quinta-feira, 16 de julho de 2015

Parlamento grego aprova terceiro resgate com 229 votos a favor

FUTURO DA GRÉCIA


Tsipras viu as primeiras medidas prévias ao resgate passarem no Parlamento, mas graças à oposição: o Syriza dividiu-se na hora de votar. 
38 dos seus deputados votaram "Não" ou abstiveram-se.



















Histórico de Atualizações
16/07/2015   1:41 Ana Suspiro
Boa noite. 
Amanhã, o Eurogrupo reúne para dar os próximos passos no terceiro resgate à Grécia. 
Aguardam-se decisões sobre o empréstimo de urgência ao país. 
O sim do Parlamento grego foi o primeiro ato. 
Ainda há vários obstáculos a ultrapassar.

16/07/2015    1:09 Ana Suspiro
O ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, uma das principais caras da oposição interna e que votou contra, assegura que ainda apoia o governo do Tsipras mas adianta que se demitirá se o primeiro-ministro lhe pedir.

16/07/2015      0:42 Ana Suspiro
A contagem final dá 229 votos ao sim. 
38 membros do Syrisa votaram não ou abstiveram-se. 
É uma vitória à boleia da oposição com um sabor amargo para o líder do governo grego. 
Uma fonte governamental citada pelo Guardian adianta que Tsipras não se demite, mas antecipa-se uma remodelação da equipa com a saída dos membros que votaram não ao acordo com os credores.

16/07/2015   0:21 Tiago Palma

16/07/2015    0:19 Tiago Palma
Foi uma autêntica rebelião no seio do Syriza e do governo. 
32 dos 64 votos no “Não” foram de deputados da maioria que sustenta Tsipras. 
As seis abstenções (“Present”) são igualmente de deputados do Syriza e dos Gregos Independentes.


16/07/21015      0:02 Tiago Palma
O "Sim" vence com 228 votos

228 deputados votaram “Sim”; 64 votaram “Não”; Abstenções foram 6.
The results of the vote on the third #bailout plan in #Greece pic.twitter.com/cYh9rpcO8y — Harris Mylonas (@hmylonas) July 15, 2015 
15/07/2015     23:51 Tiago Palma
Varoufakis votou "Não"

Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças grego, votou “Não” ao acordo e foi aplaudido no Parlamento. 
Outros 14 deputados do Syriza votaram igualmente pela rejeição ao acordo com os credores europeus. 
Tsipras vai ter o acordo aprovado por larga maioria, mas o Syriza divide-se.

15/07/2015     23:50 Tiago Palma
O “Sim” segue em vantagem, com 60 votos, contra os 21 do “Não”. São 300 os deputados que vão votar; 162 são do Governo (149 do Syriza e 13 dos Gregos Independentes).

15/07/2015    23:45 Tiago Palma
Começou a votação

A votação nominal já começou no Parlamento grego. 
Em causa está a aprovação de um programa de reformas acordado com os credores e que resultará num terceiro resgate à Grecia.

15/07/2015    23:33 Tiago Palma
Começou o bate-boca no Parlamento. 
Vangelis Meimarakis, líder do partido Nova Democracia, acusa Alexis Tsipras: “Os bancos estão fechados porque os gregos votaram em vocês, nas vossas falsas promessas”. 
Em resposta, Tsipras garante que as medidas são “menos duras” que as apresentadas antes pela Nova Democracia. 

A votação está mais de uma hora e meia atrasada.

15/07/2015   23:18 Ana Suspiro

15/07/2015   23:17 Ana Suspiro
E por falar em alemães. 
O jornal popular Bild avança que o governo de Merkel ainda considera possível um cenário de saída da Grécia do euro.

15/07/2015    23:13 Ana Suspiro
A diretora-geral do FMI tem a expectativa de que a Europa venha a aproximar-se das posições do fundo sobre a necessidade de um perdão para a dívida grega. 
“Tenho alguma esperança porque nas últimas horas tem havido um movimento favorável a uma reestruturação da dívida”, declarou Lagarde, numa entrevista à CNN International. 
O Fundo qualifica de insustentável a dívida grega, num relatório que saiu cá para fora esta semana, posição que poderá condicionar a sua participação num terceiro resgate.

