quarta-feira, 15 de julho de 2015

Tsipras diz aos gregos que só tinha duas opções: “negociar ou sair” do euro

FUTURO DA GRÉCIA


O primeiro-ministro grego, em entrevista à televisão estatal do país, explicou que ou aceitava o acordo, ou a Grécia abandonava a zona euro. "Voltar ao dracma não era viável", garante.

Atualizações em direto
14/07/2015    23:59 Ana Suspiro
O Fundo Monetário Internacional revelou entretanto o relatório explosivo a dívida grega e como a Europa tem de ir mais longe na reestruturação do que o proposto. 
Analistas admitem que este documento pode inviabilizar o acordo do fim de semana, na medida em que o Fundo pode recusar entrar no terceiro resgate, caso a Europa não aceite um perdão de dívida ou um período de carência de 30 anos. 
Boa noite. 
Hoje ficamos por aqui.

14/07/2015     22:51 Ana Suspiro
Passos Coelho também deu uma entrevista esta noite, à SIC onde confirma que a Grécia só tinha duas saídas. 
Se o acordo não fosse alcançado, a saída da zona euro tornar-se-ia uma inevitabilidade. 
Reconhecendo que o acordo “é duro” para os gregos, Passos Coelho assinala que o compromisso ainda tem de ser aprovado no parlamento grego e de outros países para que a hipótese do Grexit fique completamente afastada.

14/07/2015    22:40 Ana Suspiro
FMI pode impor alívio da dívida grega como condição para entrar no novo resgate

Entretanto, o relatório secreto do FMI sobre a imperiosa necessidade de reestruturar a dívida grega está a ser visto como uma condição para o Fundo apoiar o terceiro resgate grego. 
De acordo com o New York Times , o Fundo Monetário Internacional propôs aos credores europeus que ponderem um alívio significativo da dívida grega durante a maratona de negociações que decorreu este fim de semana. 
O FMI defende um perdão parcial (“write off”) da dívida de Atenas ou pelo menos a carência de reembolsos por 30 anos. 
No entanto, uma fonte anónima citada pelo jornal, revela que os responsáveis europeus recusaram a proposta do FMI para aliviar a dívida.

Também o jornal britânico Telegraph diz que o relatório entregue pelo FMI representa um sério aviso aos líderes europeus de que o Fundo não vai entrar no novo resgate grego, caso a Alemanha e os credores institucionais europeus continuem a recusar uma reestruturação substancial da dívida grega que irá ultrapassar os 200% do PIB nos próximos dois anos.

14/07/2015    22:17 Ana Suspiro
Reabertura dos bancos vai depender de quando for assinado acordo final

Nesta entrevista, Tsipras deu várias garantias em relação à banca, mas não revelou quando é que os bancos gregos vão reabrir as portas. 
Acrescenta que vai depender de quando for assinado o acordo final de resgate, o que ainda vai demorar um mês, isto no cenário em que as medidas do resgate são aprovadas no Parlamento de Atenas.

O primeiro-ministro disse que as medidas de controlo de capitais “serão gradualmente levantadas”, a começar pelo aumento dos limites aos levantamentos diários, que estão nos 60 euros. 
Os bancos helénicos estão fechados desde o dia 6 de julho, a seguir ao referendo que votou não aos credores.

E o Banco Central Europeu (BCE) tem recusado aumentar o financiamento de emergência que manteve os bancos gregos a funcionar nas semanas anteriores. 
Mas o primeiro-ministro grego diz que as conversas para com o BCE para reforçar a ELA (financiamento de emergência) já foram retomadas.

Tsipras estima que os bancos do país precisem apenas de 15 mil milhões de euros para recapitalização.

14/07/2015     21:58 Ana Suspiro
O editor do Guardian em Bruxelas corrobora a versão dada por Passos Coelho de que uma das ideias que desbloqueou o impasse negocial foi sua.


