Em direto: Alexis Tsipras desafia credores e diz-se pronto a assumir as responsabilidades de rejeitar um mau acordo.
Jeroen Dijsselboem acusa Tsipras de mudar estratégia desde maio.
Liveblog Arquivado
17/6 23:42 Helena Pereira
O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa considerou esta quarta-feira que a saída da Grécia da União Europeia é “contrária aos interesses” da Europa e que o projeto europeu “perdeu a visão política”, deixando-se “dominar por lógicas financeiras e interesses”.
O ex-reitor da Universidade de Lisboa alertou para a necessidade de Portugal voltar a ter “voz na Europa”, apontando como caminho a definição de um “projeto nacional consolidado”.
Segundo Sampaio da Nóvoa, “o erro” de Portugal foi “abdicar” de um projeto nacional. “Julgo que tudo o que possa pôr em causa o projeto europeu, possa ser fratura, é contrário aos interesses da Europa.
Não seria bom para ninguém, nem para a Grécia, nem para Portugal, nem para o mundo que essas fragmentações levassem a saídas de qualquer país seja da zona euro, da zona europeia”, respondeu.
Para o candidato independente à sucessão de Cavaco Silva, “o projeto europeu é um grande projeto, é um projeto de paz, solidariedade, de desenvolvimento, de convergência entre os países, mas infelizmente não está a ser nada disto”.
Segundo Sampaio da Nóvoa, “o que está a acontecer hoje é que a prática europeia, concreta, económica, social, política é o contrário daquilo que são os elementos fundadores do projeto europeu”.
Interrompemos aqui o nosso liveblog de hoje sobre a Grécia. Obrigada por nos ter acompanhado.
17/6 22:06 Filomena Martins
Protestos em Atenas
Milhares de gregos desfilam esta noite em protesto em Atenas, concentrando-se na Praça Sintagma, quando é quase meia noite no país.
Nas palavras de ordem ouvem-se elogios ao governo grego de Alexis Tsipras e críticas à austeridade imposta pelos credores.
Os apoiantes do Syria apoiam a posição do governo de não ceder às propostas de Bruxelas e do FMI e desvalorizam o facto de o país poder entrar em default.
17/6 21:38 Filomena Martins
Passos volta a falar sobre a Grécia
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu ser “racionalmente importante” e “desejável para todos” na zona Euro que a Grécia encontre uma solução para não entrar em incumprimento.
“Reafirmo que seria desejável para todos, para a Grécia e para a zona Euro, que qualquer incumprimento grego fosse evitado e a reafirmação disso significa que, nesta altura, Portugal não colocará nenhum obstáculo a que uma solução dessas possa ser encontrada”, afirmou, citado pela Agência Lusa.
Passos Coelho, que falava numa visita ao Centro Comunitário São Cirilo, no Porto, salientou que, “racionalmente, era importante para todos que se pudesse chegar a uma solução que evitasse um incumprimento grego, mas isso não está só nas mãos do Eurogrupo”.
“Eu não faço palpites, nem apostas nem tenho estados de alma em relação a estas matérias.
Uma solução a ser encontrada tem de respeitar as regras que se aplicam a todos os países”, frisou.
Passos assinalou que “ninguém tem nada a lucrar” com a continuação da instabilidade ou com “um precipício financeiro”, mas garantiu que, “aconteça o que acontecer, a resposta que a Europa está hoje em condições de executar é muito mais robusta que aquela que em 2010 ocorreu, quando o problema se manifestou pela primeira vez”.
Portugal assegurou novamente que “Portugal não será apanhado desprevenido numa situação de emergência”, uma vez que tem “amealhado o suficiente para poder fazer face a essas situações”.
17/6 21:15 Filomena Martins
Negociador grego diz que credores do país não parecem dispostos a um compromisso
O ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros grego, que é o principal representante de Atenas nas negociações com os credores considerou, em entrevista a sair no Libération desta quinta-feira, que os seus interlocutores “não parecem dispostos ao compromisso”. Euclide Tsakalotos afirmou que, nas últimas reuniões com os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, apresentou “uma série de propostas sobre as questões orçamentais”, mas que, na realidade, os seus interlocutores “não pareceram dispostos ao compromisso”.
Também na entrevista, Tsakalotos torna a abordar o tema das reformas, que é um dos pontos de divergência com os credores: “Os nossos interlocutores insistem sempre na baixa das (pensões de) reformas.
É irrealista (fazê-lo) num país onde já foram consideravelmente reduzidas desde há cinco anos e onde dois terços dos reformados vivem abaixo da linha de pobreza”.
17/6 18:48 Nuno André Martins
Angela Merkel fará um discurso esta quinta-feira na câmara baixa do Bundestag onde a Grécia será um tema importante.
Segundo a Bloomberg, o discurso da chanceler alemã deverá contornar os ataques de Alexis Tsipras aos credores e lembrar a Atenas a necessidade de cumprir com as reformas planeadas, que a Alemanha tudo fará para manter a Grécia no euro e que a Grécia também tem de fazer por isso.
17/6 18:45 Nuno André Martins
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, terá ligado ao primeiro-ministro grego esta tarde.
O Governo grego espera discutir uma nova proposta dos credores durante este fim-de-semana, noticia a televisão grega Mega TV.
17/6 18:43 Nuno André Martins
Yanis Varoufakis, em declarações à Reuters, afasta a hipótese de acordo no próximo Eurogrupo, que se realiza esta quinta-feira.
17/6 18:09 Nuno André Martins
Nikos Papas, ministro de Estado da Grécia, também ataca o Banco da Grécia depois dos comentários incluídos no relatório publica esta manhã: o governador do banco central “devia cingir-se ao seu mandato – de neutralidade”.
Os comentários surgem depois da grande controvérsia criada em torno do relatório que dizia que sem acordo a Grécia poderia ter de sair da zona euro, com consequências severas para a economia e a sua população.
17/6 17:50 Nuno André Martins
Aplicar as regras à risca e tornar a situação pior do que ela já está, ou continuar a dar crédito aos bancos gregos e danificar a sua própria credibilidade?
A análise ao dilema do BCE é do Wall Street Journal e explica os riscos que todas as opções trazem para a instituição liderada por Mario Draghi (a ler aqui).
17/6 17:24 Nuno André Martins
Sem acordo com os credores, não há dinheiro para pagar ao FMI
Se ainda restavam dúvidas, o chefe da equipa grega que está a negociar o programa com os credores tira-as todas: sem a próxima tranche, não há pagamento ao FMI.
Euclid Tsakalotos: “Não há financiamento, não temos acesso aos mercados, não temos o dinheiro que não foi transferido desde o verão de 2014, por isso obviamente não vamos ser capazes de ter o dinheiro para pagar isso [os 1,6 mil milhões de euros ao FMI]“.
17/6 17:15 Nuno André Martins
Também a Irlanda se prepara para o incumprimento da Grécia e para uma consequente saída do euro.
Segundo a Bloomberg, que cita uma fonte não identificada, o Ministério das Finanças está a preparar-se, juntamente com outros ministérios e institutos públicos, para este cenário. Num comentário enviado por email à Bloomberg, o Ministério das Finanças da Irlanda diz apenas que os representantes do Ministério, e outros dentro do Governo, “fazem planos de contingência para várias questões”.
17/6 17:10 Nuno André Martins
O BCE voltou a aumentar o limite de empréstimos de emergência que o Banco Central da Grécia pode dar aos bancos nacionais e que não são cobertos pelo BCE, de 83 para 84,1 mil milhões de euros.