“O que lhes temos dito (aos europeus) é que seja qual for a forma (…) é preciso encontrar uma forma de aliviar o fardo e permitir ao país demonstrar que a sua dívida pode regressar a uma trajetória viável”, desenvolveu Lagarde. 
Já depois de conhecido o relatório mais recente do FMI sobre a Grécia, a Comissão foi forçada a reconhecer que será necessário um alívio muito substancial da dívida grega.

No parlamento de Atenas, Tsipras comparou o alívio da dívida grega com o perdão recebido pela Alemanha após a segunda guerra mundial.

15/07/2015   23:08 Tiago Palma
A propósito do acordo, Tsipras não tem dúvidas de que o povo grego “compreende a diferença entre aqueles que combatem a injustiça e aqueles que se rendem à injustiça”, como que justificando o acordo que o próprio rubricou. 
Por outro lado, o primeiro-ministro assume que “não acredita” em muitas das medidas em cima da mesa, mas teve que escolher entre “aceitar o acordo ou um ‘default’ [incumprimento] desordenado”. 

Tsipras terminou o discurso aplaudido de pé pelos deputados do Syriza.

15/07/2015   22:56 Tiago Palma
Tsipras: "Deixamos uma herança de democracia e dignidade à Europa"

Alexis Tsipras, regressado ao Parlamento, fala aos deputados: “Lutámos pelo bem do nosso povo. 
Tivemos de enfrentar opositores muito poderosos, lutar pelo direito contra os poderes financeiros. 
Foi uma luta muito desigual. 
Deixamos uma herança de democracia e dignidade à Europa que não pode ser apagada”.

15/07/2015   22:47 Tiago Palma
"Se o governo falhar, não haverá esperança para a Grécia", garante o líder dos Gregos Independentes

O líder dos Gregos Independentes, partido que está coligado no Governo grego com o Syriza, chegou a ameaçar, nos último tempos, votar contra o acordo, mas já esta noite, citado pelo Guardian, garante que os deputados dos Gregos Independentes vão votar “contra a sua consciência”, a favor do acordo. 
Panos Kammenos alerta os deputados que “se o governo falhar, não haverá esperança para a Grécia e para a Europa”. 
Com o voto favorável da oposição ao acordo, o problema não será tanto o voto dos Gregos Independentes, mas a cisão que pode vir a acontecer na coligação de governo. 
Se Kammenos retirar o seu apoio a Tsipras e ao Syriza, o governo fica francamente fragilizado, apesar da aprovação do acordo.

15/07/2015    22:36 Tiago Palma
O jornal britânico Guardian adianta que Alexis Tsipras optou por se ausentar do debate, remetendo-se ao silêncio, para que a tensão no Parlamento grego não aumente. 
Mas a verdade é que já aumentou, e um visivelmente exaltado Evangelos Venizelos, ex-ministro das Finanças grego, acusou o Syriza de “vender ilusões”, e que o partido de Tsipras deve ser “responsabilizado” pelo acordo. 

O debate continua, e já lá vão 30 minutos para lá da meia-noite, o que é o mesmo que dizer que o compromisso do Syriza para com os credores, de aprovar no Parlamento, até final do dia 14 de julho, o acordo, se esgotou.

15/07/2015    22:11 Tiago Palma
Giorgos Stathakis, o ministro da Economia grego, garante que o acordo com os credores vai “estabilizar o setor bancário”. 
Quem também falou no Parlamento foi o porta-voz do Syriza, Nikos Filis, que considera que o acordo foi um “golpe” de Bruxelas, e que se o Governo do Syriza cair, será um “favor [que os deputados da oposição fazem] a Schauble e aos círculos conservadores da Europa”. 
A votação no Parlamento grego deve começar dentro de poucos minutos.