Há 12h 21:45 Ana Suspiro
Grécia está a viver um choque pós-traumático

Enquanto a Grécia atravessa, por estes dias, um “choque pós-traumático”, como o próprio classifica a reação do país à notícia do acordo grego com os parceiros europeus, Tsipras admite que esta “não é uma história de sucesso”, mas reafirma foi “um acordo necessário”.

14/07/2015    21:17 Tiago Palma
Terminou a entrevista de Alexis Tsipras à TV estatal grega. 
Por entre críticas ao comportamento da Alemanha nas reuniões do Eurogrupo — sobretudo do ministro das Finanças alemão Schäuble, que terá dito a Varoufakis que “ou a Grécia aceitava o acordo ou saía do euro” –, o primeiro-ministro também deixou elogios aos esforços diplomáticos, por exemplo, da França, na hora de chegar a um consenso. 
Um consenso que diz ser “duro”, mas “necessário”, pois a Grécia “não resistiria a voltar ao dracma”. 
Por último, Tsipras lembrou que a Grécia ainda não recebeu qualquer montante do empréstimo de transição (empréstimo ponte) porque, acusa o primeiro-ministro grego, “há muito quem queira bloquear” o empréstimo. 
O acordo financeiro será ratificado no prazo de um mês.

14/07/2015     21:06 Tiago Palma
Portugal, por enquanto, não foi ainda tema de conversa na entrevista de Tsipras à televisão estatal da Grécia, apesar do contributo dado por Passos Coelho para o desfecho do acordo. 
O primeiro-ministro grego não deixou de elogiar a posição da França, da Itália, do Chipre e da Áustria nas reuniões do Eurogrupo, países que classifica como “apoiantes” da Grécia.

14/07/2015    21:04 Tiago Palma
Tsipras assume perante os gregos que os depósitos estão “salvaguardados”. 
O acordo final “será ratificado no prazo de um mês”, e permitirá, gradualmente, “restaurar” o sistema bancário grego.

14/07/2015     20:59 Tiago Palma
A garantia é de Tsipras: o terceiro resgate prevê um programa de recapitalização da banca, num valor aproximado de 25 mil milhões de euros. 
Os bancos terão até 30 anos para devolver essas verbas ao Fundo que vai gerir o património e as privatizações gregas.
”É um valor mais do que suficiente para evitar que os depositantes e os investidores sejam chamados a assumir as perdas da banca (bail-in)”.

14/07/2015   20:55 Tiago Palma
Eleições? 
“Não há razões para isso”, garante Tsipras. 
Sobre as possíveis divisões no seio governamental e do próprio Syriza, o primeiro-ministro desmente que existam, e garante que a sua relação com Varoufakis, o ex-ministro das Finanças, é de “uma amizade profunda”. 
Sobre possíveis “erros ou exageros” de Varoufakis, Tsipras “assume a responsabilidade”.

14/07/2015    20:47  Tiago Palma
Tsipras diz que a Grécia ainda não recebeu qualquer montante do empréstimo de transição (empréstimo ponte). 
Este financiamento de urgência permitira ao país cumprir os reembolsos aos credores, em particular junto do BCE, até que o pacote de ajuda externa chegue. 
O primeiro-ministro grego realça que “há muito quem queira bloquear” este empréstimo.

14/07/2015     20:43 Tiago Palma
Alexis Tsipras garante que foi o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, a colocar a Varoufakis (ex-ministro das Finanças) as duas saídas possíveis. 
Ou os gregos “aceitavam [o acordo] ou saíam” da zona euro. 
No entanto, questionado sobre se a Alemanha tinha um plano já elaborado para a saída da Grécia, Tsipras responde que Angela Merkel lhe negou a existência de tal plano. 
Curiosamente, mais adiante na entrevista, Tsipras diria que “não existia um Plano B”, mas que Schaeuble, ele sim, “tinha um Plano B”, que implicaria a saída grega.

