7 de Dezembro de 2016, 11:55
Mais de cem mil pessoas continuam nas zonas cercadas pelos combates |
Apelo feito num comunicado na mesma altura em que grupos armados deixam as últimas áreas que controlavam na Cidade Velha.
A perder terreno a cada dia que passa, os rebeldes sírios cercados em Alepo emitiram um comunicado em que pedem um cessar-fogo temporário e a retirada da cidade de centenas de feridos, bem como de todos os civis que queiram deixar as zonas controladas pela oposição.
A tomada de posição surge na mesma altura em que se sabe que os rebeldes deixaram as últimas áreas que controlavam há quatro anos na Cidade Velha de Alepo – declarada património da humanidade – após um dia de intensos combates.
É o último de uma série de recuos e derrotas iniciadas a 26 de Novembro, quando o Exército sírio, apoiado por milícias xiitas vindas do Irão e Iraque, entrou na metade oriental da cidade, que a oposição controlava desde o Verão de 2012.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a rebelião perdeu já 75% da área que controlava antes do início da ofensiva.
No comunicado divulgado esta quarta-feira, o Conselho da Liderança de Alepo, que reúne todos os grupos armados presentes em Alepo, propõe um "cessar-fogo humanitário de cinco dias", a entrar em vigor de imediato, e a retirada da cidade de cerca de 500 doentes e feridos, sob protecção das Nações Unidas.
A “iniciativa humanitária” defende ainda que todos os civis que queiram deixar as zonas cercadas sejam autorizados a partir para outras localidades na província de Alepo – milhares de pessoas deixaram a área nos últimos dias, mas calcula-se que entre 100 a 200 mil civis continuem nas zonas cercadas.
Até agora, os rebeldes e civis retirados de zonas que se renderam foram levados para a vizinha província de Idlib, em poder de uma aliança de islamistas e jihadistas, mas os combatentes de Alepo insistem que a zona, fortemente bombardeada nas últimas semanas, deixou de ser segura.
Um responsável da oposição, que falou à Reuters a partir da Turquia, adianta que a proposta foi enviada a todas as partes internacionais envolvidas no conflito, mas até ao momento não foi recebida qualquer resposta.
Na segunda-feira, a China e a Rússia vetaram uma proposta de resolução que propunha um cessar-fogo na região para permitir o envio de ajuda humanitária, alegando que a iniciativa era “hipócrita” e visava apenas permitir que a rebelião se reorganizasse.
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