15/07/2015    21:53 Tiago Palma
Oposição vai votar a favor do acordo, mas rejeitam alianças com o Syriza

No Parlamento grego, a oposição já declarou a sua intenção de voto. 
O líder dos socialistas do PASOK, Fofi Gennimata, garante que o partido vai votar a favor do acordo alcançado com os parceiros europeus. 
Os conservadores da Nova Democracia e os centristas do To Potami, estes últimos pela voz do seu líder, Stavros Theodorakis, também vão votar favoravelmente o acordo. 
Todos os partidos da oposição, sem exceção, criticaram a ausência de Alexis Tsipras do debate e da votação. 

O To Potami, por seu lado, acrescentou ainda que rejeitará uma coligação com o Governo do Syriza caso haja uma cisão no seio do partido.

15/07/2015   21:35 Tiago Palma
O diário grego Kathimerini adianta que foram detidos mais de 30 manifestantes pela policia. 
A Praça Syntagma continua a encher-se de gente, a violência foi-se retraindo com o adiantado da hora, mas são, nesta altura, entre mil e duas mil pessoas à espera da votação no exterior.

15/07/2015    21:26 Tiago Palma
Grécia vai receber 7 mil milhões de euros até chegar o terceiro resgate

O jornal grego Kathimerini avançou esta noite que a Grécia vai receber, nos próximos três meses, 7 mil milhões de euros de empréstimo urgente (brigge funding) por parte do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM).

A decisão, no entanto, só será consumada esta quinta-feira, durante a teleconferência do Eurogrupo, na qual também se vai pedir aos ministro das Finanças da zona euro que precisem de aprovação parlamentar, que o façam com urgência, pois o processo deve estar concluído até final da semana, garante o Kathimerini.


Por outro lado, a decisão é tudo menos consensual, e o EFSM vai avançar para o empréstimo sem o apoio do Reino Unido, que na reunião desta terça-feira do ECOFIN, se opôs ao empréstimo de 7 mil milhões de euros até que o terceiro resgate à Grécia avance.

15/07/2015   21:01 Tiago Palma
Teleconferência do Eurogrupo esta quinta-feira sobre terceiro resgate

O Eurogrupo vai realizar uma teleconferência esta quinta-feira para avaliar se estão reunidas as condições para prosseguir as negociações de um terceiro resgate e debater o empréstimo intercalar à Grécia.

Fonte europeia confirmou à Lusa a reunião esta quinta-feira dos ministros das Finanças da zona euro. 
Apesar de ainda não haver uma hora marcada, será previsivelmente de manhã.

O encontro por teleconferência acontecerá depois da votação das medidas de austeridade exigidas pelos credores no parlamento grego.

Esta, servirá também para discutir a ajuda de emergência à Grécia, o chamado `financiamento-ponte`, que a Comissão Europeia propôs hoje que seja de sete mil milhões de euros para três meses, financiado através do fundo no qual participam todos os 28 Estados-membros da União Europeia, Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira.

Um empréstimo intercalar para a Grécia é imperioso, já que o terceiro programa de ajuda, acordado na cimeira da zona euro concluída na passada segunda-feira, só deverá estar operacional dentro de cerca de um mês.

Segundo as estimativas, a Grécia necessita de sete mil milhões de euros até à próxima segunda-feira, 20 de julho, mais cinco mil milhões de euros adicionais até meados de agosto, mas a proposta agora apresenta pela Comissão cobrirá apenas sete mil milhões de euros.


Questionado sobre de que maneira seria possível reunir 12 mil milhões de euros através do recurso ao EFSM (a sigla em inglês do antigo mecanismo europeu de estabilização financeira), uma vez que, dos 60 mil milhões de euros com que este fundo estava dotado, 48,5 mil milhões foram usados nos programas de assistência a Portugal e Irlanda, Dombrovskis explicou que o empréstimo intercalar que está agora a ser ultimado será no valor de sete mil milhões de euros, pois o restante até poderá ser já eventualmente coberto pelo terceiro programa de ajuda.