14/07/2015    20:34 Tiago Palma
Uma das razões que terá levado Alexis Tsipras a aceitar o acordo foi precisamente a possibilidade da Grécia deixar a moeda única e retornar ao dracma. 
“A Grécia não suportaria voltar ao dracma”, garante, acrescentando que “nunca foi uma hipótese viável” para o Syriza.

14/07/2015     20:30 Tiago Palma
Tsipras: "Os credores quiseram vingar-se do referendo"

“A posição dos credores foi uma posição de vingança em relação ao referendo”. 
É deste modo, sem peias nem teias, que Alexis Tsipras descreve o comportamento dos parceiros europeus durante as negociações, não se referindo a quem foi mais intransigente ou “vingativo” para com os governantes gregos. 
Tsipras acrescenta, durante a entrevista à televisão estatal, que os credores quiseram “mostrar aos gregos que foram derrotados”. 
A dureza das palavras do primeiro-ministro não se ficam por aqui, e termina dizendo que são “muitos” os que ficariam “felizes com o falhanço” do seu executivo e das suas políticas.

14/07/2015   20:25 Tiago Palma
Noite do acordo foi má para a Europa

O primeiro-ministro garante que o acordo não prevê “o corte nos salários e nas pensões”. 
Com o acordo “possível”, Tsipras prevê que a Grécia vá “ultrapassar a crise num prazo de três anos”. 
A responsabilidade do acordo, assume-o, é sua, pelo que vai “tenta implementar o acordo, não fugindo às suas responsabilidades” de primeiro-ministro. 
Tsipras garante que fez “tudo o que podia” nas reuniões do Eurogrupo, tentou “até ao limite” o melhor acordo possível, e o “irracional” aumento de impostos foi uma imposição dos parceiros europeus que “teve que aceitar”, numa noite que “foi má para a Europa.”

14/07/2015     20:14 Tiago Palma
Tsipras à TV grega: "ou negociava ou saía do euro"

Alexis Tsipras está esta noite a dar uma entrevista à televisão estatal grega, ERT TV, onde já começou a falar sobre o acordo que o país fez com os parceiros europeus. 
Diz o primeiro-ministro grego que só tinha duas opções: “ou negociava, ou saía do euro”. 
Tsipras garante ainda que o acordo inclui reformas estruturais “duras”, mas inclui uma reestruturação da dívida grega depois de 2022. 
Ou seja, nem tudo foi negativo neste acordo, apesar de medidas “irracionais” como o aumento do IVA. 
O primeiro-ministro grego crê que esta foi a oportunidade que a Grécia precisava para “sair da crise”. 
O acordo prevê um ajustamento orçamental de 1% ao ano.

14/07/2015     19:23 Ana Suspiro
A televisão pública grega, a ERT TV, está a avançar que a ministra-adjunta das Finanças, Nadia Valavani, se demitiu do cargo, informação que não foi ainda confirmada por fonte oficial do Ministério. 
Valavani fazia parte da equipa escolhida por Yanis Varoufakis que também abandonou funções depois do referendo grego.

14/07/2015     19:10 Filomena Martins
Já o Presidente da República, Cavaco Silva, considerou que a situação da Grécia “é um bom exemplo de como erros cometidos por um Governo numa negociação externa podem conduzir a sacrifícios muito grandes para as populações”.

Na Póvoa de Varzim, no final de uma jornada dedicada à Fileira da Pesca, Cavaco Silva foi questionado sobre o acordo alcançado entre a Grécia e as instituições internacionais, garantindo que sempre esteve “convencido que na 25.ª hora seria encontrada uma solução” já que tem “uma certa tendência para olhar com muito menos excitação para estas crises da União Europeia do que os analistas”, disse o Presidente, citado pela agência Lusa.

