segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dia D para a Grécia: Diplomacia ou ‘default’

FUTURO DA GRÉCIA
Nuno André Martins 22/6/2015, 6:45

Num dia de intensa diplomacia em Bruxelas, conseguirá a Europa evitar ao último minuto o 'default' da Grécia e o regresso do dracma?





















Vencerá a diplomacia ou o desacordo? 
Certo é que o dia vai ser longo em Bruxelas e no fim ou há acordo, ou os líderes europeus vão começar a preparar o ‘default’ da Grécia, e possivelmente um regresso do dracma.

Depois de seis meses de um intenso duelo entre a Grécia e os credores, o fim da linha está à vista para a Grécia e para a zona euro. 
A Grécia tem de pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até dia 30 de junho e o Governo já avisou que sem aos últimos 7,2 mil milhões de euros do resgate europeu não poderá pagar. 
A Europa já avisou que, mesmo com acordo, não haverá dinheiro a tempo.

A oito dias do final do prazo, Bruxelas volta a ser o centro das decisões. 
Numa tentativa (a ver se desesperada ou não) de chegar a acordo, ministros das Finanças e líderes da zona euro reúnem-se de forma extraordinária apenas com a Grécia na agenda. 
Uma coisa é certa, sem mais propostas do lado da Grécia, a conversa muda: da tentativa de acordo, passarão para as preparações de um ‘default’. 
Como será o dia em Bruxelas?

9h00 (8h00 em lisboa) – Os adjuntos dos ministros das Finanças reúnem-se para preparar a reunião do Eurogrupo. 
O Eurogroup Working Group é liderada pelo austríaco Thomas Wieser, e nele participam os braços direitos dos ministros das Finanças da zona euro. 
No caso de Portugal, tradicionalmente é o secretário de Estado do Tesouro que assume o papel. 
Já foi Maria Luís Albuquerque, agora é Isabel Castelo Branco. 
Do lado da Grécia estará o chefe dos negociadores gregos, Euclid Tsakalotos. 
Na reunião estão presentes os membros da troika que estão a negociar o programa. 
É deste grupo que saem as propostas técnicas que os ministros das Finanças vão analisar logo de seguida e uma proposta de comunicado para o final da reunião do Eurogrupo.

10h30 – Ministros das Finanças da zona euro começam a chegar para o encontro extraordinário. 
Os governantes fazem as tradicionais declarações aos jornalistas na entrada para o encontro e preparam-se com as suas equipas para a reunião.

11h30 – Ministros das Finanças reúnem-se. 
Yanis Varoufakis de um lado, 18 ministros das Finanças, BCE, FMI, Comissão Europeia e Mecanismo Europeu de Estabilidade do outro. 
O objetivo é preparar a cimeira extraordinária de líderes de Governo da zona euro só a com a Grécia na agenda, mas os ministros já avisaram. 
Se do Eurogrupo Working Group não sair uma proposta diferente para discutir na reunião, os ministros têm um plano B: discutir o ‘default’ da Grécia. 
Tal como aconteceu na reunião de quinta-feira passada, os ministros só admitem discutir propostas novas que passem pela troika primeiro e depois de ouvirem a avaliação dos técnicos. 
Aqui, já terá de existir algo de novo para se chegar a um acordo.

19h00 – Líderes da zona euro reúnem-se, já com quase tudo definido. 
A Grécia quer uma decisão política de alto nível para desbloquear o impasse. 
Os líderes europeus já disseram que só com propostas novas e trabalho vindo da troika e do Eurogrupo alguma coisa pode ser diferente, e que a Grécia tem de negociar com a troika. 
Até lá, Alexis Tsipras terá um encontro marcado com os líderes das duas instituições a quem deve mais dinheiro este verão: Christine Lagarde e Mario Draghi.

Também esta segunda-feira será dia de mais uma reunião do Banco Central Europeu para discutir o valor da liquidez de emergência que o banco central grego pode dar aos bancos gregos. 
A reunião é habitualmente semanal, e não é anunciada, mas depois de ter reunido na quinta-feira e com a preocupação em torno da fuga de depósitos da banca grega, esta foi antecipada. Quanto mais depósitos saem, mais liquidez precisa a banca grega via banco central.

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