quarta-feira, 29 de julho de 2015

Syriza marca reunião de emergência para quinta-feira

FUTURO DA GRÉCIA
Edgar Caetano  -  29/7/2015, 8:32

Alexis Tsipras pressionado pela Plataforma de Esquerda a não aceitar acordo para o terceiro resgate e seguir caminho "alternativo". Alternativa é algo que o primeiro-ministro grego diz que não existe.





















O Comité Central do Syriza vai reunir-se de emergência na quinta-feira, num encontro que se prevê de alta tensão. 
Alexis Tsipras está a ser pressionado pela ala mais radical do seu partido, conhecida como Plataforma de Esquerda, a convocar – já – um congresso extraordinário do partido. 
Numa reunião terça-feira do secretariado do partido, Alexis Tsipras propôs um congresso para setembro, mas a ala mais radical quer uma definição do rumo do partido antes de ser assinado o acordo para o terceiro resgate à Grécia.

O jornal grego Kathimerini escreve que a Plataforma de Esquerda, liderada pelo ex-ministro da Energia Panayiotis Lafazanis, quer que Alexis Tsipras roa a corda nas negociações que estão a decorrer com a troika em Atenas e que siga um caminho “alternativo”. 
O Comité Central irá, portanto, nesta quinta-feira, decidir que rumo seguir ou, possivelmente, votar sobre a data em que deve realizar-se o congresso extraordinário. 
Alexis Tsipras garantiu na terça-feira, contudo, que Atenas não tem alternativa à assinatura de um acordo.

Quinta-feira é, também, o dia em que a bolsa de valores  deverá voltar a abrir após cinco semanas encerrada. 
A confirmar-se a reabertura da bolsa, esta não será, contudo, sem que a negociação seja limitada por várias restrições. 
Os operadores bolsistas gregos e estrangeiros devem ser informados na quinta-feira sobre que restrições estarão em vigor.

A voltar, muito lentamente, à normalidade estão os bancos. Graças aos controlos de capitais impostos nas últimas semanas e com o aumento da liquidez de emergência concedida pelo BCE, os bancos estão agora em condições de satisfazer melhor as necessidades de crédito à economia. 
As atenções viram-se, assim, para os níveis de capitalização dos bancos, que sofreram com a deterioração dos seus ativos, relacionada com a crise económica.

A troika estará a dedicar uma atenção especial a esta questão, apontando-se neste momento para a possibilidade de se recorrer a uma recapitalização por parte do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), ainda que numa primeira fase essa deva ser uma solução analisada à luz dos problemas de liquidez – não de capital – da banca grega.

As negociações entre Atenas e os representantes dos credores prosseguem esta quarta-feira, prevendo-se a chegada de alguns chefes de missão que têm estado a acompanhar, até agora, à distância os trabalhos dos técnicos. 
Declan Costello, da Comissão Europeia, já está em Atenas há alguns dias mas os chefes de missão do BCE, do FMI e, agora, também, do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) devem chegar esta quarta-feira.

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