quinta-feira, 9 de julho de 2015

Grécia ao minuto: Rússia preparada para "emprestar o ombro" à Grécia

09/07/2015
18:38

Responsável russa "ameaça" com a ajuda que poderá virar a Grécia para Moscovo, caso falhe acordo com os credores até domingo. Um dos receios de Obama.


















20h24 - A CNBC cita uma fonte oficial do Governo grego, indicando que durante a próxima hora chegará aos credores a proposta de Atenas para alcançar o terceiro resgate. 
Por outro lado, o Guardian escreve que o pacote de reformas e os cortes na despesa pública implicarão 13.000 milhões de euros, contra um cheque de 50.000 milhões de euros para o país conseguir manter-se na zona euro. 
Os ministros do Governo de Tsipras, assumindo o estado débil da economia nacional, terão mesmo efectuado já a aprovação das medidas. 
Segundo informação avançada pela Reuters, o Executivo fará chegar o pacote proposto aos credores ao Parlamento grego, na manhã de sexta-feira, enfrentando um potencial foco de instabilidade governativa, tendo em conta a maioria obtida no referendo grego de domingo, de mais de 60%, a dizer "Não"à austeridade.

20h09 - Numa entrevista ao canal noticioso Rossiya'24, a porta-voz da câmara alta do parlamento russo deixou uma afirmação que fará tremer os que vêem num 'Grexit' um potencial problema geoestratégico. 
"Certamente preparado para emprestar-lhes o nosso ombro na forma que for possível", afirmou Valentina Matviyenko, garantindo que "a Grécia não fez até ao momento qualquer pedido" para assistência russa, "mas se o fizer", Moscovo irá analisar o pedido de acordo com as suas próprias capacidades para "apoiar ou ajudar Atenas". 
Matviyenco frisou que "a religião não é o único factor que temos em comum", destacando "laços históricos, já que foi a Rússia que assegurou a independência da Grécia e os gregos recordam-se. (...) Eles têm amor e respeito pela Rússia nas suas veias". 
As palavras da responsável russa vêm ao encontro de receios já realçados por Washington, designadamente devido ao facto de a Grécia ser parte da NATO, organização historicamente oposta ao poderio russo, desde os tempos da União Soviética.

18h29 - A Grécia pode conseguir luz verde para um novo resgate e ajuda humanitária, avança o The Guardian.

18h00 - A Reuters publicou uma fotografia captada hoje no Parlamento grego onde o ex-ministro das Finanças e o actual detentor da pasta trocam impressões, enquanto os deputados discutem o plano a apresentar hoje aos credores. 



17h40 - O governo grego continua reunido em Atenas a ultimar o plano de reformas para o país, quando faltam menos de cinco horas para o 'deadline' imposto pelos parceiros europeus para que seja entregue a proposta  de acordo, que será analisada para ser levada à cimeira de líderes do próximo domingo. 
O prazo limite termina à meia noite na Grécia (22h00 de Lisboa).

17h00 - "Ofereci ao meu amigo Jack Lew, por estes dias, uma troca: trazíamos Porto Rico para a zona euro e, se os Estados Unidos quiserem, levam a Grécia para a união do dólar", disse o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, num evento em Frankfurt. 
Lew, o secretário norte-americano do Tesouro, "pensou que era uma piada", ainda acrescentou Schäuble. 
Porto Rico, estado livre associado dos EUA, está actualmente com 72 mil milhões de dólares de dívida, que o governador diz que a ilha não consegue pagar.

16h15 - "Os Estados Unidos devem salvar a Grécia", defendeu o economista norte-americano Joseph E. Stiglitz. 
Os Estados Unidos foram generosos com a Alemanha no passado, agora está na altura de o serem com a Grécia numa altura em que este país precisa, frisou o economista, acrescentando ainda: "A Grécia precisa de ajuda humanitária incondicional".

16h10 - Rui Machete, ministro português dos Negócios Estrangeiros, afirmou na Croácia que o governo grego tem de estar consciente que tem de fazer "propostas sérias", que serão o caminho para se "chegar a um compromisso". 
"O principal problema da crise Grécia é a credibilidade da Europa", acrescentou o chefe da diplomacia.

16h00 - O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, afirmou que os problemas financeiros da Grécia não representam uma grande ameaça à economia global.

"Se a crise da Grécia piorar, o resto do mundo vai sobreviver muito bem", disse, defendendo que a economia mundial tem resistido "aos testes de stresse das últimas duas semanas".
Blanchard observou ainda que a Grécia representa apenas 2% da economia da zona do euro e menos de 0,5% do PIB mundial.
15h57 - Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, afirmou, esta quinta-feira, que o sistema de pensões grego não é sustentável.

15h15 - O economista-chefe do FMI avisou esta tarde que os dados da economia helénica este ano vão ser muito maus. 
Olivier Blanchard afirmou que um acordo entre os credores e a Grécia vai exigir "decisões difíceis" de ambas as partes e que os dados da economia grega este ano "vão ser muito maus".

