer que todas as receitas serão menores” os portugueses olham para Costa e companhia com desconfiança. 
“As pessoas ficam com um pé atrás e pensam logo ‘lá estão eles de volta a 2011′”.
[Se Costa] fosse primeiro-ministro, mal o Syriza ganhou tinha corrido a fazer solidariedade ideológica e decaminho aproximava Portugal do problema, não separava o caso português dessa instabilidade, e deitava fora os esforços dos portugueses e da capacidade de os portugueses recuperarem os seus rendimentos”, acrescentou, ainda, Paulo Portas.
Perante aquilo que o centrista diz serem as contradições existentes no posicionamento de António Costa – entre a “solidariedade ideológica” e a demarcação – Paulo Portas acredita que os portugueses se interrogam, afinal, ’em quem devemos acreditar? 
Em quem achava que o Syriza era a força da mudança que todos temos de seguir, ou em quem diz que o Syriza agiu de maneira tonta?”.

06/07/2015   15:19 João de Almeida Dias
Tsipras e (quase toda) a oposição assinaram documento onde foi acordada a estratégia de negociação a adotar em Bruxelas

Alexis Tsipras esteve reunido com seis dos sete partidos com assento parlamentar na Grécia durante sete horas.

Para já, sabe-se que todos os partidos da oposição — à exceção dos comunistas — decidiram assinar um documento em que se comprometeram em apoiar o governo grego nas negociações com Bruxelas. 
Este documento deverá incluir linhas gerais a serem apoiadas por um total de cinco partidos. 
É possível que o documento em questão seja uma espécie de guião a seguir pelo governo grego nas negociações que estão pela frente — isto é, claro, se quiser manter o cenário de consenso que aparentemente conseguiu assegurar após esta reunião.

Esta informação foi confirmada pelo líder do partido To Potami, Stavros Teodorakis, que falou à imprensa depois da cimeira inter-partidária. 
“O povo não votou a favor de uma rotura, mas sim a favor de uma solução dentro do euro”, disse aos jornalistas. 
Teodorakis disse também que Tsipras entrou em contacto com vários líderes europeus — entre os quais esteve a chanceler alemã, Angela Merkel — ao longo da reunião.

Evangelos Meimarakis, líder interino da Nova Democracia depois da demissão de domingo de Antonis Samaras, disse que “esta reunião já devia ter acontecido há muito tempo”. 
E a líder dos socialistas dos Pasok, Fofi Gennimata, sublinhou que a Grécia tem de continuar a negociar: “O primeiro-ministro não tem um mandato para entrar em rotura com os credores”.

No final do encontro de sete horas, o líder dos comunistas, Dimitris Koutsoumpas, disse que só há duas opções: um “memorando duro” ou a saída do euro. 
Favorável a esta última hipótese — ao contrário dos outros partidos sentados à mesa — os comunistas gregos decidiram ficar de fora dizendo que o acordo firmado esta tarde é um “pacto de lobos”.

O encontro que teve início hoje de manhã contou com os líderes do Syriza, dos Gregos Independentes, Pasok, Nova Democracia, To Potami e Partido Comunista Grego. 
Só ficou de fora o partido neonazi Aurora Dourada.

06/07/2015   14:52 Edgar Caetano
Euclid Tsakalotos é o novo ministro das Finanças da Grécia

O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros e chefe do lado grego da negociação com os credores é o novo ministro das Finanças da Grécia, substituindo Yanis Varoufakis. 
A notícia está a ser avançada pela SKAI TV.

06/07/2015   14:45 João de Almeida Dias
Schulz desvaloriza saída de Varoufakis: "Não depende de quem negoceia, mas de sobre o que é que se negoceia"

“Não depende de quem negoceia, mas de sobre o que é que se negoceia”, disse o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, reagindo à demissão de Yanis Varoufakis do cargo de ministro das Finanças da Grécia.

“O governo viu o apoio fortalecido em casa, mas a nível europeu provavelmente não”, referiu, adiantando que Atenas “deve agora apresentar propostas que sejam convincentes”.

As declarações de Schulz estão em linha com as do governo alemão, que através de um porta-voz veio dizer que se trata “sempre de posições e não de pessoas”, em alusão à demissão de Varoufakis.

