Manuel Carlos Freire
22 DE OUTUBRO DE 2017 13:23
Líder do BE afirma que limites do défice não podem sobrepor-se às responsabilidades do país com as populações.
Catarina Martins considerou este domingo que as medidas propostas pelo Governo para a floresta "são ainda insuficientes" e que vai prosseguir a "vigilância e exigência" do BE nesse domínio.
"Essa efetivação" das medidas aprovadas sábado "precisa de meios", sublinhou a coordenadora do BE no encerramento da cimeira das esquerdas "Plano B", em Lisboa, que juntou cerca de 600 participantes.
Entre esses novos meios estão os aéreos para o Estado poder assumir o combate aos fogos em vez de o deixar aos privados como na última década e meia, disse o líder parlamentar Pedro Filipe Soares aos jornalistas.
"Podem contar com o Bloco" para continuar vigilante e exigente na aplicação e aprovação das medidas necessárias pois "nada pode ficar na mesma e não podemos ter tragédias destas a acontecer", prosseguiu Catarina Martins, aludindo aos mais de 100 mortos por causa dos fogos nos últimos quatro meses.
A líder bloquista rejeitou depois a ideia de condicionar, aos limites do défice aprovados por Bruxelas, a resposta do Estado às populações afetadas e à recuperação dos territórios.
"Começam agora os debates", no quadro do Orçamento de Estado para 2018, "sobre se os limites do défice são mais ou menos importantes que as responsabilidades que o país tem neste momento, prevenindo fogos e tragédias, sabendo reconstruir" o que foi destruído, assinalou Catarina Martins.
Contudo, enfatizou,"as metas do défice não podem obstaculizar nem impedir nos próximos anos a organização da floresta e o combate ao abandono" ou ainda "ter uma estratégia económica" que impeça o abandono da floresta e do interior do país.
Assim, "há que prosseguir o caminho para que os salários e pensões respondem às expectativas" dos portugueses e, ao mesmo tempo, "alocar os meios necessários para prevenir novas tragédias e responder a todos os afetados", sublinhou ainda a coordenadora do Bloco - até porque, argumentou, as contas públicas de Portugal "dão lucro de mais de cinco mil milhões de euros a cada ano que passa".
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