15/07/2015   20:05 Helena Pereira
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho voltou a dizer esta quarta-feira que “não faz sentido” perdoar dívida grega. 
“O perdão da dívida pelos credores oficiais, é sabido, não querem fazer. 
Não faz sentido estar a perdoar a dívida e a dar mais dinheiro. 
Ou se faz uma coisa ou outra. 
A nossa opção foi dar mais dinheiro à Grécia para ajudar a resolver os problemas e manter a Grécia dentro do euro”, defendeu.

15/07/2015   19:53 Tiago Palma
Se no exterior o clima é tenso e de exaltação, no interior do Parlamento grego, os deputados já começaram a discutir o acordo que Tsipras alcançou com os credores, mas em tom morno. 
A declaração que se destaca é a de Euclid Tsakalotos, o ministro das Finanças, que confessou aos deputados que “segunda-feira de manhã [quando o acordo foi alcançado] foi o dia mais difícil” da sua vida. 
“É uma decisão que vou carregar comigo para o resto da vida”, conclui, lamentando-se, Tsakalotos. 
A votação deverá estar terminada às 00h00 locais, 22h00 em Portugal Continental.

15/07/2015    19:42 Tiago Palma
Na TV, vêem-se manifestantes, de rosto coberto por máscaras de gás, que arremessam garrafas de cocktail molotov contra a política. 
São já muitos os pequenos focos de inocêndio na Praça Syntagma e nas imediações.


15/07/2015     19:33 Tiago Palma
A noite não vai ser de pacatez nas ruas Atenas. 
Os manifestantes começaram a chegar ao final da tarde à Praça Syntagma, nas imediações do Parlamento, onde esta noite se vai começar a debater o acordo obtido em Bruxelas. 
Já se escuta o rebentamento de petardos, palavras de ordem contra o Syriza e o acordo alcançado, a policia de intervenção tenta controlar os desacatos, mas, garantidamente, a noite vai ser longa e de protestos.


Pode acompanhar aqui em directo o desenrolar dos acontecimentos em Atenas:



15/07/2015    18:18 Edgar Caetano
Manifestantes contra o acordo com a Europa juntam-se na Praça Syntagma


























15/07/2015     17:47 Edgar Caetano
Alemanha vai exigir garantias no empréstimo provisório

Segundo o Handelsblatt, o governo alemão vai exigir garantias para aprovar o empréstimo de sete mil milhões de euros que a Comissão Europeia propôs como financiamento de transição. 
O Ministério das Finanças sugeriu que essas garantias possam assumir a forma de direitos futuros de saque no Orçamento de Estado, para restituir dinheiro que possa não ser reembolsado.

Já em França, os deputados aprovaram por maioria absoluta o terceiro resgate à Grécia. 
“Estamos a exigir muito dos gregos, não queremos castigá-los mas ajudar a criar uma recuperação económica que é crucial”, afirmou o primeiro-ministro Manuel Valls, citado pela AFP.

15/07/2015    17:38 Edgar Caetano
Tsipras desafia "rebeldes" do Syriza a apresentarem propostas

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse numa reunião do grupo parlamentar do Syriza que se a votação não for favorável a um acordo, deverá demitir-se.


“Esgotei todas as minhas capacidades negociais e todas as soluções possíveis”, terá dito Tsipras, citado pelo Ekathimerini.

A declaração surge depois de, esta manhã, mais de metade dos membros do comité central do partido terem considerado o acordo obtido por Tsipras um “golpe”.

O acordo celebrado com Bruxelas é “diretamente contrário a qualquer noção de democracia e soberania popular”, pode ler-se no comunicado do Comité Central do Syriza, citado pelo El País.

Quem tiver propostas alternativas, terá dito Tsipras, deverá dar um passo em frente e apresentá-las, até porque Tsipras diz que, durante a negociação em Bruxelas, a única alternativa seria a saída temporária sugerida por Schäuble.

15/07/2015    16:49 Edgar Caetano
Debate no Parlamento deve começar pelas 18h (Lisboa)

Encontro marcado no Parlamento grego às 19 horas locais (17h em Lisboa). 
O debate sobre o acordo obtido em Bruxelas deverá começar pelas 18h de Lisboa.