Na noite do referendo, a voz de Martins Schulz foi uma das primeiras a reagir à vitória do “Não” na Grécia. 
“Existe uma maioria na Grécia e a promessa do primeiro-ministro Tsipras ao povo grego de que com o ‘Não’ a posição da Grécia para negociar um acordo melhora é, a meu ver, falsa”, disse o Presidente do Parlamento Europeu na noite de domingo.

06/07/2015   14:28 Edgar Caetano
Bancos vão continuar fechados mais alguns dias

Fontes do setor financeiro grego dizem à Reuters que os bancos deverão continuar fechados mais alguns dias. 
O decreto será emitido ainda hoje, acrescenta a notícia.

Esta tarde o conselho de governadores do BCE conversa por teleconferência para discutir os últimos desenvolvimentos na Grécia. 
Os analistas acreditam que o BCE não irá mexer no teto máximo na liquidez de emergência para a banca grega, o que deixa poucas alternativas a que os bancos continuem fechados.

06/07/2015   14:06 João de Almeida Dias
Reunidos em Paris, Angela Merkel e François Hollande vão fazer uma declaração a dois às 18h15 (19h15 de Paris) de hoje.


06/07/2015   13:04 Liliana Valente
Costa: "O PS não é o Syriza" e não quer o Grexit

O líder socialista diz que a vitória do “não” não significa que a Grécia quer e vai sair do euro. 
António Costa apela a uma resposta conjunta e ainda acredita num acordo entre parceiros europeus e gregos.

Leia mais sobre as declarações do secretário-geral do PS, aqui.

06/07/2015   12:58 Miguel Santos
Sampaio da Nóvoa. "O povo grego disse “não” em nome da dignidade e da democracia"

António Sampaio da Nóvoa, o homem que quer suceder a Cavaco Silva no cargo de Presidente da República, já se pronunciou sobre os resultados do referendo na Grécia. 
Num comunicado enviado às redações, o antigo reitor da Universidade fez questão de deixar uma mensagem de apoio ao povo grego e de avisar os parceiros europeus – Portugal incluído – que “sem a Grécia não há Europa”.
“O povo grego teve a coragem de dizer “não” a propostas que pretendiam continuar políticas erradas de austeridade, de empobrecimento e de dependência. O povo grego disse “não” em nome da dignidade e da democracia, em nome de uma outra visão para a Europa.
A decisão difícil dos gregos, tomada em condições duríssimas, é um gesto de liberdade que abre novas possibilidades de entendimento. É urgente reiniciar as negociações e obter um acordo. Cabe à União Europeia, a todos os seus membros, incluindo Portugal, enfrentar a situação e construir as soluções que permitam reencontrar um caminho de paz e desenvolvimento, de solidariedade e convergência entre os países.
Este é um momento decisivo para a Europa e para o seu futuro. Nesta hora, exige-se sentido de Estado, lucidez e visão a todos os responsáveis políticos. Sem a Grécia não há Europa. Espera-se que todos estejam à altura da situação”, escreveu Sampaio da Nóvoa.
06/07/2015   12:42 Edgar Caetano
O que explica a "calma chocante" dos mercados após o referendo?

Alguns indicadores de risco, como os credit default swaps, estão a reagir à incerteza gerada pela vitória do Não no referendo. 
Mas, no geral, “os mercados estão a receber as últimas notícias com uma calma chocante”, diz Beat Siegenthaler, analista especializado em mercado cambial do UBS, em Genebra. 
O que pode explicar esta reação?

Esta tranquilidade relativa das bolsas europeias e do mercado de dívida poderá basear-se “ou na opinião de que a Grécia, na realidade, não importa assim tanto de uma perspetiva geral, ou, em alternativa, na esperança de que a Cimeira europeia de amanhã seja o início de uma solução mais fundamental para o problema, incluindo algum tipo de alívio da dívida grega”, diz o especialista. 
A razão por que um alívio da dívida grega não é visto como um risco pelos investidores é que existe muito pouca dívida grega detida por privados e um alívio da dívida teria de incidir, em alternativa, sobre a dívida detida pelas instituições oficiais.