Os bancos comerciais gregos começaram a usar em grande escala a chamada Emergency Liquidity Assistance (ELA) quando a 4 de fevereiro o BCE anunciou que iria deixar de aceitar que os bancos utilizassem dívida pública grega como garantia nos empréstimos que lhe pediam.
A decisão foi justificada pelo BCE com a impossibilidade de prever na altura a conclusão com sucesso da atual revisão do programa de ajustamento, pouco mais de uma semana após o Syriza ganhar as eleições legislativas na Grécia e depois de uma reunião com o ministro das Finanças da Grécia em Frankfurt, com Mario Draghi, presidente do BCE.
Com esta decisão, os bancos deixaram de ter garantias suficientes para pedir o dinheiro que necessitam emprestado ao BCE, e viraram-se para o Banco da Grécia, que está ajudar a cobrir o valor que falta.
O valor máximo da liquidez dada através deste mecanismo é decidido pelo BCE.
Este tipo de liquidez é usada normalmente em último recurso, é suposto ser temporária e só pode ser usada para bancos com problemas de liquidez, e não de solvência.
Uma linha cada vez mais ténue à medida que a fuga de depósitos aumenta.
17/6 17:03 Nuno André Martins
Controlo de capitais na Grécia?
Como último recurso e apenas para ganhar alguns dias, defendia um dos diretores do Open Europe em março.
Uma análise que pode ajudar a perceber melhor as implicações desta medida (pode ler aqui).
17/6 16:52 Nuno André Martins
Na Macedónia, país vizinho e com históricas ligações à Grécia, também já se fazem contas à saída de Atenas do euro.
Segundo os analistas do ICBC Standard Bank, o Governo da Macedónia necessitaria de 250 milhões de euros (cerca de 3% do PIB do país) para recapitalizar os bancos no pior cenário antevisto, algo que o banco considera comportável.
Neste cenário mais negro, as unidades dos bancos gregos no país entravam em colapso devido à fuga de depósitos, o Governo tomaria controlo dos bancos e os bancos já não teriam capital nessa altura.
17/6 16:46 Nuno André Martins
Perda de acesso ao financiamento do BCE, bancos fechados ou controlos de capitais imediatos, com consequências diretas na melhor altura do ano para o turismo na Grécia, do qual muito depende a sua economia, são algumas das consequências imediatas do incumprimento grego ao FMI no final do mês, segundo Jacob Funk Kirkegaard, do Peterson Institute for International Economics (pode ler aqui), um think tank norte-americano.
Na análise, alguns cenários sobre o futuro da crise grega.
17/6 16:32 Nuno André Martins
A Presidente do Parlamento da Grécia, Zoi Konstantopoulou, atacou esta tarde o relatório do Banco Central da Grécia que diz que sem acordo, a Grécia pode vir a sair do euro e que as consequências dessa eventualidade seriam dramáticas.
Para Konstantopoulou, o relatório é “antidemocrático”, e será devolvido ao Banco Central como “inaceitável”.
O relatório deveria ser apresentado no Parlamento pelo governador Yannis Stournaras, ex-ministro das Finanças do anterior Governo da Nova Democracia, partido que considerou no Parlamento que os comentários da Presidente do Parlamento eram envergonham o órgão de soberania.
Não é a primeira vez que Zoi Konstantopoulou surge nas notícias pelas piores razões. Numa dessas ocasiões foi notícia por banir os polícias que asseguram a segurança dos deputados de usar as casas de banho do Parlamento.
17/6 16:25 Nuno André Martins
Frans Timmermans, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia (uma espécie de braço direito de Jean-Claude Juncker) defende em Bruxelas que ainda há tempo para se chegar a acordo com a Grécia.
O prazo para a conclusão do programa já foi alargado por duas vezes, uma no anterior Governo da Nova Democracia, e outra a 20 de fevereiro, já com o atual Governo.
Prazo termina dentro de 13 dias.
17/6 16:22 Nuno André Martins
Um olhar agora para a dívida pública grega.
Desde a entrada no euro que a dívida pública (em percentagem do PIB) tem aumentado consideravelmente, mesmo com o crescimento do PIB associado às melhores condições de acesso ao crédito.
Mesmo com a reestruturação profunda operada em 2012, a dívida continua muito elevada, superior a 174% do PIB grego, quando o valor máximo exigido pelo Tratado de Maastricht é de 60% do PIB.
Os números são da OCDE:
17/6 16:15 Nuno André Martins
Jack Lew, secretário de Estado do Tesouro dos EUA, defende agora as ações do FMI na Grécia, dizendo que essas ações do Fundo não foram erros.
Algo que o Governo grego já demonstrou publicamente que está longe de concordar.
17/6 16:08 Nuno André Martins
Grécia está disposta a fazer concessões, mas não aceita cortes nas pensões
Depois de muitas trocas de acusações, o chefe da equipa grega que está a negociar os detalhes técnicos do resgate – que substituiu Yanis Varoufakis após o Eurogrupo de abril em Riga -, diz que a Grécia está disposta a fazer concessões para conseguir um acordo com os credores antes do final do programa, no final deste mês.
Euclid Tsakalotos mantém no entanto a posição essencial do Governo: cortes nas pensões não estão em cima da mesa.
17/6 15:54 Nuno André Martins
O Governo alemão quer uma solução para a crise grega, mas isso exige que o Governo da Grécia “trabalhe duramente por essa solução”, diz o Ministro da Chanceleria da Alemanha Peter Altmaier, no Parlamento alemão.
17/6 15:50 Nuno André Martins
Os mercados continuam nervosos, ainda que ligeiramente melhor que nesta terça-feira.
A volatilidade continua em máximos desde janeiro, como mostra o índice de volatilidade Euro Stoxx 50, um composto que ajuda a medir as expetativas dos mercados com base nos preços das opções do Euro Stoxx 50.
17/6 15:39 Nuno André Martins
Nem todos pensam da mesma forma na Alemanha.
É a vez d’Os Verdes alemães atacarem a postura de Angela Merkel, que acusam a chanceler de não estar a assumir um papel de liderança na questão grega.
Sven-Christian Kindler defende ainda que a dívida da Grécia ao FMI e ao Banco Central Europeu deve ser trocada por dívida ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate do euro, o que significaria que a responsabilidade por toda a dívida dos resgates da Grécia, mais a dívida comprada no mercado secundário pelo BCE, passaria a estar nas mãos dos países da zona europeu, ou seja, as perdas que viessem a acontecer seriam imputadas a estes países.
17/6 15:33 Nuno André Martins
“Varoufakis não é um parceiro em quem possamos confiar”, diz o deputado alemão do SPD Johannes Kahrs.
O parlamentar, em declarações em Berlim, diz que o partido quer que a Grécia se mantenha no euro, mas não confia no ministro das Finanças da Grécia.
17/6 15:30 Nuno André Martins
As bolsas europeias continuam a sofrer com a incerteza em torno da questão grega, mas em menor dimensão que na sessão de terça-feira.
O principal índice da bolsa de Paris é o que mais cai, entre as principais congéneres europeias.
Milão consegue ganhos marginais nesta altura:
AEX (Atenas): -0,42%.
FTSE 100 (Londres): -0,14%.
CAC40 (Paris): -0,57%.
DAX (Frankfurt): -0,23%.
IBEX35 (Madrid): -0,09%.
MIB (Milão): + 0,14%.
17/6 15:11 Nuno André Martins
Frank-Walter Steinmeier, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, aumenta a pressão sobre a Grécia: o objetivo é manter a Grécia no euro, mas isso não vai acontecer se a Grécia não mudar a sua posição.
