Agência Lusa - 27/07/2015 - 13:56
Benoît Coeuré, membro do Conselho Executivo do BCE, apontou como certo que a Grécia vai precisar de uma reestruturação da dívida e defendeu um aprofundamento da integração política da zona euro.
O membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE) Benoît Coeuré apontou hoje como certo que a Grécia vai precisar de uma reestruturação da dívida e defendeu um aprofundamento da integração política da zona euro.
Relativamente à reestruturação da dívida, Coeuré afirmou ao diário francês Le Monde que “já não está sequer em debate”, referindo que os líderes europeus já deram indicações de que estão prontos para discutir o assunto.
“A questão não é saber se é necessária uma reestruturação…mas sim a forma de o fazer”, afirmou Coeure, citado pela Agence France Press.
O administrador do BCE sublinhou, contudo, “a importância de condicionar essa reestruturação, seja qual for a forma que assuma, à tomada de medidas de reforço da economia e da sustentabilidade das finanças públicas gregas”.
O Governo grego tem vindo a solicitar uma diminuição dos custos associados à dívida.
Estes custos aumentarão ainda mais com o terceiro empréstimo de 86 mil milhões de euros em negociação, se este assumir a forma de empréstimo.
Os países da zona euro têm estado relutantes em admitir uma reestruturação de grande monta, que implique que uma redução dos valores por si reclamados, já que neste momento são eles os principais credores da dívida grega.
Contudo, mesmo a Alemanha, que inicialmente se opôs à reestruturação, aceitou agora a ideia de vir a reduzir as taxas de juro cobradas e de dilatar os prazos de pagamento da dívida grega.
Benoît Coeuré defendeu ainda uma maior integração política na zona euro como forma de evitar a atual situação, em que os Estados membros são muito condicionados pelas questões políticas internas.
“É urgente substituir este processo intergovernamental por um processo partilhado de tomada de decisões baseado nos votos e na legitimidade da democracia”, caso contrário a zona euro estará constantemente a ser confrontada com o mesmo tipo de crise, sustentou.
“A crise grega libertou o génio da saída da zona euro e este não vai voltar com facilidade para dentro da garrafa”, afirmou Coeuré.
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