15/07/2015   16:31 Tiago Palma
Passos Coelho: "O acordo dá condições à Grécia para ser um pagador credível"

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, esta tarde, na Câmara Municipal do Porto, voltou a falar sobre o acordo entre a Grécia e os parceiros europeus para um terceiro resgate. 
“No final de uma primeira avaliação completa e positiva, será iniciado um trabalho que visa oferecer à Grécia condições de pagamento da dívida, condições que ajudam a Grécia a ser um pagador credível.”

Ainda sobre as condições do acordo, Passos garante que este possibilitará aos gregos “um perfil de pagamentos diferente, fazendo um certo alisamento desses pagamentos, para que eles [Grécia] não tenha picos muito elevados de pagamento em determinados, por contraposição com outros anos.”

Sobre a entrevista do seu congénere grego, Alexis Trispras, à televisão estatal grega na noite de ontem, Pedro Passos Coelho, compreende o discurso de Tsipras, que falava “num acordo possível”. 
Considera Passos Coelho que “o compromisso envolveu todos os países da zona euro, incluindo a Grécia. 

Mas eu percebo primeiro-ministro grego: depois daquilo que foi o referendo que ele próprio pediu no seu país, tinha a necessidade de apresentar uma justificação política para o que aconteceu”.

15/07/2015     16:25 Edgar Caetano
Banca grega perdeu 19% dos depósitos

Cerca de 30 mil milhões de euros saíram dos bancos gregos até final de maio, segundo um documento da Comissão Europeia que se mostra muito preocupada com a situação do setor bancário da Grécia.

De acordo com o relatório datado de 10 de julho da Direção-Geral de Assuntos Económicos e Financeiros, elaborado após o Governo liderado por Alexis Tsipras ter pedido oficialmente um novo programa de resgate por três anos, a liquidez do sistema bancário grego já se vinha a agravar significativamente desde meados de 2014, mas está agora “num estado muito crítico”. 
A Comissão refere que, desde o início do ano até ao final de maio, mais de 30 mil milhões de euros em depósitos saíram dos bancos, correspondentes a 19% do total.

Para compensar a saída de depósitos, mas também de outros fatores que afetaram a liquidez, subiu a exposição dos bancos ao financiamento do banco central para mais de 116,4 mil milhões de euros. 
Especificamente quanto à linha de liquidez de emergência, a única linha a que atualmente as instituições gregas se conseguem financiar junto do banco central, a dependência aumentou para 78 mil milhões no final de maio.

Agência Lusa

15/07/2015   16:06 Edgar Caetano
Europa "fez bem em manter-se firma" com a Grécia, diz a BlackRock

Larry Fink, presidente executivo de uma das maiores gestoras de fundos do mundo, a BlackRock, diz que “foi muito importante que a Europa se tenha mantido firme” em relação à Grécia. 
“Era necessária uma Europa firme”, caso contrário este “tipo de comportamento poderia ser imitado em Espanha e Portugal”.

“O contrato e o financiamento anterior que foi prestado pelos credores à Grécia foi um contrato com o Estado, não com um partido político. 
Depois chega um novo partido e diz ‘queremos renegociar'”, afirmou Larry Fink em entrevista na CNBC  

15/07/2015    14:58 Edgar Caetano
Encargos da Grécia com dívida são menores do que em Portugal

(para mais informação sobre este assunto, leia o nosso especial escrito em Fevereiro) 

O comissário europeu para o Euro, Valdis Dombrovskis, disse hoje que os encargos com a dívida grega estão abaixo dos de Portugal, em termos de percentagem do PIB, considerando que Atenas paga “juros míseros”. 
Segundo Dombrovskis, “os custos do financiamento da dívida grega estão abaixo dos de Itália e de Portugal, em termos de percentagem do Produto Interno Bruto (PIB)”.

