sexta-feira, 10 de julho de 2015

Eurodeputado anti-Tsipras foi candidato às privatizações da troika na Grécia

PARLAMENTO
verhofstadt  -  9 Julho, 2015





















A intervenção do eurodeputado belga Guy Verhofstadt, acusando Tsipras de não ter proposto reformas e de ser responsável pelo descalabro do país nos últimos anos, foi muito saudada pelos órgãos de comunicação alinhados com o ‘Sim’ ao ultimato da troika, também em Portugal.

Mas o salto para a fama de Verhofstadt no debate de ontem veio recordar as ligações do ex-candidato dos Liberais à presidência da Comissão, onde também enfrentou Tsipras, a algumas mutinacionais interessadas nas privatizações na Grécia.

Verhofstadt faz parte da administração de um fundo belga bilionário chamado Sofina (Société Financière de Transports et d’Entreprises Industrielles). 
Este fundo detém participações em empresas ligadas às telecomunicações, banca e seguros, energia e distribuição.



































Uma dessas empresas é a GDF Suez, onde o fundo tem assento na administração, e que participou num dos consórcios para a privatização da rede de água de Salónica, uma das imposições do memorando da troika que foi derrotada pela população num referendo local.

O consórcio tinha como parceiro local a empresa Ellaktor, propriedade de uma das famílias de oligarcas gregos, que domina os negócios da construção, autoestradas e tratamento de lixo. 
A família liderada por George Bobolas detém também a maior estação de tv privada grega, a Mega TV, que se distinguiu na campanha de terror para dar força ao “Sim” no referendo. 
O canal de Bobolas vê agora alguns jornalistas serem alvo de processos disciplinares por desinformarem e mentirem aos telespetadores, que reagiram indignados e inundaram o sindicato e o Ministério Público com denúncias.

O mesmo grupo detém também o popular jornal Ethnos e outras publicações na Grécia. 
O filho de Bobolas, Leonidas, é o administrador da Ellaktor e foi detido há alguns meses por fuga ao fisco, acabando por ser libertado horas depois, após pagar os impostos devidos sobre o dinheiro não declarado.

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