14/07/2015    19:09 Filomena Martins
António Costa: Passos só ajudou na 25ª hora e com pequena tecnicalidade

Em conversa mais tarde com os jornalistas, o líder do PS voltou a falar sobre o acordo grego e a intervenção autoreclamada por Passos Coelho para a solução encontrada com uma crítica: “Nas próximas eleições temos de votar para ter um Governo que ajude à mudança na União Europeia e não um Governo que leve seis meses a criar obstáculos para depois, na 25.ª hora, (parece) dar uma pequena ajuda na resolução de uma pequena tecnicalidade”, disse, citado pela agência Lusa.

14/07/2015   17:22 Tiago Palma
António Costa: "A direita mais radical, onde se alia o nosso Governo, fez tudo para expulsar a Grécia do Euro""

António Costa, durante a homenagem a Mariano Gago, no ISCTE, em Lisboa, também falou do acordo entre a Grécia e os parceiros europeus: “O ter havido um acordo é, em si mesmo, bom. 
Nós estávamos numa trajetória muito perigosa, onde a direita mais radical, onde se alia o nosso Governo, fez tudo o que estava ao seu alcance para expulsar a Grécia da Zona Euro. 
E a expulsão da Grécia da Zona Euro era o fim do Euro. 
E era também o fim da nossa presença no Euro. 
Foi por isso muito importante que tivesse havido um acordo. 
Se o acordo é perfeito? 
Não, não é perfeito. 
Mas é um acordo. 
Eu espero que a partir deste acordo seja possível estabilizar a Zona Euro. 
Aquilo que é decisivo para a Zona Euro é diminuir-se as divergências entre as economias.”Os bancos helénicos estão fechados desde o dia 6 de julho, a seguir ao referendo que votou não aos credores.

E o Banco Central Europeu (BCE) tem recusado aumentar o financiamento de emergência que manteve os bancos gregos a funcionar nas semanas anteriores. 
Mas o primeiro-ministro grego diz que as conversas para com o BCE para reforçar a ELA (financiamento de emergência) já foram retomadas.

Tsipras estima que os bancos do país precisem apenas de 15 mil milhões de euros para recapitalização.

14/07/2015     13:36 Edgar Caetano
FMI. Europa precisa de dar moratória de 30 anos à Grécia

A agência Reuters teve acesso a uma nova análise elaborada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em que o organismo vai ainda mais longe do que no relatório publicado na semana antes do referendo.

Na análise do FMI, a Grécia vai precisar que a Europa lhe conceda um período de graça de 30 anos para o reembolso da dívida que o país tem perante os fundos europeus – incluindo nos novos empréstimos que vierem a ser entregues ao abrigo do eventual terceiro resgate.

Alternativa a isto: corte imediato e direto no valor da dívida (haircut) ou transferências anuais para o Orçamento do Estado grego (o que é proibido pelo Tratado Europeu).

Neste novo relatório, o FMI defende que a Grécia precisa de um alívio da dívida que vá “muito além” do que a Europa tem admitido fazer, até agora, com uma moratória de juros de 10 anos (a partir de 2012), entre outras medidas que procuram tornar mais fácil o reembolso pela Grécia dos fundos recebidos dos contribuintes europeus.

O FMI diz, também, que a dívida irá atingir um pico de 200% do PIB ao longo dos próximos dois anos. 

E mesmo esta avaliação está “sujeita a riscos negativos consideráveis”.

14/07/2015    13:12 Edgar Caetano
Schäuble diz que há no governo alemão quem prefira a saída da Grécia

O ministro alemão das Finanças reconhece que “algumas pessoas no governo são da opinião de que [a saída do euro] poderia ser a melhor solução para a Grécia, mas apenas na condição de que seja Atenas a tomar essa decisão”.

A declaração de Wolfgang Schäuble surgiu no final de um encontro dos ministros das Finanças da União Europeia, esta terça-feira em Bruxelas. 
Schäuble adiantou que colocou a hipótese de uma “saída temporária” da zona euro para tentar “forçar uma alternativa”, ou seja, levar Alexis Tsipras a aceitar as condições impostas pelos líderes europeus para que exista um terceiro resgate.