O comissário, que falava em conferência de imprensa, em Bruxelas, salientou a necessidade de se olhar também “para a condicionalidade da dívida e não apenas para o rácio da dívida para compreender o custo real do serviço da dívida”. 
Apesar de a dívida pública da Grécia ser a mais elevada face ao PIB entre os Estados-membros da União Europeia, representando cerca de 180% da riqueza produzida, o comissário letão considerou que é também importante tem em conta os encargos com o serviço da dívida.

Em relação às preocupações manifestadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório sobre a sustentabilidade da dívida pública grega, o comissário respondeu que “os empréstimos da zona euro não são um problema imediato”, uma vez que têm “longos períodos de carência – nos juros até 2020 e no capital até 2023, o que significa que a Grécia está a pagar juros míseros”.


Agência Lusa

15/07/2015    14:24 Edgar Caetano
A citação (em inglês) da conclusão do relatório da Comissão
ConclusionThe high debt to GDP and the gross financing needs resulting from this analysis point to serious concerns regarding the sustainability of Greece’s public debt. The concerns could be addressed through a far reaching and credible reform programme, very strong ownership of the Greek authorities for such a programme and, after full restoration of the loans agreements, debt-mitigating measures that would be granted only once the commitments to reform from the Greek authorities has been demonstrated. A very substantial re-profiling, such as a long extension of maturities of existing and new loans, interest deferral, and financing at AAA rates would allow to cater for these concerns from a gross financing requirements perspective, though they would still leave Greece with very high debt-to-GDP levels for an extended period.
15/07/2015   13:07 Edgar Caetano
Bruxelas: Alívio da dívida só depois de governo demonstrar "empenho sério"

A Comissão Europeia tem “preocupações sérias” em relação à sustentabilidade da dívida grega, sobretudo após “a deterioração grave [da economia] que se seguiu à imposição dos controlos de capitais e à imobilização da economia grega“.

Em relatório  com data de 10 de julho, elaborado depois de Alexis Tsipras pedir um novo programa de resgate aos líderes europeus, a Comissão Europeia diz que “estas preocupações devem ser respondidas com um programa de reformas credível, sentido de responsabilidade e propriedade por parte do governo grego em relação a este programa e, após uma reposição plena dos acordos de empréstimo, medidas de mitigação da dívida que devem ser atribuídas apenas quando for demonstrado o compromisso das autoridades gregas para com as reformas”.

Entre essas medidas podem estar a extensão das maturidades dos atuais e dos novos empréstimos e moratórias mais longas no pagamento de juros.

15/07/2015   12:43 Edgar Caetano
Alemanha sugeriu notas de crédito (IOU) para financiar Grécia no curto prazo

Parece estar encontrada a solução para financiar a Grécia nas cerca de quatro semanas que demorará negociar o eventual terceiro resgate. 
Mas o Ministério das Finanças alemão indicou esta manhã que deu uma sugestão que permitiria, pelo menos, diminuir o montante que o fundo da UE vai emprestar à Grécia (7 mil milhões): o recurso pela Grécia a notas de crédito, conhecidas pela sigla anglo-saxónica IOU.

Garantindo que esta medida não equivaleria a um mini-Grexit, o Ministério de Wolfgang Schäuble explicou que a emissão de notas de crédito poderia ser uma forma de garantir parte das necessidades de financiamento da Grécia até meados de agosto. O receio de alguns especialistas é que, a partir do momento em que essas notas de crédito fossem emitidas (para suportar pagamentos internos, por exemplo, como salários e pensões), passariam a funcionar quase como uma moeda alternativa. 
E, aí, a saída do euro poderia ficar muito mais próxima.

15/07/2015   12:23 Rita Dinis
Bancos continuam fechados pelo menos até sexta

Os bancos gregos vão permanecer fechados até pelo menos sexta-feira, segundo o novo decreto publicado pelo Ministério das Finanças grego, que amplia as operações que se podem levar a cabo nas sucursais abertas. 
O novo decreto mantém o limite para os levantamentos de dinheiro nas caixas multibanco em 60 euros por dia e em 120 euros o montante máximo para os pensionistas que só têm cartão.

