28 de Dezembro de 2016, 9:02 actualizado a 28 de Dezembro às 16:20~
Acordo ainda não foi confirmado oficialmente por nenhum dos Governos.
A Turquia e a Rússia estão perto de chegar a acordo para um cessar-fogo na Síria, disse esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu.
O ministro comentava uma notícia da agência estatal turca Anadolu de que os dois governos tinham chegado a um acordo. "Há dois textos preparados para uma solução na Síria.
Um é sobre uma resolução política e outra é sobre um cessar-fogo, podem ser implementados a qualquer momento", disse Cavusoglu, à margem de uma cerimónia no palácio presidencial, em Ancara.
Segundo a agência, os dois países pretendem alargar a todo o território sírio o cessar-fogo decretado em Alepo e vão apresentar a proposta a todos os intervenientes no conflito, excluindo, no entanto, os "grupos terroristas".
Em caso de sucesso, este acordo será a base das negociações políticas entre o regime sírio e a oposição, que Moscovo e Ancara querem organizar em Astana, no Cazaquistão.
O Governo russo sublinha, porém, que as conversações de Astana estão em fase de "elaboração" e não pretendem substituir o processo de paz que tem decorrido em Genebra.
Líderes dos principais grupos rebeldes confirmaram ter estado reunidos com a Turquia para estudar a proposta de cessar-fogo, mas não querem a exclusão dos territórios que ocupam em Ghuta Oriental, nos arredores de Damasco, das tréguas.
O cessar-fogo deverá entrar em vigor à meia-noite (menos duas horas em Portugal continental) de quarta-feira em todo o território da Síria.
A agência turca não revela detalhes sobre quando e como o acordo foi concluído, mas sabe-se que nas últimas semanas decorreram em Ancara conversações entre a Rússia, a Turquia e a oposição síria.
Não houve ainda um anúncio oficial sobre o acordo por parte dos Governos envolvidos.
Permanecem, no entanto, muitas dúvidas quanto às hipóteses de sucesso desta iniciativa. Cavusoglu reiterou a exigência turca de que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, deverá abandonar o poder.
"O mundo inteiro sabe que não é possível haver uma transição política com Assad, e também sabemos que é impossível para estas pessoas se unirem em torno de Assad", disse o ministro, citado pela Reuters.
Enquanto Ancara apoia os rebeldes na Síria, Moscovo, tal como o Irão, é próximo do regime de Damasco.
No entanto, recorda a AFP, houve nos últimos meses uma aproximação entre os dois países com vista a um entendimento na Síria.
Um dos sinais de boa vontade foi dado pela Turquia quando, na semana passada, o regime de Assad conseguiu, com a ajuda dos russos, recuperar o controlo da cidade de Alepo, da qual foram retiradas cerca de 34 mil pessoas.
Em Outubro passado, um cessar-fogo que tinha sido negociado pelos Estados Unidos e a Rússia falhou quando o Governo sírio continuou a bombardear as posições controladas pelas forças rebeldes.
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