17/6 15:08 Nuno André Martins
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália defende um acordo com a Grécia e diz que este desfecho seria do interesse tanto da Grécia, como da Europa. A Grécia tem de fazer a sua parte para se chegar a um acordo.
17/6 15:06 Nuno André Martins
O secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, também já comenta a crise grega. O reponsável norte-americano diz que houve alguns progressos nas negociações com a Europa e o FMI, mas que o caminho até um acordo é complexo e desafiante.
17/6 15:05 Nuno André Martins
Um ajustamento orçamental menor, um menor ritmo de ajustamento da dívida pública e confiança que chegaria, especialmente, através de uma nova postura do Governo grego. Estas são as três condições essenciais para se chegar a um acordo, defende o diretor do Think Tank Bruegel, Guntram Wolf, numa publicação no site do instituto (pode ler aqui). Guntram Wolf diz que a Grécia tem razão no que diz respeito ao saldo primário, já que um maior saldo primário não significa grande ajustamento na dívida e tem impactos recessivos consideráveis.
17/6 14:56 Nuno André Martins
Mais um episódio no distribuir de culpas do Governo, agora com os jornalistas no centro da polémica.
O vice-ministro de Estado Terence Kouik diz que vai exigir da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, a lista de jornalistas que o FMI terá alegadamente “treinado” para fazer “lavagens cerebrais ao povo grego”.
Na lista que o governante exige, também estarão economistas igualmente treinados para fazer os comentários que o Fundo quer (pode ler aqui, mas apenas em grego).
17/6 14:47 Nuno André Martins
É a vez do ministro das Finanças de França alertar para as consequências da crise grega. Michel Sapin diz que a confiança económica na Europa pode ser afetada e que a única solução possível é o sucesso nas negociações entre a Grécia e os credores.
Francês junta-se ao já vasto número de responsáveis que dizem que a bola está do lado da Grécia, que tem de fazer propostas aos credores.
17/6 14:39 Nuno André Martins
“As nossas críticas são dirigidas ao Governo da Grécia, e não ao povo grego.
Os responsáveis gregos têm de acabar com os ataques despropositados aos nossos parceiros internacionais”, diz o ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, numa mensagem no twitter.
A mesma mensagem já tinha sido passada esta terça-feira pelo presidente da Comissão Europeia.
17/6 14:12 Nuno André Martins
A União Europeia está “preparada para todas os cenários”, diz o presidente do Eurogrupo, em Haia.
Jeroen Dijsselbloem não falar sobre detalhes dos planos de contingência, mas confirma que eles estão em curso e lembra que mesmo com a saída da Grécia do euro, a dívida pública grega não vai desaparecer.
“No pior cenário, apesar de esta não ser a nossa intenção, a dívida vai continuar existir.
A dívida não desaparece automaticamente por um país sair da zona euro”, diz.
17/6 14:00 Nuno André Martins
Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, terá dito aos deputados alemães que o Governo alemão já está avançar com planos de contingência para o cenário de não haver acordo com a Grécia.
As declarações do ministro terão sido feitas numa audição fechada com uma comissão parlamentar do Bundestag, que a Bloomberg noticia agora citando dois deputados que não quiseram ser identificados porque a sessão era à porta fechada.
O governante alemão disse aos deputados que ainda tem esperança num acordo entre a Grécia e os credores.
17/6 13:43 Nuno André Martins
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo euro, Valdis Dombrovskis, diz que os credores estão disponíveis para conversar sobre propostas alternativas que Atenas queira apresentar.
As condições técnicas para um acordo existem, diz.
Agora, “é necessária a vontade política do lado grego para este esforço final, para dar o empurrão final para se fechar um acordo”.
Valdis Dombrovskis insiste no tom usado esta manhã pelo seu colega Pierre Moscovici: as três instituições que a Grécia não quer que se chamem troika têm demonstrado “um grau substancial de flexibilidade” em relação à Grécia, como aceitar propostas para um saldo primário mais baixo que o previsto anteriormente, uma dos cavalos de batalha do Governo grego que quer limitar ao máximo medidas recessivas.
“Por exemplo, no atual programa existe uma meta de 3% [de saldo primário, ou seja, o saldo orçamental sem contar com a fatura da dívida pública] para este ano.
A nossa nova proposta é de 1% de excedente primário, que subiria para 2%, 3% e 3,5% nos anos seguintes”, o que representa também um aumento mais faseado que o previsto no programa atual.
Entre as propostas que a Comissão diz estar pronta para analisar alternativas viáveis estão os aumentos de IVA, da eletricidade, dos suplementos para as pensões mais baixas.
A despesa militar também pode estar entre as propostas alternativas, diz o responsável, já que a Grécia te o segundo maior orçamento para a Defesa, em percentagem do PIB, da União Europeia.
Veja aqui as respostas de Valdis Dombrovskis aos jornalistas em Bruxelas.
17/6 13:21 Nuno André Martins
Moscovici desmente propostas para cortes brutais nas pensões
O bate-boca entre as instituições e o Governo grego continua. Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, passa a responsabilidade para as autoridades gregas: “as propostas que estamos a fazer agora são muito razoáveis, perfeitamente razoáveis. (…)
As instituições têm vindo a mostrar um grande grau de flexibilidade”, diz em Bruxelas.
E sai mais um desmentido a Tsipras e Varoufakis: “E nós também não tentámos impor cortes nas pensões.
Não é verdade que isto levaria a cortes brutais.
Queremos garantir que as pessoas que têm pensões mais baixas conseguem manter essa pensão, mas temos de garantir também que as medidas tomadas são sustentáveis”.
Quanto à proposta de aumento do IVA, o comissário francês diz que as propostas feitas excluem os produtos e serviços mais usados pelas partes mais pobres da população grega.
Aliás, diz o comissário, a proposta de Juncker a Tsipras foi de que não houvesse IVA nos actos médicos, mas o presidente da Comissão Europeia ainda não recebeu qualquer resposta do primeiro-ministro grego.
17/6 13:14 Nuno André Martins
Tsipras desafia credores e diz-se pronto a assumir responsabilidades de recusar um mau acordo
Alexis Tsipras, já depois do encontro com o chanceler austríaco, diz que as propostas que a Grécia já apresentou cumprem com o que lhes foi exigido pelos credores.
Naquela que já começa a ser a eterna questão nestas negociações, os cortes nas pensões, o primeiro-ministro grego diz que as propostas que o seu Governo apresentou já contêm uma reforma significativa do sistema.
Agora, diz, é a vez de os Estados-membros tomarem decisões políticas.
Em mais um desafio aos credores, Alexis Tsipras diz ainda que está pronto para assumir as responsabilidades de recusar um acordo com os credores, caso as condições sejam inaceitáveis para o povo grego.
O primeiro-ministro grego qualifica as propostas dos credores como “incompreensíveis” e diz que se um acordo não for alcançado, isso será mau para toda a Europa.
17/6 13:10 Nuno André Martins
Jeroen Dijsselbloem, ainda presidente do Eurogrupo, diz que um perdão parcial da dívida grega não é um cenário desejável pelos líderes da zona euro.
17/6 13:10 Nuno André Martins
Peter Kazimir, ministro das Finanças da Eslováquia, diz que a culpa da recente turbulência nos mercados é da Grécia.
Um já habitual crítico da postura do Governo grego, Kazimir, que falava em Bratislava, diz que esta semana tem tido muitas más notícias no processo das negociações com a Grécia, mas ainda acredita num acordo.
17/6 13:07 Nuno André Martins
O Reino Unido insiste que está preparado para o a saída da Grécia do euro: “Continuamos a fazer por garantir que temos os planos certos a postos e estamos a acelerar a preparação”, diz o primeiro-ministro David Cameron, em Londres.
