Edgar Caetano - 23/7/2015, 18:08
Ministro da Economia de Espanha diz que o governo grego deu um exemplo de como se pode "arruinar uma economia" e de como "as promessas demagógicas são inimigas da recuperação".
O ministro da Economia de Espanha, que tem a pasta das Finanças, diz que o governo de Alexis Tsipras tem dado um exemplo de “como se pode arruinar uma economia” que se previa crescer 3% para “uma recessão de 4%” este ano.
É por essa razão que “agora se olha para a dívida como insustentável“, algo que não era a perceção do FMI há um ano.
Luis de Guindos acrescentou, ainda, que o Estado espanhol já perdeu 1.500 milhões de euros com empréstimos à Grécia.
O El Mundo acompanhou uma conferência de imprensa do governo espanhol em que Luis Guindos diz que “Espanha está no caminho certo mas ainda não está a salvo“.
“Tanto o conformismo como as promessas demagógicas constituem hoje os principais inimigos da superação da crise económica” em Espanha, onde a economia irá crescer, “se não estamos enganados” na previsão, a um ritmo de 3% nos próximos quatro ou cinco anos.
Em Atenas, de quem Madrid “tem sido um parceiro cumpridor”, foi “colocado em evidência como uma agenda errada pode deteriorar uma economia”.
Luis de Guindos recordou, também, que Espanha entregou a Atenas 6.700 milhões de euros ao abrigo dos empréstimos bilaterais ao abrigo dos quais foi prestado o primeiro resgate, em 2010.
“Este financiamento tem um vencimento de 30 anos e uma moratória de juros de 10 anos e um custo que é calculado através da Euribor a três meses somado de 50 pontos base (0,5 pontos percentuais)”.
Com as taxas Euribor em mínimos históricos, “isso supõe, hoje em dia, um custo de 0,5%“.
Luis de Guindos recorda que, na altura em que foram acordados estes empréstimos, a dívida espanhola em circulação tinha um juro médio de cerca de 4%.
O ministro espanhol não mencionou, contudo, que inicialmente esses empréstimos tinham um prémio (somado à Euribor) de 3 pontos percentuais, só em 2013 esse prémio foi reduzido para 0,5 pontos percentuais.
Nas contas do ministro espanhol, que levam também em consideração as “condições vantajosas” do segundo resgate, em 2012 – em que o fundo europeu emprestou à Grécia graças às garantias dos países da zona euro (exceto Portugal e Irlanda) – essa diferença entre juros faz com que Espanha tenha perdido 1.500 milhões de euros com as ajudas financeiras à Grécia.
É dinheiro que, nas palavras do porta-voz do PP, Vicente Martínez Pujalte, “todos esperamos que não seja gasto por Varoufakis de mais uma mota de luxo”.
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