O alemão adiantou, também, que as negociações para o terceiro resgate serão “muito difíceis” mas defendeu que a responsabilidade está do lado da Grécia. 
As negociações devem demorar quatro semanas, diz Schäuble.

14/07/2015    11:56 Edgar Caetano
Grécia precisa de 40 a 50 mil milhões de euros do MEE

Saíram nos últimos minutos algumas informações importantes:

– A Grécia precisa de um valor entre 40 mil milhões e 50 mil milhões por parte do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para um terceiro resgate com a duração de três anos. 
A informação foi avançada por um representante da Comissão Europeia em Bruxelas.

– Ministro Giorgios Stathakis confirma que a votação acontecerá no Parlamento na quarta-feira, referindo-se ao primeiro conjunto de medidas exigidas pelos credores para que se inicie a discussão sobre o segundo resgate.

– Stathakis acrescentou que ao longo dos próximos 30 a 40 dias será votado o novo acordo na íntegra. 
É, também, “provável” que haja uma remodelação no governo de Tsipras.

– O ministro acrescentou que os bancos irão reabrir quando o BCE aceitar aumentar o limite ao acesso dos bancos à linha de emergência (ELA).

– Mesmo quando reabrirem os bancos, alguns controlos de capitais irão continuar em vigor.

– A Grécia irá tentar um financiamento transitório no valor de 6 a 7 mil milhões de euros para garantir as necessidades de financiamento das próximas semanas.

14/07/2015   10:46 Edgar Caetano
Grécia não pagou ao FMI, mas pagou aos japoneses

A Grécia falhou na segunda-feira mais um pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) mas não incumpriu com o reembolso de um conjunto de obrigações samurai que estavam nas mãos de um banco japonês. 
Enquanto que as regras que regem incumprimentos perante o FMI são algo flexíveis e obedecem a um calendário em várias fases, caso a Grécia não tivesse pago estas obrigações, seria maior o risco de cross default, ou seja, que a falha de pagamento em alguns instrumentos desencadeie o reembolso imediato de vários outros instrumentos – algo que a Grécia não está em condições de fazer.

Segundo o jornal Ekathimerini , o banco japonês Mizuho diz ter recebido de Atenas 20 mil milhões de ienes, algo como 150 milhões de euros, que satisfazem o reembolso desta dívida. 
Eram obrigações chamadas samurai, que foram emitidas há cerca de 20 anos.

14/07/2015    10:21 Edgar Caetano
Os 13 deputados do PASOK vão viabilizar acordo

Os socialistas do PASOK vão dar o seu apoio ao governo na votação parlamentar que deverá acontecer amanhã, quarta-feira, a um primeiro conjunto de medidas exigidas pelos credores.

Segundo o Ekathimerini, a nova líder do partido, Fofi Gennimata, deverá dizer a Alexis Tsipras que este pode contar com o apoio dos 13 deputados dos PASOK (no total, no Parlamento, são 300) para viabilizar um acordo que permita as negociações com os credores.

O PASOK não deverá, contudo, aceitar ir para o governo caso Alexis Tsipras tente fazer uma remodelação. 
Havendo possibilidade de eleições antecipadas nos próximos meses, o PASOK não quererá associar-se em demasia ao Syriza.

14/07/2015   10:15 Edgar Caetano
Gregos Independentes esclarecem: Só aceitam o que foi combinado no dia 6

“O primeiro-ministro foi chantageado a aceitar um texto que era totalmente diferente do que tínhamos acordado”. 
A declaração é de Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes – o partido que está em coligação com o Syriza.

O responsável refere-se ao que foi acordado no encontro de líderes partidários que aconteceu na manhã após o referendo. Nessa altura, os vários partidos (exceto os neonazis da Aurora Dourada, que não foram chamados para essa reunião, e os comunistas do KKE, que não votaram) deram a Alexis Tsipras “luz verde” para ir a Bruxelas procurar um acordo com os credores que permitisse que a Grécia continuasse no euro.