E o que esperar da Cimeira? 
O analista suíço diz que “o cenário mais provável é que a cimeira aprove nada mais do que um programa de ajuda humanitária para melhorar a situação das partes mais vulneráveis da sociedade grega”.

06/07/2015    12:34 João de Almeida Dias
Pablo Iglesias: depois de demissão de Varoufakis, Europa fica "sem desculpas" para não chegar um acordo justo.

Em entrevista à rádio espanhola Cadena Ser, Pablo Iglesias disse que o resultado do referendo de domingo comporta “uma mensagem muito clara” em que os “cidadãos da Grécia disseram que a austeridade não serve para sair da crise”.

O líder do Podemos fala agora da necessidade de “um momento de sensatez”, em que o “a mensagem dos gregos deve ser ouvida”. 
Sublinhou também que “a posição do governo grego sai reforçada”.

Quanto à demissão de Yanis Varoufakis, Iglesias disse que este foi “um gesto audaz e de valor que situa muito bem a dimensão moral de Yanis”, acrescentado ainda que “aqueles que diziam que o problema das negociações era Varoufakis ficaram agora sem desculpa (…) para chegar ao acordo que a Grécia precisa”.

06/07/2015   12:19 João de Almeida Dias
Presidente do Eurogrupo, Dijsselbloem: "O resultado do referendo não nos aproxima de uma solução"

O Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, está neste momento a falar aos jornalistas. 
Para já, disse que reconhece o resultado do referendo de domingo, dizendo que este foi “claro”.

Ainda assim, Dijsselbloem adiantou que “a Grécia precisa de medidas difíceis” e que, uma vez que venceu o “Não” no domingo, “o resultado do referendo não nos aproxima de uma solução”.

06/07/2015   12:06 João de Almeida Dias
Governo alemão: "Não estão reunidas as condições para a negociação de um novo programa"

“O Governo federal continua pronto para o diálogo (…), mas tendo em conta a decisão de ontem dos cidadãos gregos, ainda não estão reunidas as condições para a negociação de um novo programa”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

Seibert sublinhou que a permanência da Grécia no euro é um facto que pode ser prolongado apenas por Atenas: “Está nas mãos da Grécia e do Governo daquele país que esta situação possa continuar assim”. 
Segundo a Lusa, Seibert colocou de parte a hipótese de uma reestruturação da dívida grega.

Questionado pelos jornalisas no local acerca da demissão de Yanis Varoufakis do cargo de ministro das Finanças grego, o porta-voz do executivo germânico desvalorizou a tomada de posição do economista helénico: “Trata-se sempre de posições e não de pessoas”.

06/07/2015   12:00 Edgar Caetano
Francês do BCE diz que dívida da Grécia ao Eurosistema não pode ser perdoada

“A dívida da Grécia junto do Eurosistema é uma dívida que, pela sua natureza, não pode ser reestruturada“, esclareceu o francês Christian Noyer, um dos governadores do Banco Central Europeu (BCE). 
Instituição que, a propósito, irá discutir a situação dos bancos gregos num telefonema esta tarde, segundo a Reuters.

Com o governo grego a exigir um perdão de dívida, tentando usar o resultado do referendo para sustentar essa exigência aos credores, o BCE demarca-se desta discussão explicando que os mais de 20 mil milhões de euros que o BCE tem em dívida grega (comprada ao abrigo do extinto programa de compra de dívida) não são reestruturáveis. 
Caso contrário, tratar-se-ia de financiamento monetário, ou seja, um Estado a financiar défices orçamentais graças à liquidez do banco central. 
O BCE está proibido de o fazer, pelo seu mandato.

06/07/2015   11:39 João de Almeida Dias
Vice-Presidente da Comissão Europeia, Dombrovskis: "O resultado do referendo tornou as coisas mais complicadas"

“A pergunta do referendo dizia respeito a um memorando que expirou no final do mês de junho. 
Pode dizer-se que a pergunta não era correcta porque tinha a ver com um programa que tinha passado de prazo”, disse há momentos o vice-Presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, numa conferência de imprensa.

