14/07/2015 - 17:58 (actualizado às 18:33)
Jornal Kathimerini diz que votos do Syriza contra acordo podem chegar aos 40.
Televisão pública ERT noticiou que Tsipras já discutiu eventual remodelação com dirigentes da maioria.
À porta fechada, os deputados do Syriza estão, esta quarta-feira, a discutir o acordo de princípio obtido entre os credores e o Governo da Grécia, que causa enormes reservas à facção mais radical.
Também o outro partido que integra o Governo, os Gregos Independentes (Anel), onde há igualmente desagrado por um acordo que implica reformas e austeridade adicionais, se reuniu para adoptar a estratégia a seguir nas votações previstas para quarta-feira no Parlamento.
No campo do Syriza, o ministro do Interior, Nikos Voutsis, deu voz aos que confiam numa aprovação pelo Parlamento das medidas reclamadas pelos parceiros europeus.
“As decisões que vão facilitar o regresso à normalidade vão ocorrer”, disse, segundo a Reuters, a diversos jornalistas.
Mas contra o acordo estão, por exemplo, figuras como o ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, e a presidente do Parlamento, Zoe Constantopoulou.
“Com este acordo, o mandato público e o orgulhoso ‘Não’ do povo grego no referendo foi cancelado”, disse Lafazanis, citado pela agência.
“O Governo e o próprio primeiro-ministro têm, até ao último minuto, oportunidade de mudar de ideias e voltar atrás, antes de o Parlamento decidir”, diz num comunicado divulgado pelo site do seu Ministério.
O número de votos contra no Syriza pode, segundo o jornal Kathimerini, “chegar ou ultrapassar os 40”.
O que aconteça na quarta-feira pode precipitar uma remodelação do Governo.
Panos Kammenos, líder do Anel e ministro da Defesa, não se revê no acordo e usou uma expressão também ouvida no Syriza para se referir ao acordo da madrugada de segunda-feira, em Bruxelas: “golpe”.
O político nacionalista manifestou a intenção do partido de votar apenas a favor das medidas que correspondam a propostas apresentadas pelo Governo de Atenas antes das cimeiras europeias do fim-de-semana passado.
Mas disse que tenciona continuar a fazer parte do executivo.
Uma porta-voz do partido, Marina Chrysoveloni, disse que o Anel continua a estar com o Governo, mas que há limites para esse apoio e excluiu a sua presença num eventual executivo remodelado em que tenham assento partidos da oposição.
A televisão pública grega ERT noticiou que Tsipras discutiu, esta terça-feira, uma eventual remodelação do Governo com dirigentes da maioria.
E o ministro da Economia, George Stathakis,questionado pela Bloomberg TV, disse que serão prováveis mudanças no executivo "logo após a votação".
O primeiro-ministro dá na noite desta terça-feira uma entrevista à televisão.
Para que as propostas sejam aprovadas são necessários 151 votos no Parlamento de 300 deputados.
A maioria Syriza-Anel soma 162 mas a elevada probabilidade de dissidências torna preciosos para Tsipras os votos dos partidos de oposição Nova Democracia, conservador, To Potami, centrista, e Pasok, socialista.
As votações previstas para quarta-feira são sobre simplificação e alargamento da base de incidência do IVA, reforma do sistema de pensões, reforço da independência do organismo oficial de estatísticas e introdução de mecanismos de cortes de despesa.
O projecto de lei com as primeiras medidas reclamadas pelos parceiros europeus foi esta terça-feira submetido pelo Governo ao Parlamento
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