segunda-feira, 11 de junho de 2018

Imprensa norte-coreana fala de desnuclearização e “nova era” nas relações

CIMEIRA EUA-COREIA DO NORTE
LUSA
11 de Junho de 2018, 9:13 
Prepara-se a cimeira histórica em Singapura

A imprensa norte-coreana faz uma antevisão daquela que vai ser uma cimeira história entre os líderes norte-coreano e norte-americano: do "estabelecimento de novas relações" entre Pyongyang e Washington, à "construção de uma paz permanente" com a desnuclearização da península.

A imprensa norte-coreana fez nesta segunda-feira uma antevisão da cimeira histórica entre o líder do país e o Presidente dos Estados Unidos marcada para esta terça-feira, escrevendo que vai ser discutida a desnuclearização da península coreana, como parte de uma "nova era" nas relações bilaterais.

Segundo um despacho da agência noticiosa oficial KCNA, Kim Jong-un e Donald Trump vão discutir, em Singapura, o "estabelecimento de novas relações" entre Pyongyang e Washington, a "construção de uma paz permanente" e a "implementação da desnuclearização da península coreana e outros assuntos de interesse mútuo". 
O texto indica que a cimeira, a primeira entre os dois países, celebra-se "sob o olhar atento e grandes expectativas de todo o mundo".

A capa do Rodong, jornal oficial do Partido dos Trabalhadores, partido único do país, mostra Kim a chegar a Singapura, no domingo, transportado por um avião da companhia aérea chinesa Air China, e a ser recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura, Vivian Balakrishnan. 
A segunda página do jornal destaca o encontro entre Kim e o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, no mesmo dia, no palácio presidencial de Istana.

Em editorial, o jornal assegura que a Coreia do Norte "vai procurar, através do diálogo, a normalização das relações" com um país (sem identificar qual), sempre que essa nação "respeitar a autonomia" norte-coreana. 
A televisão estatal norte-coreana KCTV noticia também a viagem de Kim a Singapura, com imagens da chegada e a reunião com o primeiro-ministro Lee.

Já a norte-americana Associated Press, uma das poucas agências internacionais com delegação em Pyongyang, descreve a capital norte-coreana como a "calma no centro da tempestade". 
"Com poucas fontes de informação, além da imprensa estatal, rumores e passa a palavra, a maioria dos norte-coreanos está às cegas sobre o histórico evento, que potencialmente transformará as suas vidas", descreve Eric Talmadge, correspondente da agência em Pyongyang.

Trump e Kim vão reunir-se na terça-feira, em Singapura, num encontro histórico que ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

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