“A proposta não foi nem apoiada formalmente pelo Eurogrupo, uma vez que as negociações estavam a decorrer até que foram interrompidas pelos representantes gregos”, acrescentou. 
“O resultado do referendo tornou as coisas mais complicadas (…) mas é possível chegar a um acordo se todas as partes trabalharem de forma responsável.”

Esta foi, para já, a primeira comunicação pública por parte da Comissão Europeia após a vitória do “Não” no referendo de domingo. 
Até esta altura, tinha havido apenas um press release em que foi dito que a “Comissão Europeia toma nota e respeita o resultado do referendo na Grécia”.

06/07/2015   11:20 João de Almeida Dias
Guindos, ministro da Economia espanhol, disposto a falar de um "terceiro resgate grego"

“O ‘Não’ torna tudo mais complicado, mas isso não é um obstáculo que nos faça esquecer que a Grécia tem de ficar no euro. 
Tem todo o direito a um terceiro regaste, mas desde que cumpra as regras”, disse o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos. 
“O euro é uma proteção para o povo grego”, acrescentou.

06/07/2015   11:12 João de Almeida Dias
Terça-feira — Eurogrupo às 12h00, Cimeira dos países do euro às 17h

Enquanto Alexis Tsipras está reunido em Atenas, já estão agendadas as duas reuniões mais importantes de terça-feira:

Primeiro, o Eurogrupo vai juntar-se às 13h00 em Bruxelas (12h00 de Lisboa). 
Será a primeira vez desde janeiro que Varoufakis não fará parte de um encontro deste grupo.

Depois, às 18:00 (17:00 em Lisboa) haverá uma cimeira extraordinária dos países da moeda única. 
Esta reunião foi convocada de emergência, depois de Angela Merkel e François Hollande terem entrado em contacto para falar sobre a vitória do “Não” no referendo de domingo.

À reunião dos ministros das Finanças da zona euro, que já não contará com a presença do de Yannis Varoufakis, que hoje apresentou a demissão, antecede uma cimeira extraordinária dos países da moeda única, agendada para as 18:00 (17:00 em Lisboa).

06/07/2015   11:00 João de Almeida Dias
Imagem da reunião entre Alexis Tsipras e outros seis líderes parlamentares — só os neonazis do Aurora Dourada ficaram de fora da reunião. 
A Nova Democracia, está a ser representada por Evangelos Meimarakis, depois de Antonis Samaras, antigo primeiro-ministro por este partido de centro-direita, se ter demitido na noite de domingo depois da derrota do “Sim”.


06/07/2015   10:47 João de Almeida Dias
Tsipras agradece "esforço incansável" de Varoufakis

“O primeiro-ministro sente a necessidade de agradecer o incansável esforço (de Varoufakis) para defender a posição e os interesses do governo e do povo grego em condições muito difíceis”, sublinhou o porta-voz do executivo grego, Gavriil Sakelaridis.

Varoufakis demitiu-se na segunda-feira de manhã, alegando a pressão de “alguns participantes do Eurogrupo” que preferiam a sua ausência. 
O agora ex-ministro escreveu também Tsipras achou que a sua ausência poderá ser “potencialmente útil para ele conseguir um acordo”.

“Nós, da esquerda, sabemos como agir coletivamente sem apego aos privilégios do exercício do poder. 
Vou apoiar o primeiro-ministro grego, o novo ministro das Finanças e o nosso governo”, escreveu ainda Varoufakis, cujo sucessor poderá ser anunciado a qualquer momento na segunda-feira.

06/07/2015   10:47 Edgar Caetano
Risco da dívida de Portugal no nível mais elevado do ano

Os juros da dívida de Portugal e dos outros países da periferia estão a subir de forma moderada esta segunda-feira, no rescaldo do referendo grego. 
A disponibilidade reiterada ontem pelo BCE para lançar mais estímulos monetários poderá estar a conter uma subida maior nos juros que os investidores estão a exigir para comprar, uns aos outros, dívida pública destes países.

Mas há outros indicadores de risco que mostram um cenário um pouco mais preocupante. 
As instituições financeiras que vendem aquilo que se chama credit default swaps estão a cobrar os preços mais elevados do ano para vender esses produtos, que funcionam como seguros como incumprimento na dívida e como formas de os investidores fazerem proteção de risco nas suas carteiras.