O governante admite no entanto que um incumprimento representa “sérios riscos para a economia” e que quer ver a Grécia e a zona euro encontrarem uma solução para esta situação.
17/6 13:05 Nuno André Martins
Joachim Poss, deputado alemão do SPD, diz que a Alemanha tem capacidade para aguentar o incumprimento da Grécia, mas que o seu partido quer manter a zona euro com todos os seus membros.
17/6 13:00 Nuno André Martins
O mesmo responsável europeu que dizia que não há perspetiva de grande discussão no próximo Eurogrupo sobre a Grécia, começa a levantar a hipótese de controlo de capitais na Grécia.
O responsável, não identificado, defende que o controlo de capitais imposto no Chipre tem tido sucesso.
Sobre o acordo com a Grécia, este só acontece se a Grécia respeitar as regras do processo.
Mesmo com um acordo, diz, ainda seria necessário um vasto trabalho para conseguir aprovar o compromisso a tempo de o programa terminar, para permitir que a Grécia consiga receber a tranche de 7,2 mil milhões de euros, pendente desde 2014.
Os Parlamentos nacionais dos países da zona euro têm de aprovar, para além das alterações legais envolvidas.
O processo é complexo e há pouco tempo para o finalizar.
Ainda assim, nem tudo é mau.
Há uma convergência significativa entre os credores, que continuam as negociações entre eles.
17/6 12:55 Nuno André Martins
A Rússia diz que não tem previsto ajudar financeiramente a Grécia.
Em resposta aos jornalistas russos hoje, em Moscovo, o ministro das Finanças Anton Siluanov diz que o orçamento russo não tem qualquer verba prevista para ajudar Atenas.
17/6 12:52 Nuno André Martins
Também sinal de que os problemas continuam é a análise do jornal britânico Financial Times.
Os bancos gregos perderam 30 mil milhões de euros em depósitos nos últimos sete meses.
Este período compreende não só o tempo em que o Syriza esteve no poder, mas também a crise política que começou com a jogada suicida de Antonis Samaras em dezembro, ex-primeiro-ministro da coligação Nova Democracia/PASOK, que insistiu numa desnecessária votação antecipada do Presidente da República no Parlamento grego e que fez cair o seu Governo.
A Constituição grega exige que o Parlamento aprove o Presidente da República num máximo de três rondas, duas com maioria qualificada.
Caso isso não aconteça, o país tem de avançar para eleições antecipadas, que foi o caso.
A votação do nome para Presidente da República da Grécia foi antecipada em dois meses, numa altura em que o resgate já tinha sido estendido por dois meses por dificuldades do Governo em cumprir o que tinha acordado.
17/6 12:48 Nuno André Martins
Quem achava que o próximo Eurogrupo, o último antes do final de terminar o prazo para se chegar a um acordo (pelo menos calendarizado), ia produzir resultados, pode esquecer.
Um responsável europeu disse hoje em Bruxelas que na reunião dos ministros das Finanças desta quinta-feira no Luxemburgo a discussão sobre a questão grega será muito curta.
Sinal da falta de novidades.
17/6 12:46 Nuno André Martins
A saída da Grécia da zona euro está nas mãos de Atenas, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Chega, Lubomír Zaoralek.
O governante checo não é tão otimista como outros dos seus pares: “a razão pode não vencer no debate sobre a Grécia no euro”.
17/6 12:42 Nuno André Martins
Apesar de toda a incerteza, a Grécia ainda conseguiu refinanciar dívida de curto prazo no mercado.
Os juros continuam altos: 2,7% por dívida a 13 semanas, o mesmo do último leilão, que aconteceu a 10 de junho.
17/6 12:40 Nuno André Martins
O Presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, defende em Haia que, é difícil, mas ainda é possível chegar a acordo com a Grécia e que a situação grega exige a completa atenção dos líderes europeus.
A bola está do lado da Grécia.
É o Governo grego que tem de apresentar uma proposta alternativa, diz, mesmo depois de Yanis Varoufakis já ter dito que não o fará, pelo menos a tempo do próximo Eurogrupo, que se realiza esta quinta-feira, desta vez no Luxemburgo.
17/6 12:36 Nuno André Martins
Banco Central: Sem acordo, a Grécia pode perder tudo o que alcançou nos últimos 30 anos
O Banco Central da Grécia também lançou um aviso cortante ao Governo: sem acordo com os credores, a Grécia pode ver aberta a porta de saída do euro.
E uma saída do euro podia ser devastadora para a economia grega: uma crise profunda na balança de pagamentos, a inflação dispararia, uma profunda recessão, uma queda dramática no rendimento disponível das famílias, uma escalada do desemprego. Em suma, diz o banco central, uma destruição de tudo o que o país alcançou nos últimos 30 anos.
O acordo com os credores é “um imperativo histórico”, diz a instituição liderada por Yannis Stournaras.
O banco central diz ainda que a distância entre a Grécia e os credores para se chegar a um acordo é relativamente pequena, por um lado, e que deve reafirmar o acordo de novembro de 2012, sobre a discussão de uma nova reestruturação da dívida pública grega.
Yannis Stournaras era ministro das Finanças do anterior Governo, liderado pela Nova Democracia.
É amigo de Yanis Varoufakis, mas isso não impediu o agora ministro das Finanças de pedir a sua demissão, tal como todo o Syriza, quando estava no Governo, devido a notícias que teria o apoio do FMI para uma reestruturação de dívida mas que não insistiu após o não, à porta fechada, do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.
17/6 12:28 Nuno André Martins
A dívida pública dos países periféricos parece já estas a sofrer na pele os efeitos da incerteza em torno do futuro da Grécia.
Segundo a Bloomberg, os juros da dívida dos países periféricos já estão no seu máximo dos últimos seis meses.
Os investidores estão a começar a cortar a sua exposição.
Os juros exigidos pelos investidores no mercado secundário para comprarem dívida pública espanhola a dez anos já bateram no seu máximo desde agosto.
No caso de Itália, os juros estão em máximos desde outubro. Irlanda e Portugal estão a sofrer com os juros mais altos vistos este ano.
O efeito Grécia no mercado começa a fazer desaparecer os ganhos conseguidos com o programa de compra de dívida do Banco Central Europeu.
Mais uma dor de cabeça para Mario Draghi…
17/6 12:23 Nuno André Martins
O banco suíço UBS é mais pessimista.
Apesar de ainda acreditar num acordo no último minuto, os analistas dizem, numa nota enviada aos seus clientes, que se a Grécia e os credores não chegarem a acordo, a situação vai piorar.
Os riscos, dizem, estão a ser subestimados pelos mercados e pelas autoridades.
A dívida pública dos países periféricos, como é o caso de Portugal, e o euro são quem deve sofrer mais na pele o pior cenário, que, dizem, começa a ser cada vez mais realista.
Os efeitos de contágio são muito mais prováveis do que os mercados parecem estar a contar nesta altura.
17/6 12:19 Nuno André Martins
Banco francês BNP Paribas diz que há 50% de hipóteses de a Grécia entrar em incumprimento no final deste mês.
Os analistas acreditam que a entrada em incumprimento da Grécia não tem de significar a saída da Grécia do euro e que o impacto no resto da zona euro deve ser muito limitado.
As medidas de contingência já preparadas e a disponibilidade do BCE para agir devem limitar os efeitos de uma saída da Grécia do euro, acreditam os analistas do banco francês.