14h15  - Perdão "clássico" da dívida grega está fora de questão, diz Merkel. 
A chanceler alemã reiterou esta quinta-feira que um "perdão" dos empréstimos concedidos pela Europa à Grécia não está em cima da mesa.

13h30 - A porta-voz da Comissão Europeia garantiu ao início a tarde que Bruxelas vai proceder a uma análise da sustentabilidade da dívida grega, em conjunto com o FMI, tal como foi solicitado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), a quem a Grécia solicitou o terceiro resgate.

13h04 - O desemprego na Grécia caiu em Abril para 25,6% da população ativa, menos 1,4 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2014, foi hoje anunciado. 
Em termos absolutos, o número de desempregados atingiu 1.216.870 em abril, que traduz decréscimos de 11.848 face a março e de 78.759 face ao mesmo mês de 2014.

12h28 - Grandes companhias aéreas suspendem contratos com agências de viagens gregas. 
O impasse grego e o controlo de capitais que foi imposto no país estão a causar receio nas grandes companhias aéreas, que começam a cancelar a venda de bilhetes através de agências de viagem. 
Várias companhias já suspenderam as vendas, entre as quais a Emirates, a Qatar Airways e a Turkish Airlines.

12h01 - As reuniões de líderes europeus de domingo já estão agendadas. 
Os líderes dos países da Zona Euro começam a reunião às 16h de Bruxelas, 15h em Lisboa, e os líderes da União Europeia, iniciam o encontro duas horas depois, revelou o Conselho Europeu através do Twitter.

11h54 -O presidente do Conselho Europeu e das cimeiras do euro, Donald Tusk, defendeu hoje que as propostas realistas de reformas que são reclamadas ao Governo grego devem ser correspondidas com propostas realistas dos credores sobre a sustentabilidade da dívida. 
Em mensagens publicadas na sua conta da rede social twitter, Tusk aponta que acabou de falar com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e diz esperar receber hoje "propostas de reformas concretas e realistas", tal como previsto (o prazo limite para as propostas de Atenas chegarem a Bruxelas está fixado à meia-noite, 23:00 de Lisboa).

11h23 - Bundesbank diz que BCE não deve conceder mais liquidez de urgência. 
O presidente do Bundesbank, banco central alemão, defendeu hoje que o Banco Central Europeu (BCE) não deve conceder mais liquidez de urgência à Grécia, acrescentando que qualquer ajuda adicional deve ser da responsabilidade dos governos. 
"Tem de ficar claro que a responsabilidade por futuros desenvolvimentos na Grécia e que quaisquer decisões de transferência de recursos financeiros é do Governo grego e dos países que derem assistência, não é do conselho de governadores do BCE", afirmou Jens Weidman durante uma conferência em Berlim.

Se a Grécia ficar no euro, pode agradecer a François Hollande

A Grécia tem de apresentar até ao final do dia de hoje, em Bruxelas, um novo pacote detalhado de medidas e reformas, para conseguir um acordo com os credores. 
O plano, que segundo a imprensa grega deve somar 12 mil milhões de euros em cortes de despesa e aumentos de impostos - mais quatro mil milhões do que a proposta que estava em cima da mesa antes do referendo -, está a ser desenhado com ajuda especial de França.

O presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro, Manuel Valls, são nesta altura os mais empenhados em manter a Grécia na moeda única. 
Depois das declarações conciliadores nos últimos dias, enviaram para Atenas uma equipa de peritos, para ajudarem os técnicos do governo grego a desenhar a nova proposta, medida a medida.

Além de Paris, Atenas conta também com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que depois de uns primeiros meses em que se manteve relativamente distante das negociações, está agora pessoalmente envolvido para tentar evitar o pior. 
Já hoje Tusk disse que espera propostas credíveis da Grécia e que, caso tal aconteça, os credores terão de corresponder e apresentarem também eles propostas credíveis para um alívio da dívida helénica.

Mas nem todos estão tão empenhados em manter a Grécia no euro como Hollande e Tusk - e também a Comissão Europeia, sobretudo através do comissário europeu para a Economia, Pierre Moscovici.

Em Berlim há notícias que apontam para o facto de a chanceler alemã, Angela Merkel, estar cada vez mais isolada na vontade de manter a moeda única intacta. 
Os deputados da coligação apoiam mais a visão do seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, para quem a Grécia deve sair do euro, e podem complicar a aprovação de um eventual terceiro resgate no parlamento alemão.

Visão ainda mais drástica do que Berlim têm os Estados bálticos e de leste, que mantêm desde o início a linha mais dura com Atenas. A Eslováquia tem sido o maior exemplo, com o seu ministro das Finanças, Peter Kazimir, a fazer questão de demonstrar quase todos os dias o seu desagrado com o arrastar do impasse grego, pressionando para que se considere o ‘Grexit'.

Mas esta semana também o ministro lituano atacou Atenas. 
E ontem foi a vez da Letónia franzir o sobrolho a um eventual acordo até Domingo, considerando que Atenas não terá nada de novo para oferecer aos credores nos próximos dias.

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