Um credit default swap (CDS) para proteger o investidor contra uma falha de pagamento na dívida pública portuguesa durante cinco anos está a valer 210 pontos base. 
Isto significa que, por cada 10 milhões dólares em dívida, o investidor tem de pagar um prémio anual de 210 mil dólares.



Os CDS de Portugal a cinco anos chegaram a superar os 1.50 o pontos no pico da crise, mas têm caído desde que Mario Draghi prometeu, em julho de 2012, fazer “tudo o que for necessário para preservar o euro”. 
O valor mais baixo para este indicador nos últimos anos foi fixado em março deste ano, nos 117 pontos

06/07/2015   10:19 João de Almeida Dias
Tsipras reunido com seis partidos com representação parlamentar no parlamento

Neste momento Alexis Tsipras está reunido com os líderes de seis dos sete partidos com assento parlamentar na Grécia — só a Aurora Dourada, partido neonazi, ficou de fora.

Segundo a Associated Press, Tsipras está a divulgar a “estratégia negocial com os credores para um novo memorando” ao mesmo tempo que tenta recolher apoio por parte dos restantes partidos nesta sua nova investida.

06/07/2015   9:53 João de Almeida Dias
Ministro das Finanças finlandês: "A bola está do lado da Grécia"

O ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb, um dos mais ativos a criticar a atuação do governo grego, escreveu um pequeno texto no seu blogue usando uma expressão que foi repetida várias vezes nos últimos dias: “A bola está do lado da Grécia”. 
Stubb escreveu ainda que “as negociações só poderão ser retomadas quando o governo grego estiver disposto a cooperar e a comprometer-se com medidas de estabilização da economia pública do país e a implementar reformar estruturais necessárias para a sustentabilidade da dívida”.

06/07/2015   9:31 João de Almeida Dias
Krugman: "A saída da Grécia do Euro é a melhor entre as piores opções"

O Nobel da Economia Paul Krugman reagiu à vitória do “Não” na sua coluna no New York Times.

“A Europa fugiu das balas no domingo (….) 
E até os mais fervorosos apoiantes da União Europeia devia estar a suspirar de alívio”, escreveu.
Um voto pelo ‘Sim’ teria condenado o país a mais anos de sofrimento sob medidas que não funcionaram e que, na verdade, considerando a aritmética, não podem funcionar: a austeridade provavelmente encolhe a economia a uma velocidade maior do que aquela em que reduz a dívida, portanto todo esse sofrimento não serve nenhum propósito. A vitória esmagadora do ‘Não’ dá pelo menos uma oportunidade para fugir a esta armadilha.”
Quanto a essa fuga, Krugman deixou várias perguntas: “Como é que ela pode ser feita? 
Há alguma maneira de a Grécia continuar no euro? 
E será isso desejável de todo?”

Para o Nobel da Economia norte-americano, é necessário que o Banco Central Europeu conceda maior liquidez aos bancos gregos — se tal não acontecer “a Grécia não terá outra escolha além de começar a pagar salário e pensões com uma moeda paralela”.

Aí, nesse caso, escreve Krugman, “a saída da Grécia do Euro é a melhor entre as piores opções”.

06/07/2015   9:07 João de Almeida Dias
O enviado especial da Lusa a Atenas, Pedro Caldeira Rodrigues, fez um apanhado da imprensa grega de segunda-feira, onde, obviamente, todo o destaque vai para a vitória do “Não” por 61,3%

“Acordo ou Grexit após o ruidoso “Não”, sugere a manchete do diário conservador Kathimerini, que indica uma “pesada atmosfera na Europa”, a uma eventual suspensão de membro da zona euro, para além da demissão do líder da oposição de direita, Antonis Samaras.

Os resultados do referendo, ‘Não’, com 61,3%, e ‘Sim’, com 38,7%, com uma foto do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, a olhar surpreendido para os resultados foi a capa escolhida pelo jornal de esquerda Efimerida ton Syntakton.









































O Ta Nea, de centro-direita, diz que está a caminho uma remodelação no Governo do Syriza, e considera em editorial que “o forte ‘Não’ não reforça a posição negocial do primeiro-ministro”.