O BNP Paribas acredita que ainda é possível à Grécia chegar a acordo com os credores, mas avisa que o tempo começa a escassear.
17/6 12:15 Nuno André Martins
Michalis Psalidopoulos vai ser o novo representante da Grécia no Fundo Monetário Internacional (FMI).
O professor da Universidade de Atenas aceitou o convite de Yanis Varoufakis, que já tinha convidado Elena Panaritis, e defendeu a sua escolha até há poucos dias, mas a linha dura do Syriza rejeitou o nome e desferiu uma série de ataques que levou a economista a recusar o convite, já depois de ter dado o ‘sim’.
Psalidopoulos começa as suas novas funções no dia 29 deste mês, um dia antes da Grécia ter de pagar ao FMI, algo que o próprio Governo tem dúvidas que venha a acontecer.
17/6 12:10 Nuno André Martins
Mais más notícias para os cofres gregos: Entre janeiro e maio, a coleta de impostos ficou 1,7 mil milhões de euros abaixo do esperado, diz o jornal grego Khatimerini.
Numa altura em que os cofres gregos estão cada vez mais cheios de ar e com avultados pagamentos de dívida pública a aproximarem-se, a margem de manobra do Governo grego é cada vez mais escassa.
17/6 12:08 Nuno André Martins
O chanceler austríaco Werner Faymann continua ativo na questão grego.
Na terça-feira defendia uma moratória de cinco anos no pagamento da dívida pública grega, desde que Atenas cumprisse condições muito rigorosas acordadas com os credores.
Hoje, Faymann diz que a União Europeia vai mostrar solidariedade se a Grécia fizer o seu trabalho de casa.
Werner Faymann admite que algumas das propostas feitas ao Governo grego pelas instituições não estavam certas e que a troika tem de ajudar Atenas a lidar com a questão da pobreza.
Mas Atenas também tem de melhorar a coleta de impostos e o cumprimento da lei.
17/6 12:03 Nuno André Martins
Os comentários diários à situação da Grécia, e sobre uma eventual saída da Grécia do euro, continuam intensos.
O ministro da Economia de França, Emmanuel Macron, defende que a Grécia tem de continuar na zona euro.
A França foi um dos países que deu um puxão de orelhas a Yanis Varoufakis, ministro das Finanças da Grécia, na reunião do Eurogrupo em Riga, no final de abril, pela falta de progressos.
“O empenho de [François] Hollande em manter a Grécia na zona euro tem sido constante desde 2012 e isso ajudou a forjar uma ligação franco-alemã muito forte”, diz o ministro da Economia francês.
“É agora a vez de Alexis Tsipras assumir as suas responsabilidades”.
17/6 11:58 David Dinis
Síntese da manhã
Bom dia,
A tensão entre governo grego e os restantes membros da zona euro não diminuiu nada nas últimas horas.
Hoje, a um dia do Eurogrupo onde todos se juntarão à mesa, o presidente do Eurogrupo voltou a rejeitar mexer na dívida da Grécia, contrariando os repetidos pedidos de Alexis Tsipras e Varoufakis.
Também esta manhã, Alexis Tsipras desafiou os líderes europeus a tomarem decisões.
Vamos já retomar estes e outros pontos.
Sem acordo com os credores, não há dinheiro para pagar ao FMI
Se ainda restavam dúvidas, o chefe da equipa grega que está a negociar o programa com os credores tira-as todas: sem a próxima tranche, não há pagamento ao FMI.
Euclid Tsakalotos: “Não há financiamento, não temos acesso aos mercados, não temos o dinheiro que não foi transferido desde o verão de 2014, por isso obviamente não vamos ser capazes de ter o dinheiro para pagar isso [os 1,6 mil milhões de euros ao FMI]“.
17/6 17:15 Nuno André Martins
Também a Irlanda se prepara para o incumprimento da Grécia e para uma consequente saída do euro.
Segundo a Bloomberg, que cita uma fonte não identificada, o Ministério das Finanças está a preparar-se, juntamente com outros ministérios e institutos públicos, para este cenário. Num comentário enviado por email à Bloomberg, o Ministério das Finanças da Irlanda diz apenas que os representantes do Ministério, e outros dentro do Governo, “fazem planos de contingência para várias questões”.
17/6 17:10 Nuno André Martins
O BCE voltou a aumentar o limite de empréstimos de emergência que o Banco Central da Grécia pode dar aos bancos nacionais e que não são cobertos pelo BCE, de 83 para 84,1 mil milhões de euros.
Os bancos comerciais gregos começaram a usar em grande escala a chamada Emergency Liquidity Assistance (ELA) quando a 4 de fevereiro o BCE anunciou que iria deixar de aceitar que os bancos utilizassem dívida pública grega como garantia nos empréstimos que lhe pediam.
A decisão foi justificada pelo BCE com a impossibilidade de prever na altura a conclusão com sucesso da atual revisão do programa de ajustamento, pouco mais de uma semana após o Syriza ganhar as eleições legislativas na Grécia e depois de uma reunião com o ministro das Finanças da Grécia em Frankfurt, com Mario Draghi, presidente do BCE.
Com esta decisão, os bancos deixaram de ter garantias suficientes para pedir o dinheiro que necessitam emprestado ao BCE, e viraram-se para o Banco da Grécia, que está ajudar a cobrir o valor que falta.
O valor máximo da liquidez dada através deste mecanismo é decidido pelo BCE.
Este tipo de liquidez é usada normalmente em último recurso, é suposto ser temporária e só pode ser usada para bancos com problemas de liquidez, e não de solvência.
Uma linha cada vez mais ténue à medida que a fuga de depósitos aumenta.
17/6 17:03 Nuno André Martins
Controlo de capitais na Grécia?
Como último recurso e apenas para ganhar alguns dias, defendia um dos diretores do Open Europe em março.
Uma análise que pode ajudar a perceber melhor as implicações desta medida (pode ler aqui).
17/6 16:52 Nuno André Martins
Na Macedónia, país vizinho e com históricas ligações à Grécia, também já se fazem contas à saída de Atenas do euro.
Segundo os analistas do ICBC Standard Bank, o Governo da Macedónia necessitaria de 250 milhões de euros (cerca de 3% do PIB do país) para recapitalizar os bancos no pior cenário antevisto, algo que o banco considera comportável.
Neste cenário mais negro, as unidades dos bancos gregos no país entravam em colapso devido à fuga de depósitos, o Governo tomaria controlo dos bancos e os bancos já não teriam capital nessa altura.
17/6 16:46 Nuno André Martins
Perda de acesso ao financiamento do BCE, bancos fechados ou controlos de capitais imediatos, com consequências diretas na melhor altura do ano para o turismo na Grécia, do qual muito depende a sua economia, são algumas das consequências imediatas do incumprimento grego ao FMI no final do mês, segundo Jacob Funk Kirkegaard, do Peterson Institute for International Economics (pode ler aqui), um think tank norte-americano.
Na análise, alguns cenários sobre o futuro da crise grega.
17/6 16:32 Nuno André Martins
A Presidente do Parlamento da Grécia, Zoi Konstantopoulou, atacou esta tarde o relatório do Banco Central da Grécia que diz que sem acordo, a Grécia pode vir a sair do euro e que as consequências dessa eventualidade seriam dramáticas.
Para Konstantopoulou, o relatório é “antidemocrático”, e será devolvido ao Banco Central como “inaceitável”.
O relatório deveria ser apresentado no Parlamento pelo governador Yannis Stournaras, ex-ministro das Finanças do anterior Governo da Nova Democracia, partido que considerou no Parlamento que os comentários da Presidente do Parlamento eram envergonham o órgão de soberania.