15/07/2015     12:08 Edgar Caetano
Sete mil milhões da UE para financiar Grécia até meados de Agosto

Está encontrada a solução para satisfazer as necessidades de financiamento da Grécia enquanto se negoceia o terceiro resgate. O fundo que se financia no mercado com as garantias do Orçamento comunitário vai emprestar sete mil milhões de euros à Grécia, confirmou esta quarta-feira Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia. 
Mas ainda será necessário perceber exatamente como se vai solucionar a oposição britânica a este plano.

“Ainda estamos a discutir como colateralizar ou garantir este empréstimo para que os Estados que não são membros da zona euro se certifiquem que esta decisão não tem consequências para eles”, afirmou Dombrovskis. 
O Reino Unido e a República Checa têm procurado manter-se à margem, mas esta acabou por ser a única solução viável – legalmente e em tempo oportuno – para aliviar as necessidades de financiamento da Grécia nas cerca de quatro semanas que se admite que as negociações para o terceiro resgate possam durar.

Se as negociações para o terceiro resgate chegarem a bom porto, estará contemplado no envelope financeiro o reembolso integral ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) num prazo máximo de três meses. 
Os sete mil milhões de euros permitirão reembolsar o BCE na segunda-feira e acertar contas, também, com o FMI.

O plano, que foi aprovado por maioria qualificada, está dependente da passagem do acordo da cimeira do euro na votação parlamentar de hoje, em Atenas.

15/07/2015    11:51 Edgar Caetano
Não teria havido acordo sem a "ajuda e a persistência" dos EUA

O adjunto de Alexis Tsipras, Yannis Dragasakis, diz que a Grécia poderia nunca ter conseguido o acordo com a Europa sem a “ajuda e a persistência” do governo norte-americano.

“Devo agradecer publicamente ao governo norte-americano e ao Sr. Obama, já que sem a sua ajuda e persistência de que o acordo teria de incluir um compromisso com a questão da dívida poderíamos não ter conseguido”, afirmou Dragasakis, citado pelo Ekathimerini .

15/07/2015     11:02 Edgar Caetano
Como vão votar os vários partidos (e as várias sensibilidades) do parlamento grego?

A legislação que vai a votos esta noite no Parlamento grego é composta por três alíneas.

A primeira diz respeito à aprovação global do acordo obtido por Alexis Tsipras na cimeira do euro de domingo; a segunda inclui medidas ligadas aos impostos (IVA, impostos empresariais, regras fiscais para agricultores etc.); e a terceira diz respeito ao sistema de pensões (medidas que reformulam, por exemplo, as regras que regem as reformas antecipadas).

Sem uma aprovação destas medidas, não poderá haver negociação para o terceiro resgate e a situação pode agravar-se de forma súbita.

Como vão, então, votar os vários partidos (e as várias sensibilidades) do parlamento grego?

Syriza (149 deputados): Panagiotis Lafazanis, ministro da Energia e visto como líder da ala mais radical do Syriza, acaba de confirmar que não irá viabilizar o terceiro resgate. 
Lafazanis será apenas um dos mais de 30 deputados que, acredita-se, irão votar contra o acordo. 
Tsipras apelou ontem ao apoio dos deputados – se isso terá ou não alguma repercussão veremos esta noite.

Nova Democracia (76 deputados): O presidente interino do partido, Evangelos Meimerakis, tem dado a entender que o seu partido irá votar a favor de um acordo que permita que a Grécia continue no euro. 
O voto favorável deverá, contudo, implicar custos políticos para Alexis Tsipras, já que partidos como o Nova Democracia poderão exigir, eventualmente, eleições antecipadas na Grécia.

To Potami (17 deputados): O partido de centro-direita liderado por Stavros Theodorakis vai votar favoravelmente.

PASOK (13 deputados): Os 13 deputados do PASOK também vão votar a favor, informou a nova líder dos socialistas, Fofi Gennimata.

Gregos Independentes (13 deputados): É difícil antecipar como o partido que está coligado com o Syriza irá votar. 
Panos Kammenos, que é também ministro da Defesa, garantiu ontem que vai continuar no governo e a apoiar o primeiro-ministro. Mas garantiu que apenas votará favoravelmente as medidas que foram acordadas entre os vários líderes partidários na manhã após o referendo.