Reformas ou Grexit, assinala a manchete: “Com 61,3% de voto ‘Não’, o Governo enfrenta o verdadeiro dilema entre o compromisso com um programa de reformas ou a porta que conduz à saída do euro”, sugere o jornal, que também inclui um artigo do antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do Pasok, Evangelos Venizelos, intitulado “E agora?”.

“Somos Gregos! 
Todos deviam por bandeiras nas suas varandas”, sugere o diário populista de direita Dimokratia, que também considera que “o orgulho na pátria está em primeiro lugar”. 
“Europa, escutaste?”, indica ainda o periódico, próximo das posições dos Gregos Independentes (Anel), que integra a coligação liderada pelo Syriza.

O Ethnos, de centro-esquerda, destaca “O plano de Tsipras após o terramoto dos 61,3%”.

“A avalanche do ‘Não’ abalou o novo cenário político no país e deu ao primeiro-ministro as iniciativas-chave. 
O resultado final do referendo implicou a demissão de Antonis Samaras da liderança da ND. 
O primeiro-ministro clarifica o seu plano para um acordo com os credores nas próximas 48 horas. 
Para criar uma forte frente nacional, Alexis Tsipras pediu ao Presidente da República para convocar para hoje o conselho de líderes políticos um dia antes da cimeira da UE sobre a Grécia. 
Em simultâneo iniciou contactos com líderes estrangeiros reconhecendo que não há soluções fáceis para o povo grego”, informa o jornal.

Já o Eleftheros Typos, conservador e pró-ND, considera a “Pátria em perigo” e destaca a “responsabilidade histórica de Tsipras, com o povo a confiar no primeiro-ministro com 61,3% no referendo”.

Quanto ao Rizospastis, diário oficial do Partido Comunista Grego (KKE, que apelou à abstenção no referendo) indica em manchete “Nenhuma complacência, nenhum consentimento ao acordo antipopular do ‘dia seguinte’ e remete para uma declaração do secretário-geral do partido, Dimitris Koutsoumbas.

O Avgi, diário oficial do Syriza, assinala que a vontade popular “respondeu à chantagem e ao medo”. 
61% NÃO à austeridade. 
Destaca ainda a intervenção pela televisão do primeiro-ministro Alexis Tsipras, “Todos juntos. 
A Europa não pode ser um caminho único para memorandos” e destaca ainda a demissão de Samaras. 
“A música começou a tocar na ND”.

(Pedro Caldeira Rodrigues, enviado especial da agência Lusa a Atenas)

06/07/2015   9:05 Edgar Caetano
As 10 melhores tiradas de Yanis Varoufakis.

Na hora da despedida, preparámos uma lista das 10 melhores frases do agora ex-ministro das Finanças da Grécia, um homem cujo estilo o transformou numa personagem marcante na jovem História da zona euro.

6/07/2015   8:51 João de Almeida Dias
Ministro das Finanças francês: "O voto, só por si, não resolve nada"

A primeira reação do governo francês partiu do ministro das Finanças, Michel Sapin, que afirmou na segunda-feira de manhã que “cabe ao Governo grego apresentar propostas”.

Para o responsável francês, “o voto, só por si, não resolve nada”, e a permanência da Grécia na zona euro dependerá da “qualidade das negociações que se vão abrir”. 
“A linha de diálogo é muito frágil”, alertou.

6/07/2015    8:19 João de Almeida Dias
Resumo da noite em que 61,3% dos gregos disseram "Não"

Fixe bem este número: 61,3%. 
Foi essa a percentagem do eleitorado grego que votou no “Não” no referendo de domingo, contra 38,7% de votos pelo sim. 
Foi uma vitória clara do governo liderado por Alexis Tsipras — talvez mais clara do que a própria pergunta que foi a referendo, um texto que no boletim ocupava 17 linhas e que lá pelo meio citava o título, em inglês, da última proposta dos credores à Grécia.

