REUTERS
27 de Outubro de 2017, 23:22
Proclamada a independência, Mariano Rajoy aplicou o artigo 155.º da Constituição espanhola, demitiu o governo catalão e convocou eleições autonómicas para Dezembro.
O que se pode esperar?
O Governo espanhol demitiu nesta sexta-feira o executivo catalão, dissolveu o parlamento da Catalunha e convocou eleições autonómicas antecipadas para 21 de Dezembro.
O que se segue nos próximos dias?
Controlo directo
Mariano Rajoy demitiu o governo catalão incluindo o seu presidente, Carles Puigdemont, e o seu "vice", Oriol Junqueras, e assumiu o controlo directo da região.
Os ministros do Governo central vão assumir os poderes directos da administração catalã até às eleições, a 21 de Dezembro.
Eleições
Não é claro se as eleições antecipadas vão resolver a crise.
Uma sondagem publicada no domingo pelo jornal El Periódico diz que umas eleições antecipadas irão provavelmente ter resultados semelhantes aos do sufrágio em 2015, quando a coligação pró-independência formou um governo minoritário.
Desobediência civil
Os principais grupos separatistas da Catalunha apelaram a uma desobediência civil generalizada. Também instruíram os funcionários públicos a desobedecer às ordens de Madrid e a responder com resistência pacífica. Não é claro, no entanto, se estes apelos vão ser atendidos.
Uso da força
O Governo de Espanha disse já que não vai realizar quaisquer detenções, mas não é certo como vão as autoridades reagir se a administração regional se recusar a deixar as suas funções.
Polícia
Um dos principais problemas no controlo directo está relacionado com a polícia catalã, os Mossos d’Esquadra.
O director-geral dos Mossos foi entretanto demitido por Rajoy.
Mas um grupo nos Mossos, a favor da independência, já informou que não vai seguir as instruções do Governo central e não vai usar a força para remover ministros ou deputados do poder.
Alguns agentes disseram à Reuters que a força de 17 mil homens estava dividida entre aqueles que defendem a independência e os que estão contra.
Os Mossos, cujo chefe está acusado do crime de sedição, terão de agir sob ordens directas dos novos líderes. Se for considerado necessário, os operacionais da polícia catalã poderão ser substituídos pela Polícia Nacional.
Finanças
O ministro da Economia já aumentou o seu controlo sob as finanças regionais, para bloquear a utilização de fundos estatais para organizar uma campanha separatista, e começou a pagar directamente por serviços essenciais.
Na sequência das medidas apresentadas por Rajoy, Madrid vai ter o controlo financeiro total.
Muitas empresas admitiram sob condição de anonimato que receiam que um novo departamento do tesouro catalão possa a começar a cobrar impostos, e que pretendem mudar a localização da sua sede para fora da Catalunha, tal como já aconteceu com milhares de outras empresas nas últimas semanas.
É também possível que alguns catalães pró-independência deixem de pagar os seus impostos ao Governo espanhol.
Comunicação social pública
O Governo espanhol afirmou inicialmente que iria controlar a televisão pública catalã de maior audiência, a TV3, mas acabou por desistir do plano.
A comunicação social deverá desempenhar um papel importante durante a campanha para as eleições antecipadas na Catalunha.
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