Não é a primeira vez que Zoi Konstantopoulou surge nas notícias pelas piores razões. Numa dessas ocasiões foi notícia por banir os polícias que asseguram a segurança dos deputados de usar as casas de banho do Parlamento.
17/6 16:25 Nuno André Martins
Frans Timmermans, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia (uma espécie de braço direito de Jean-Claude Juncker) defende em Bruxelas que ainda há tempo para se chegar a acordo com a Grécia.
O prazo para a conclusão do programa já foi alargado por duas vezes, uma no anterior Governo da Nova Democracia, e outra a 20 de fevereiro, já com o atual Governo.
Prazo termina dentro de 13 dias.
17/6 16:22 Nuno André Martins
Um olhar agora para a dívida pública grega.
Desde a entrada no euro que a dívida pública (em percentagem do PIB) tem aumentado consideravelmente, mesmo com o crescimento do PIB associado às melhores condições de acesso ao crédito.
Mesmo com a reestruturação profunda operada em 2012, a dívida continua muito elevada, superior a 174% do PIB grego, quando o valor máximo exigido pelo Tratado de Maastricht é de 60% do PIB.
Os números são da OCDE:
17/6 16:15 Nuno André Martins
Jack Lew, secretário de Estado do Tesouro dos EUA, defende agora as ações do FMI na Grécia, dizendo que essas ações do Fundo não foram erros.
Algo que o Governo grego já demonstrou publicamente que está longe de concordar.
17/6 16:08 Nuno André Martins
Grécia está disposta a fazer concessões, mas não aceita cortes nas pensões
Depois de muitas trocas de acusações, o chefe da equipa grega que está a negociar os detalhes técnicos do resgate – que substituiu Yanis Varoufakis após o Eurogrupo de abril em Riga -, diz que a Grécia está disposta a fazer concessões para conseguir um acordo com os credores antes do final do programa, no final deste mês.
Euclid Tsakalotos mantém no entanto a posição essencial do Governo: cortes nas pensões não estão em cima da mesa.
17/6 15:54 Nuno André Martins
O Governo alemão quer uma solução para a crise grega, mas isso exige que o Governo da Grécia “trabalhe duramente por essa solução”, diz o Ministro da Chanceleria da Alemanha Peter Altmaier, no Parlamento alemão.
17/6 15:50 Nuno André Martins
Os mercados continuam nervosos, ainda que ligeiramente melhor que nesta terça-feira.
A volatilidade continua em máximos desde janeiro, como mostra o índice de volatilidade Euro Stoxx 50, um composto que ajuda a medir as expetativas dos mercados com base nos preços das opções do Euro Stoxx 50.
17/6 15:39 Nuno André Martins
Nem todos pensam da mesma forma na Alemanha.
É a vez d’Os Verdes alemães atacarem a postura de Angela Merkel, que acusam a chanceler de não estar a assumir um papel de liderança na questão grega.
Sven-Christian Kindler defende ainda que a dívida da Grécia ao FMI e ao Banco Central Europeu deve ser trocada por dívida ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate do euro, o que significaria que a responsabilidade por toda a dívida dos resgates da Grécia, mais a dívida comprada no mercado secundário pelo BCE, passaria a estar nas mãos dos países da zona europeu, ou seja, as perdas que viessem a acontecer seriam imputadas a estes países.
17/6 15:33 Nuno André Martins
“Varoufakis não é um parceiro em quem possamos confiar”, diz o deputado alemão do SPD Johannes Kahrs.
O parlamentar, em declarações em Berlim, diz que o partido quer que a Grécia se mantenha no euro, mas não confia no ministro das Finanças da Grécia.
17/6 15:30 Nuno André Martins
As bolsas europeias continuam a sofrer com a incerteza em torno da questão grega, mas em menor dimensão que na sessão de terça-feira.
O principal índice da bolsa de Paris é o que mais cai, entre as principais congéneres europeias.
Milão consegue ganhos marginais nesta altura:
AEX (Atenas): -0,42%.
FTSE 100 (Londres): -0,14%.
CAC40 (Paris): -0,57%.
DAX (Frankfurt): -0,23%.
IBEX35 (Madrid): -0,09%.
MIB (Milão): + 0,14%.
17/6 15:11 Nuno André Martins
Frank-Walter Steinmeier, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, aumenta a pressão sobre a Grécia: o objetivo é manter a Grécia no euro, mas isso não vai acontecer se a Grécia não mudar a sua posição.
17/6 15:08 Nuno André Martins
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália defende um acordo com a Grécia e diz que este desfecho seria do interesse tanto da Grécia, como da Europa. A Grécia tem de fazer a sua parte para se chegar a um acordo.
17/6 15:06 Nuno André Martins
O secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, também já comenta a crise grega. O reponsável norte-americano diz que houve alguns progressos nas negociações com a Europa e o FMI, mas que o caminho até um acordo é complexo e desafiante.
17/6 15:05 Nuno André Martins
Um ajustamento orçamental menor, um menor ritmo de ajustamento da dívida pública e confiança que chegaria, especialmente, através de uma nova postura do Governo grego. Estas são as três condições essenciais para se chegar a um acordo, defende o diretor do Think Tank Bruegel, Guntram Wolf, numa publicação no site do instituto (pode ler aqui). Guntram Wolf diz que a Grécia tem razão no que diz respeito ao saldo primário, já que um maior saldo primário não significa grande ajustamento na dívida e tem impactos recessivos consideráveis.
17/6 14:56 Nuno André Martins
Mais um episódio no distribuir de culpas do Governo, agora com os jornalistas no centro da polémica.
O vice-ministro de Estado Terence Kouik diz que vai exigir da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, a lista de jornalistas que o FMI terá alegadamente “treinado” para fazer “lavagens cerebrais ao povo grego”.
Na lista que o governante exige, também estarão economistas igualmente treinados para fazer os comentários que o Fundo quer (pode ler aqui, mas apenas em grego).
17/6 14:47 Nuno André Martins
É a vez do ministro das Finanças de França alertar para as consequências da crise grega. Michel Sapin diz que a confiança económica na Europa pode ser afetada e que a única solução possível é o sucesso nas negociações entre a Grécia e os credores.
Francês junta-se ao já vasto número de responsáveis que dizem que a bola está do lado da Grécia, que tem de fazer propostas aos credores.
17/6 14:39 Nuno André Martins
“As nossas críticas são dirigidas ao Governo da Grécia, e não ao povo grego.
Os responsáveis gregos têm de acabar com os ataques despropositados aos nossos parceiros internacionais”, diz o ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, numa mensagem no twitter.
A mesma mensagem já tinha sido passada esta terça-feira pelo presidente da Comissão Europeia.
17/6 14:12 Nuno André Martins
A União Europeia está “preparada para todas os cenários”, diz o presidente do Eurogrupo, em Haia.
Jeroen Dijsselbloem não falar sobre detalhes dos planos de contingência, mas confirma que eles estão em curso e lembra que mesmo com a saída da Grécia do euro, a dívida pública grega não vai desaparecer.
“No pior cenário, apesar de esta não ser a nossa intenção, a dívida vai continuar existir.
A dívida não desaparece automaticamente por um país sair da zona euro”, diz.
17/6 14:00 Nuno André Martins
Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, terá dito aos deputados alemães que o Governo alemão já está avançar com planos de contingência para o cenário de não haver acordo com a Grécia.
As declarações do ministro terão sido feitas numa audição fechada com uma comissão parlamentar do Bundestag, que a Bloomberg noticia agora citando dois deputados que não quiseram ser identificados porque a sessão era à porta fechada.