O primeiro-ministro grego reagiu no domingo, deixando uma mensagem de agradecimento além-fronteiras: “Quero agradecer a cada um de vós… 
Quero agradecer aos milhares de cidadãos europeus que demonstraram o significado de solidariedade”. 
Quanto ao futuro da Grécia, que pode ser decidido já na terça-feira, dia de cimeira europeia e de Eurogrupo, Tsipras demonstrou otimismo:
Todos sabemos que as soluções fáceis não existem, mas as soluções justas existem.”
Essas soluções terão, porém, de ser encontradas sem Yanis Varoufakis. 
Na segunda-feira de manhã o economista grego anunciou a sua demissão do cargo de ministro das Finanças — uma decisão que atribui à vontade de alguns membros do Eurogrupo mas que, segundo escreveu no seu blogue, foi também favorecida por Tsipras. 
“Fizeram-me chegar uma determinada preferência de alguns participantes do Eurogrupo (…) pela minha ausência”, escreveu, acrescentado que o primeiro-ministro grego achou a decisão “potencialmente útil para ele conseguir um acordo”

A noite de ontem também levou a uma outra demissão que não é de somenos: Antonis Samaras, primeiro-ministro grego entre 2012 e 2015 e líder da Nova Democracia, demitiu-se da liderança do seu partido de centro-direita.

Enquanto se festejava em Atenas — a praça Sintagma foi o local preferido em Atenas pelos apoiantes do “Não” — a escolha do povo grego tornada clara no referendo foi mal recebida um pouco por toda a Europa. 
Uma das primeiras reações foi da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, François Hollande, que entraram em contacto um com o outro mal o resultado de domingo tinha sido conhecido. 
Com a vitória do “Não” já certa, os dois líderes decidiram convocar uma cimeira europeia extraordinária, que acontecerá, tal como a reunião do Eurogrupo, na terça-feira.

Apesar de tudo, nem Merkel nem Hollande reagiram publicamente ao desfecho do referendo grego. 
Mas houve quem o fizesse na sua vez. 
Conheça algumas das reacções mais sonantes da noite de domingo e da manhã de segunda-feira:

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo

“Registo o desfecho do referendo grego. 
Este resultado é muito lamentável para o futuro da Grécia. 
Para a recuperação da economia grega, medidas difíceis e reformas são inevitáveis. 
Vamos agora esperar pelas iniciativas das autoridades gregas. 
O Eurogrupo discutirá o estado das coisas na terça-feira, 7 de julho”

Sigmar Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha

“Alexis Tsipras demoliu as últimas pontes sobre as quais a Europa e a Grécia poderiam ter caminhado para um consenso.”

David Cameron, primeiro-ministro britânico (através de um porta-voz)

“Vamos continuar a fazer o que for necessário para proteger a nossa segurança económica neste período de incerteza.”

Guy Verhofstadt, líder do grupo Liberal no Parlamento Europeu

“Isto não é o fim. 
Agora cabe a Tsipras propor um pacote de reformas sério. 
Se o fizer, os líderes europeus devem dar-lhe uma segunda oportunidade.”

6/07/2015    8:12 Edgar Caetano
Bolsas europeias abrem em queda. Juros sobem, mas pouco

As bolsas europeias abriram com tendência negativa esta segunda-feira, com o índice europeu Stoxx 600 a descer 1,5%. 
A bolsa de Lisboa é uma das que mais cai a Europa: 2,52%.

No mercado de obrigações, com os investidores a refugiarem-se na dívida alemã, os juros da dívida de Portugal estão a subir cerca de 10 pontos base, subindo novamente acima dos 3%. 
Trata-se de um agravamento dos juros com alguma dimensão, mas que não faz transparecer qualquer sentimento de pânico entre os investidores.

Os juros de Itália também estão a subir entre 7 e 8 pontos base, tal como os de Espanha.

6/07/2015    7:49 Edgar Caetano
Euro sobe após demissão de Yanis Varoufakis

As bolsas europeias só abrem dentro de 10 minutos, mas é visível no mercado cambial uma reação positiva do euro à demissão de Yanis Varoufakis. 
No gráfico da Bloomberg, a linha horizontal amarela representa onde o euro-dólar estava há três sessões.

A moeda única europeia sofreu ontem o impacto do resultado do referendo, temendo-se não só uma rutura entre os credores e a Grécia mas, também, mais medidas de estímulo pelo BCE (negativas para o valor da moeda) caso venha a ocorrer uma saída da Grécia do euro.


