SÍRIA
Público e Lusa
25 de Fevereiro de 2018, 9:45
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos dá conta que forças leais a Bashar al-Assad bombardearam este domingo de manhã a zona de Ghouta Oriental.
As forças do governo sírio retomaram os bombardeamentos e ataques de artilharia contra a região de Ghouta Oriental, um reduto da oposição nos arredores de Damasco, horas depois de a ONU ter exigido um cessar-fogo.
Contudo, ainda não é possível falar em desrespeito da resolução uma vez que a decisão da ONU não é clara sobre quando entra em vigor.
Este domingo de manhã, houve dois bombardeamentos na localidade de Al-Shifunia, enquanto forças leais ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, lançaram mísseis sobre Harasta, Kafr Badna e Yisrín, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Já no sábado, pouco depois da decisão das Nações Unidas houve notícias de um raide aéreo em Shifouniyeh, também na zona de Ghouta.
Apesar dos confrontos entre as forças governamentais e o grupo islâmico Exército do Islão, o Observatório indicou que a noite de sábado foi a mais tranquila desde o início da escalada militar em Ghouta Oriental, há uma semana, já que não foram registados mortos.
Os combates que ocorreram em Al-Shifunia, com armas pesadas e metralhadoras, são os primeiros a ter lugar na zona desde o início da campanha de bombardeamentos, no dia 18.
No início deste domingo, seis mísseis caíram em Harasta, mais quatro mísseis em Kafr Badna e Yisrín e outros quatro em Hamuriya, enquanto Al-Shifunia foi alvo de dois bombardeamentos, de acordo com o Observatório.
O Conselho de Segurança da ONUs aprovou na noite de sábado uma resolução em que todas as partes em conflito devem cessar as hostilidades durante 30 dias em todo o país, incluindo em Ghouta Oriental.
No entanto, a resolução exclui do cessar-fogo os grupos Daesh e a Organização de Libertação do Levante, uma aliança criada em torno da Frente de Al-Nusra, o nome da antiga filial síria da Al-Qaida que, de acordo com o governo sírio, está em Ghouta Oriental.
Os principais grupos rebeldes que controlam a região comprometeram-se a respeitar o cessar-fogo humanitário exigido pela resolução do Conselho de Segurança.
Entretanto, este domingo, já foram várias as vozes a pedir para que seja respeitado o cessar-fogo.
A Rússia pediu aos países que apoiam a oposição síria que exerçam a sua influência para garantir o cumprimento da resolução.
“Confiamos que os apoiantes estrangeiros dos grupos armados (da oposição) façam por fim o seu dever e garantam o cessar das actividades militares dos seus apoiados, para que o trânsito de comboios humanitários se faça o mais rápido e seguro possível”, assinalou um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Também o Papa Francisco já se manifestou sobre o que se passa naquele país fazendo "um apelo para que cesse imediatamente a violência” e pedindo para que sejam retirados os feridos e doentes dos territórios afectados pelo conflito.
"Eu envio um apelo urgente para a cessação imediata da violência, para que seja dado o acesso à ajuda humanitária - alimentos e remédios - e se retirem os feridos e os doentes", disse Francisco, logo após a oração do Angelus, na praça de São Pedro.
Numa semana de intensos ataques aéreos, artilharia e mísseis, a região registou a morte de pelo menos 510 pessoas, incluindo 127 menores, de acordo com os últimos números divulgados pelo Observatório.
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