São necessários 151 deputados para passar a legislação.

15/07/2015    10:37 Edgar Caetano
Tsakalotos: Algumas medidas do acordo são essenciais para a Grécia

O ministro das Finanças da Grécia, Euclid Tsakalotos, disse esta manhã no Parlamento de Atenas que algumas medidas que estão no acordo que vai a votos hoje terão um impacto negativo sobre a economia. 
Mas há, também, medidas que proporcionarão reformas que são essenciais para o país.

Tsakalotos adiantou, também, que obteve do lado europeu um compromisso mais sólido em relação a um eventual alívio da dívida do que o governo anterior tinha conseguido.

15/06/2015     10:11 Edgar Caetano
Espanha vai levar o acordo ao Parlamento

Ainda que a lei espanhola não obrigue a isso, Mariano Rajoy informou esta quarta-feira que um eventual acordo para terceiro resgate à Grécia irá a votos no Parlamento. 
Deverão, portanto, ser sete os parlamentos da zona euro que irão votar este terceiro resgate. 
Entre os outros estão a Alemanha, Finlândia e Áustria.

Quanto a Portugal, a nossa Rita Dinis escreveu na segunda-feira que em Portugal o Parlamento nunca votou nenhuma questão de ajuda externa a terceiros porque não é uma “obrigação constitucional”, explicou ao Observador o deputado do PSD e secretário da mesa da Assembleia da República, Duarte Pacheco, ressalvando que, em teoria, o Governo pode levar o assunto ao Parlamento.

Mas não tem de o fazer, nem nunca nenhum Governo o fez. 
Por outro lado, Portugal está impedido constitucionalmente de referendar tratados europeus, como a Grécia fez no fim de semana passado.

15/07/2015   10:05 Edgar Caetano
Dia de levar o acordo a votos (um ponto de situação)

Alexis Tsipras admitiu ontem, em entrevista à estação pública , que não acredita no acordo atingido entre a Grécia e os líderes europeus. 
Um membro do governo alemão já veio dizer que este comentário "não vem ajudar em nada" 
Ainda assim, o primeiro-ministro grego pediu apoio parlamentar a este acordo que, diz, possibilita que a Grécia saia da crise dentro de três anos.

O acordo e as quatro primeiras medidas irão esta noite a votos no Parlamento grego. 
A votação deverá começar pelas 23 horas de Lisboa, mas esta hora ainda não foi confirmada oficialmente e está, claro, sujeita a atrasos.

Apesar do provável voto desfavorável de alguns deputados do Syriza (fala-se em 30, pelo menos), Alexis Tsipras deverá conseguir obter os 151 votos necessários para passar o acordo. 
O acordo irá, depois, ser submetido a votação em vários parlamentos nacionais e, depois, servir de base para as negociações para o terceiro resgate.

15/07/2015   9:45 Edgar Caetano
Bruxelas quer toda a UE a financiar a Grécia nos próximos três meses

Bom dia.

Abrimos um novo liveblogue para acompanhar, esta quarta-feira, os últimos desenvolvimentos na crise grega.

Prevê-se que este seja um dia longo, com uma greve geral convocada na Função Pública, e também uma noite longa, já que o Parlamento de Atenas irá votar, ao final desta noite, o acordo obtido por Alexis Tsipras na madrugada de segunda-feira.

Antes de lhe fazermos um ponto de situação, damos-lhe a notícia de que Bruxelas acaba de informar que irá propor que seja o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) – um dos fundos europeus que resgatou Portugal – a emprestar cerca de sete mil milhões de euros à Grécia para que, ao longo dos próximos três meses, possam decorrer as negociações com vista ao terceiro resgate.

Ainda não houve uma reação do Reino Unido a este plano. 
Ontem, o ministro das Finanças George Osborne defendeu que fosse a “zona euro a pagar a fatura de ajudar a Grécia” e que era “descabido” admitir que o Reino Unido participasse neste plano.


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