Não se sabem exatamente quais foram as orientações aceites entre os vários responsáveis mas, segundo Kammenos, o pacote que foi acordado no dia 12/13 de julho não conserva o espírito desse acordo interpartidário. 
Daí que Panos Kammenos diga: “apenas votaremos favoravelmente as medidas que foram faladas no encontro de líderes partidários” no dia 6. 
Nada mais.

Panos Kammenos diz que está a existir uma “tentativa de golpe [de Estado]”, com os credores determinados a “fazer ruir o governo e substituí-lo por outro governo, que não foi eleito pela população”.

Esta informação é do jornal grego Ekathimerini 

14/07/2015     9:56 Edgar Caetano
Anatomia de um parlamento - o grego.

Os deputados gregos começam esta terça-feira a escrever a legislação que será submetida amanhã a votação. 
Alexis Tsipras tem tido reuniões sucessivas com representantes dos outros partidos para assegurar que as primeiras quatro do total de seis medidas passam no Parlamento.

Confrontado com aquilo que o jornal Ekathimerini descreveu como um “motim” no seu próprio partido – o Syriza -, Alexis Tsipras já sabe que não contará com o voto favorável de várias dezenas dos seus deputados. 
E o seu parceiro de coligação, os Gregos Independentes, já indicou que os seus dois deputados não irão viabilizar o acordo.

Mas, em compensação, Tsipras deverá conseguir aprovar as medidas contando com o apoio dos partidos Nova Democracia, To Potami e PASOK. 
No seu conjunto, estes três partidos têm 106 (dos 300) deputados. O Syriza tem 149 mas estima-se que pelo menos 30 irão votar contra o acordo.

Contas feitas, a menos que a “rebelião” no Syriza seja maior do que se pensa, “é mais forte a probabilidade de que a legislação passe”, dizem os analistas do Rabobank. 
O que falta saber é qual será o custo político para Alexis Tsipras de ter de contar com o apoio dos outros partidos para viabilizar esta legislação.

14/07/2015   9:32 Edgar Caetano
Privatizações poderão “abrir a porta à China”, diz jornal chinês

O pacote de privatizações previsto no acordo entre o primeiro-ministro grego e os líderes da zona euro pode atrair à Grécia novos investimentos da China, anunciou hoje um jornal oficial chinês.

“Acordo sobre a Grécia ‘pode abrir a porta à China'”, diz a manchete de hoje do China Daily, o principal jornal oficial de língua inglesa do país.

Um consultor financeiro grego citado pelo jornal exorta o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, a “visitar brevemente” Pequim e a “envolver-se seriamente com a China”. 
“Acho que [Alexis] Tsipras devia ir à China debater investimentos em infraestruturas, transportes e energia e abordar bancos chineses que poderão fornecer financiamentos suplementares”, defendeu Christos Vlachos, sócio - gerente da empresa Silky Finance. 
“Isso deve ser a prioridade de Tsipras depois de o acordo com Bruxelas estar finalizado”, acrescentou.

Uma analista financeira chinesa citada pelo mesmo jornal sustenta também que “a China poderá beneficiar do potencial” proporcionado pelo programa de privatizações da Grécia, sobretudo na área dos portos, mas alerta que o Governo chinês deve ser “prudente” quanto à aquisição de títulos da divida grega.

Agência Lusa

14/07/2015   9:31 Edgar Caetano
Terceiro resgate? Fitch receia que seja marcado por "derrapagens"

A agência de rating Fitch viu com bons olhos o acordo atingido na madrugada de segunda-feira entre a Grécia e os credores, que poderá lançar as bases para um terceiro resgate caso um primeiro conjunto de leis passe no parlamento de Atenas na quarta-feira. Mas vão continuar a existir grandes riscos para a Grécia, na perspetiva dos riscos associados à economia e à dívida grega.