O governante alemão disse aos deputados que ainda tem esperança num acordo entre a Grécia e os credores.
17/6 13:43 Nuno André Martins
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo euro, Valdis Dombrovskis, diz que os credores estão disponíveis para conversar sobre propostas alternativas que Atenas queira apresentar.
As condições técnicas para um acordo existem, diz.
Agora, “é necessária a vontade política do lado grego para este esforço final, para dar o empurrão final para se fechar um acordo”.
Valdis Dombrovskis insiste no tom usado esta manhã pelo seu colega Pierre Moscovici: as três instituições que a Grécia não quer que se chamem troika têm demonstrado “um grau substancial de flexibilidade” em relação à Grécia, como aceitar propostas para um saldo primário mais baixo que o previsto anteriormente, uma dos cavalos de batalha do Governo grego que quer limitar ao máximo medidas recessivas.
“Por exemplo, no atual programa existe uma meta de 3% [de saldo primário, ou seja, o saldo orçamental sem contar com a fatura da dívida pública] para este ano.
A nossa nova proposta é de 1% de excedente primário, que subiria para 2%, 3% e 3,5% nos anos seguintes”, o que representa também um aumento mais faseado que o previsto no programa atual.
Entre as propostas que a Comissão diz estar pronta para analisar alternativas viáveis estão os aumentos de IVA, da eletricidade, dos suplementos para as pensões mais baixas.
A despesa militar também pode estar entre as propostas alternativas, diz o responsável, já que a Grécia te o segundo maior orçamento para a Defesa, em percentagem do PIB, da União Europeia.
Veja aqui as respostas de Valdis Dombrovskis aos jornalistas em Bruxelas.
17/6 13:21 Nuno André Martins
Moscovici desmente propostas para cortes brutais nas pensões
O bate-boca entre as instituições e o Governo grego continua. Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, passa a responsabilidade para as autoridades gregas: “as propostas que estamos a fazer agora são muito razoáveis, perfeitamente razoáveis. (…)
As instituições têm vindo a mostrar um grande grau de flexibilidade”, diz em Bruxelas.
E sai mais um desmentido a Tsipras e Varoufakis: “E nós também não tentámos impor cortes nas pensões.
Não é verdade que isto levaria a cortes brutais.
Queremos garantir que as pessoas que têm pensões mais baixas conseguem manter essa pensão, mas temos de garantir também que as medidas tomadas são sustentáveis”.
Quanto à proposta de aumento do IVA, o comissário francês diz que as propostas feitas excluem os produtos e serviços mais usados pelas partes mais pobres da população grega.
Aliás, diz o comissário, a proposta de Juncker a Tsipras foi de que não houvesse IVA nos actos médicos, mas o presidente da Comissão Europeia ainda não recebeu qualquer resposta do primeiro-ministro grego.
17/6 13:14 Nuno André Martins
Tsipras desafia credores e diz-se pronto a assumir responsabilidades de recusar um mau acordo
Alexis Tsipras, já depois do encontro com o chanceler austríaco, diz que as propostas que a Grécia já apresentou cumprem com o que lhes foi exigido pelos credores.
Naquela que já começa a ser a eterna questão nestas negociações, os cortes nas pensões, o primeiro-ministro grego diz que as propostas que o seu Governo apresentou já contêm uma reforma significativa do sistema.
Agora, diz, é a vez de os Estados-membros tomarem decisões políticas.
Em mais um desafio aos credores, Alexis Tsipras diz ainda que está pronto para assumir as responsabilidades de recusar um acordo com os credores, caso as condições sejam inaceitáveis para o povo grego.
O primeiro-ministro grego qualifica as propostas dos credores como “incompreensíveis” e diz que se um acordo não for alcançado, isso será mau para toda a Europa.
17/6 13:10 Nuno André Martins
Jeroen Dijsselbloem, ainda presidente do Eurogrupo, diz que um perdão parcial da dívida grega não é um cenário desejável pelos líderes da zona euro.
17/6 13:10 Nuno André Martins
Peter Kazimir, ministro das Finanças da Eslováquia, diz que a culpa da recente turbulência nos mercados é da Grécia.
Um já habitual crítico da postura do Governo grego, Kazimir, que falava em Bratislava, diz que esta semana tem tido muitas más notícias no processo das negociações com a Grécia, mas ainda acredita num acordo.
17/6 13:07 Nuno André Martins
O Reino Unido insiste que está preparado para o a saída da Grécia do euro: “Continuamos a fazer por garantir que temos os planos certos a postos e estamos a acelerar a preparação”, diz o primeiro-ministro David Cameron, em Londres.
O governante admite no entanto que um incumprimento representa “sérios riscos para a economia” e que quer ver a Grécia e a zona euro encontrarem uma solução para esta situação.
17/6 13:05 Nuno André Martins
Joachim Poss, deputado alemão do SPD, diz que a Alemanha tem capacidade para aguentar o incumprimento da Grécia, mas que o seu partido quer manter a zona euro com todos os seus membros.
17/6 13:00 Nuno André Martins
O mesmo responsável europeu que dizia que não há perspetiva de grande discussão no próximo Eurogrupo sobre a Grécia, começa a levantar a hipótese de controlo de capitais na Grécia.
O responsável, não identificado, defende que o controlo de capitais imposto no Chipre tem tido sucesso.
Sobre o acordo com a Grécia, este só acontece se a Grécia respeitar as regras do processo.
Mesmo com um acordo, diz, ainda seria necessário um vasto trabalho para conseguir aprovar o compromisso a tempo de o programa terminar, para permitir que a Grécia consiga receber a tranche de 7,2 mil milhões de euros, pendente desde 2014.
Os Parlamentos nacionais dos países da zona euro têm de aprovar, para além das alterações legais envolvidas.
O processo é complexo e há pouco tempo para o finalizar.
Ainda assim, nem tudo é mau.
Há uma convergência significativa entre os credores, que continuam as negociações entre eles.
17/6 12:55 Nuno André Martins
A Rússia diz que não tem previsto ajudar financeiramente a Grécia.
Em resposta aos jornalistas russos hoje, em Moscovo, o ministro das Finanças Anton Siluanov diz que o orçamento russo não tem qualquer verba prevista para ajudar Atenas.
17/6 12:52 Nuno André Martins
Também sinal de que os problemas continuam é a análise do jornal britânico Financial Times.
Os bancos gregos perderam 30 mil milhões de euros em depósitos nos últimos sete meses.
Este período compreende não só o tempo em que o Syriza esteve no poder, mas também a crise política que começou com a jogada suicida de Antonis Samaras em dezembro, ex-primeiro-ministro da coligação Nova Democracia/PASOK, que insistiu numa desnecessária votação antecipada do Presidente da República no Parlamento grego e que fez cair o seu Governo.
A Constituição grega exige que o Parlamento aprove o Presidente da República num máximo de três rondas, duas com maioria qualificada.
Caso isso não aconteça, o país tem de avançar para eleições antecipadas, que foi o caso.
A votação do nome para Presidente da República da Grécia foi antecipada em dois meses, numa altura em que o resgate já tinha sido estendido por dois meses por dificuldades do Governo em cumprir o que tinha acordado.
17/6 12:48 Nuno André Martins
Quem achava que o próximo Eurogrupo, o último antes do final de terminar o prazo para se chegar a um acordo (pelo menos calendarizado), ia produzir resultados, pode esquecer.
Um responsável europeu disse hoje em Bruxelas que na reunião dos ministros das Finanças desta quinta-feira no Luxemburgo a discussão sobre a questão grega será muito curta.