6/07/2015     7:45 João de Almeida Dias
David Cameron vai fazer proteger "segurança económica neste período de incerteza"

“Vamos continuar a fazer o que for necessário para proteger a nossa segurança económica neste período de incerteza.” 
Foi assim que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu ao resultado do referendo grego, numa declaração feita por um porta-voz do governo do Reino Unido.

“Já temos planos de contingência em curso e esta manhã o primeiro-ministro vai presidir a mais uma reunião para rever esses planos à luz dos resultados de domingo”, acrescentou.

6/07/2015    7:41 João de Almeida Dias
Dijsselbloem: "Este resultado é muito lamentável para o futuro da Grécia"

Na mesma nota do que Martin Schulz e Sigmar Gabriel esteve o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que classificou o resultado de ontem como “muito lamentável”.
Registo o desfecho do referendo grego. Este resultado é muito lamentável para o futuro da Grécia. Para a recuperação da economia grega, medidas difíceis e reformas são inevitáveis. Vamos agora esperar pelas iniciativas das autoridades gregas. O Eurogrupo discutirá o estado das coisas na terça-feira, 7 de julho”
6/07/2015    7:38 Edgar Caetano
Novo ministro das Finanças será conhecido após reunião com líderes dos partidos.

O substituto de Yanis Varoufakis será anunciado após a reunião dos líderes dos partidos gregos, agendada para esta segunda-feira.

Especula-se que o escolhido poderá ser Euclid Tsakalotos, até agora chefe do lado grego na negociação com os credores.

Tsakalotos é, também, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros. 
É visto como uma figura mais moderada, como nota Demetrios Efstathiou, analista do Standard Bank. 
A confirmar-se essa nomeação, isso iria ajudar a negociação, diz o especialista.

Porta-voz do gabinete do primeiro-ministro Alexis Tsipras veio transmitir o agradecimento de Tsipras ao serviço prestado por Varoufakis.

6/07/2015   7:37 João de Almeida Dias
Quando Yanis Varoufakis escreveu, ao anunciar a sua demissão, que iria demonstrar orgulhosamente “a repugnância dos credores” lhe têm, é possível que o tenha feito tendo em conta algumas declarações duras de domingo à noite.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse ontem que tinha sido um “dia difícil”. 
“Existe uma maioria na Grécia e a promessa do primeiro-ministro Tsipras ao povo grego de que com o Não a posição da Grécia para negociar um acordo melhora é, a meu ver, falsa.”

A partir de Berlim, o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, reagiu aos 63,1% obtidos pelo “Não” dizendo que o Alexis Tsipras tinha “destruído as últimas pontes sobre as quais a Grécia e a Europa podiam ter caminhado em direção a um acordo”.

6/07/2015    7:24 João de Almeida Dias
Yanis Varoufakis demite-se do cargo de ministro das Finanças

Bom dia a todos os nossos leitores.

É a primeira novidade a seguir-se à vitória clara de 61,3% do “Não” no referendo grego de domingo: o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, demitiu-se apesar do resultado favorável ao seu governo. 
Como é costume, Varoufakis tornou a sua decisão pública no seu blogue.
Pouco depois do anúncio dos resultados do referendo, fizeram-me chegar uma determinada preferência de alguns participantes do Eurogrupo, e ditos ‘parceiros’, pela minha… ‘ausência’ destas reuniões. É uma ideia que o Primeiro-Ministro achou ser potencialmente útil para ele conseguir um acordo. Por essa razão, abandono o ministério das Finanças hoje.”
No mesmo texto, em que realçou que “o referendo do 5 de julho vai ficar na História como um momento único em que um pequeno país europeu se ergueu contra as amarras da dívida”, Varoufakis disse que vai demonstrar “a repugnância dos credores” lhe têm com orgulho.

Antes disso, no domingo à noite, já depois de a vitória do “Não” ter sido dada como certa, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, François Hollande, entraram em contacto e acordaram convocar uma cimeira europeia para terça-feira. 
No mesmo dia, também haverá reunião do Eurogrupo — a primeira que vai começar sem Varoufakis sentado à mesa desde que o Syriza foi eleito em janeiro deste ano

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