O problema, diz a Fitch, estará nos detalhes. 
Antecipando que será muito difícil levar em frente o plano de resgate (a três anos) sem haver “desacordo” sobre os detalhes, a Fitch receia que qualquer novo programa de assistência poderá “derrapar muito rapidamente”.

14/07/2015    9:21 Edgar Caetano
Reino Unido: "Zona euro deve pagar a fatura" da ajuda à Grécia

O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, diz que “a zona euro tem de pagar a fatura” de uma eventual ajuda à Grécia. 
A declaração foi proferida à entrada para uma reunião dos ministros das Finanças da UE.

“Deixem-se ser muito claro: o Reino Unido não faz parte da zona euro e, portanto, a ideia de que os contribuintes britânicos serão chamados a pagar uma ajuda à Grécia é completamente descabida”.

O Reino Unido não tem qualquer relação com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgates da zona euro a quem a Grécia deverá pedir um terceiro resgate a três anos. 
Mas o Reino Unido tem sido envolvido nestas discussões porque é necessário encontrar uma solução de curto prazo que garanta o financiamento da Grécia nas próximas semanas, enquanto decorrem as negociações para o terceiro resgate.

Uma solução, por sinal, menos “complicada” (líderes como Dijsselbloem dizem que todas as hipóteses são complicadas) seria a utilização do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, um dos organismos que emprestaram a Portugal (e Irlanda) e que se financia no mercado graças à garantia do Orçamento comunitário. 
Aí, o Reino Unido teria um papel importante.

14/07/2015    9:10 Edgar Caetano
Ministro grego chama "assassinos" aos credores (e um ponto de situação)

Bom dia.

Abrimos um novo liveblogue para acompanhar, esta terça-feira, os últimos desenvolvimentos na crise grega. 
Comecemos com um ponto de situação:

– Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, acaba de dizer em Bruxelas que “não se deve esperar um acordo em breve” que garanta um financiamento transitório para a Grécia, que permita aguentar as várias semanas que durarão as negociações para um eventual terceiro resgate. 
Este acordo estava “prometido” para até hoje, mas está a revelar-se “uma questão complicada“. 
A hipótese mais imediata seria recorrer ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, um dos organismos que emprestaram a Portugal e à Irlanda e que se financia no mercado graças à garantia do Orçamento Comunitário. 
Mas países como o Reino Unido não querem ter qualquer papel nesta questão. 
Ministro finlandês, Alexander Stubb, diz que “talvez alguns países possam dar empréstimos bilaterais à Grécia”. 
Boas ideias precisam-se.

– Depois de várias reuniões na noite de segunda-feira entre Tsipras e representantes dos vários partidos, a aprovação no Parlamento de Atenas do acordo com a Europa continua longe de estar garantida. 
A votação ocorrerá amanhã, quarta-feira, mas Tsipras terá dificuldade em passar a legislação porque já terá perdido, pelo menos, 30 dos 149 deputados do Syriza que suportam a sua maioria. 
Os Gregos Independentes, parceiro de coligação, já informaram que não irão viabilizar o acordo.

– O líder da ala mais radical do Syriza, que é também ministro da Energia e Ambiente, diz que Alexis Tsipras deve voltar atrás com o acordo assinado na madrugada de segunda-feira. 
Isto porque a Grécia não deve aceitar condições impostas por “chantagistas brutais e assassinos financeiros”.

– Entretanto, a Grécia falhou mais um pagamento ao FMI, no valor de mais de 400 milhões de euros, elevando para cerca de dois mil milhões de euros o montante devido por Atenas à instituição sedeada em Washington, DC, nos EUA.

– Os bancos gregos vão continuar fechados pelo menos até quarta-feira, dia da votação no parlamento e, possivelmente, de uma greve geral da Função Pública grega.

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