Sinal da falta de novidades.
17/6 12:46 Nuno André Martins
A saída da Grécia da zona euro está nas mãos de Atenas, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Chega, Lubomír Zaoralek.
O governante checo não é tão otimista como outros dos seus pares: “a razão pode não vencer no debate sobre a Grécia no euro”.
17/6 12:42 Nuno André Martins
Apesar de toda a incerteza, a Grécia ainda conseguiu refinanciar dívida de curto prazo no mercado.
Os juros continuam altos: 2,7% por dívida a 13 semanas, o mesmo do último leilão, que aconteceu a 10 de junho.
17/6 12:40 Nuno André Martins
O Presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, defende em Haia que, é difícil, mas ainda é possível chegar a acordo com a Grécia e que a situação grega exige a completa atenção dos líderes europeus.
A bola está do lado da Grécia.
É o Governo grego que tem de apresentar uma proposta alternativa, diz, mesmo depois de Yanis Varoufakis já ter dito que não o fará, pelo menos a tempo do próximo Eurogrupo, que se realiza esta quinta-feira, desta vez no Luxemburgo.
17/6 12:36 Nuno André Martins
Banco Central: Sem acordo, a Grécia pode perder tudo o que alcançou nos últimos 30 anos
O Banco Central da Grécia também lançou um aviso cortante ao Governo: sem acordo com os credores, a Grécia pode ver aberta a porta de saída do euro.
E uma saída do euro podia ser devastadora para a economia grega: uma crise profunda na balança de pagamentos, a inflação dispararia, uma profunda recessão, uma queda dramática no rendimento disponível das famílias, uma escalada do desemprego. Em suma, diz o banco central, uma destruição de tudo o que o país alcançou nos últimos 30 anos.
O acordo com os credores é “um imperativo histórico”, diz a instituição liderada por Yannis Stournaras.
O banco central diz ainda que a distância entre a Grécia e os credores para se chegar a um acordo é relativamente pequena, por um lado, e que deve reafirmar o acordo de novembro de 2012, sobre a discussão de uma nova reestruturação da dívida pública grega.
Yannis Stournaras era ministro das Finanças do anterior Governo, liderado pela Nova Democracia.
É amigo de Yanis Varoufakis, mas isso não impediu o agora ministro das Finanças de pedir a sua demissão, tal como todo o Syriza, quando estava no Governo, devido a notícias que teria o apoio do FMI para uma reestruturação de dívida mas que não insistiu após o não, à porta fechada, do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.
17/6 12:28 Nuno André Martins
A dívida pública dos países periféricos parece já estas a sofrer na pele os efeitos da incerteza em torno do futuro da Grécia.
Segundo a Bloomberg, os juros da dívida dos países periféricos já estão no seu máximo dos últimos seis meses.
Os investidores estão a começar a cortar a sua exposição.
Os juros exigidos pelos investidores no mercado secundário para comprarem dívida pública espanhola a dez anos já bateram no seu máximo desde agosto.
No caso de Itália, os juros estão em máximos desde outubro. Irlanda e Portugal estão a sofrer com os juros mais altos vistos este ano.
O efeito Grécia no mercado começa a fazer desaparecer os ganhos conseguidos com o programa de compra de dívida do Banco Central Europeu.
Mais uma dor de cabeça para Mario Draghi…
17/6 12:23 Nuno André Martins
O banco suíço UBS é mais pessimista.
Apesar de ainda acreditar num acordo no último minuto, os analistas dizem, numa nota enviada aos seus clientes, que se a Grécia e os credores não chegarem a acordo, a situação vai piorar.
Os riscos, dizem, estão a ser subestimados pelos mercados e pelas autoridades.
A dívida pública dos países periféricos, como é o caso de Portugal, e o euro são quem deve sofrer mais na pele o pior cenário, que, dizem, começa a ser cada vez mais realista.
Os efeitos de contágio são muito mais prováveis do que os mercados parecem estar a contar nesta altura.
17/6 12:19 Nuno André Martins
Banco francês BNP Paribas diz que há 50% de hipóteses de a Grécia entrar em incumprimento no final deste mês.
Os analistas acreditam que a entrada em incumprimento da Grécia não tem de significar a saída da Grécia do euro e que o impacto no resto da zona euro deve ser muito limitado.
As medidas de contingência já preparadas e a disponibilidade do BCE para agir devem limitar os efeitos de uma saída da Grécia do euro, acreditam os analistas do banco francês.
O BNP Paribas acredita que ainda é possível à Grécia chegar a acordo com os credores, mas avisa que o tempo começa a escassear.
17/6 12:15 Nuno André Martins
Michalis Psalidopoulos vai ser o novo representante da Grécia no Fundo Monetário Internacional (FMI).
O professor da Universidade de Atenas aceitou o convite de Yanis Varoufakis, que já tinha convidado Elena Panaritis, e defendeu a sua escolha até há poucos dias, mas a linha dura do Syriza rejeitou o nome e desferiu uma série de ataques que levou a economista a recusar o convite, já depois de ter dado o ‘sim’.
Psalidopoulos começa as suas novas funções no dia 29 deste mês, um dia antes da Grécia ter de pagar ao FMI, algo que o próprio Governo tem dúvidas que venha a acontecer.
17/6 12:10 Nuno André Martins
Mais más notícias para os cofres gregos: Entre janeiro e maio, a coleta de impostos ficou 1,7 mil milhões de euros abaixo do esperado, diz o jornal grego Khatimerini.
Numa altura em que os cofres gregos estão cada vez mais cheios de ar e com avultados pagamentos de dívida pública a aproximarem-se, a margem de manobra do Governo grego é cada vez mais escassa.
17/6 12:08 Nuno André Martins
O chanceler austríaco Werner Faymann continua ativo na questão grego.
Na terça-feira defendia uma moratória de cinco anos no pagamento da dívida pública grega, desde que Atenas cumprisse condições muito rigorosas acordadas com os credores.
Hoje, Faymann diz que a União Europeia vai mostrar solidariedade se a Grécia fizer o seu trabalho de casa.
Werner Faymann admite que algumas das propostas feitas ao Governo grego pelas instituições não estavam certas e que a troika tem de ajudar Atenas a lidar com a questão da pobreza.
Mas Atenas também tem de melhorar a coleta de impostos e o cumprimento da lei.
17/6 12:03 Nuno André Martins
Os comentários diários à situação da Grécia, e sobre uma eventual saída da Grécia do euro, continuam intensos.
O ministro da Economia de França, Emmanuel Macron, defende que a Grécia tem de continuar na zona euro.
A França foi um dos países que deu um puxão de orelhas a Yanis Varoufakis, ministro das Finanças da Grécia, na reunião do Eurogrupo em Riga, no final de abril, pela falta de progressos.
“O empenho de [François] Hollande em manter a Grécia na zona euro tem sido constante desde 2012 e isso ajudou a forjar uma ligação franco-alemã muito forte”, diz o ministro da Economia francês.
“É agora a vez de Alexis Tsipras assumir as suas responsabilidades”.
17/6 11:58 David Dinis
Síntese da manhã
Bom dia,
A tensão entre governo grego e os restantes membros da zona euro não diminuiu nada nas últimas horas.
Hoje, a um dia do Eurogrupo onde todos se juntarão à mesa, o presidente do Eurogrupo voltou a rejeitar mexer na dívida da Grécia, contrariando os repetidos pedidos de Alexis Tsipras e Varoufakis.
Também esta manhã, Alexis Tsipras desafiou os líderes europeus a tomarem decisões.
Vamos já retomar estes e outros pontos.
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