Paulo Tavares
26 DE OUTUBRO DE 2017 13:13
Fontes do governo garantiram que o executivo ficou chocado com o discurso de Marcelo na semana passada. Presidente responde
É uma nova resposta de Marcelo Rebelo de Sousa ao governo e em termos duros.
Depois de ter assistido a um exercício militar em Praia da Vitória, ao lado da base das Lajes, o Presidente reagiu aos lamentos de fontes do governo ao jornal Público, que garantem que o executivo ficou chocado com o discurso de Marcelo na semana passada, na câmara de Oliveira do Hospital.
O Presidente diz que pouco importa agora o nível de choque dos diversos protagonistas desta história e que quem não compreender isso não entende o que se passou no país nas últimas semanas.
No miradouro da Serra do Facho, sobre a Praia da Vitória, Marcelo começou por explicar que "há duas maneiras de encarar a realidade.
Uma maneira é o diz que disse especulativo de saber quem ficou mais chocado, se A com o discurso de B, se B com o discurso de A, e depois há uma segunda maneira, que é a de compreender que chocado ficou o país com a tragédia vivida, com os milhares de pessoas atingidas".
Não respondendo diretamente ao choque socialista, o Presidente insiste que o país, naquela altura, depois dos incêndios de outubro, "esperava naturalmente uma palavra dirigida às vítimas e que espera, com urgência, reparação, reconstrução e olhar para o país atingido".
E aqui Marcelo recorda a urgência da matéria.
"Rapidamente, primeiro porque esse país não pode ser esquecido e em segundo lugar porque faltam menos dois anos para o fim da legislatura, deste Parlamento e deste governo.
Há uma urgência".
Depois deste novo conjunto de palavras duras dirigidas ao executivo, o Presidente dá a resposta à pergunta que lançou.
O que é mais importante ou qual é a forma correta de olhar a realidade?
"Entendo que a forma correta é a segunda e quem olha para a realidade na base do diz que disse especulativo não entendeu e não entende nada do que se passou em Portugal nas últimas semanas".
Uma frase recuperada do discurso de Oliveira do Hospital, para quem não tenha compreendido a mensagem.
Nesta resposta às "fontes do governo" que confessaram o choque do primeiro-ministro, Marcelo deixa uma última nota: "o importante são as vítimas e as vidas perdidas, tudo o resto é totalmente irrelevante".
De pé ao lado do Presidente, o ministro da defesa escutou toda a resposta em silêncio. Quando questionado sobre se também tinha ficado chocado com o discurso de Marcelo em Oliveira do Hospital, Azeredo Lopes limitou-se a dizer "ainda bem que pergunta.
Não, não fiquei chocado".
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