10 de Dezembro de 2016, 17:59
O pátio do santuário de Baal, no oásis de Palmira |
Radicais tinham sido expulsos pelo regime de Assad em Agosto.
Nos dez meses em que estiveram na cidade destruíram vários templos e monumentos.
Há dias que se anunciavam os avanços do Daesh e este sábado aconteceu mesmo: os jihadistas reentraram em Palmira, a cidade do deserto da Síria que é Património da Humanidade e de onde o regime de Bashar al-Assad os tinha afastado em Março com a ajuda da Rússia. Horas depois de dar conta da entrada dos combatentes o Observatório Sírio dos Direitos Humanos dizia que estes "já controlavam quase toda" a cidade-oásis.
Os fundamentalistas que em 2014 declararam um califado em partes da Síria e do Iraque (e que se autodenominam Estado Islâmico) assumiram o controlo de Palmira em Maio de 2015.
Na altura em que foram expulsos, estavam a perder território tanto no Iraque como na Síria, enfrentando de um lado as forças de Assad e os curdos sírios, do outro as forças do regime iraquiano e a aviação internacional, numa coligação liderada pelos Estados Unidos.
Agora, regressam.
“Entraram em Palmira no sábado e ocupam o Noroeste da cidade, entretanto há combates com o exército no centro da cidade”, dizia o Observatório, organização não-governamental ligada à oposição e com uma vasta de rede de activistas e médicos no interior da Síria. Depois, veio a actualização.
Os jihadistas avançaram pelos arredores do hospital da cidade (a cidade moderna começa mesmo ao lado das ruínas arqueológicas), nos subúrbios norte, depois de assumirem o controlo do bairro de Al-Amariya.
Um dos primeiros alvos que tomaram foi o monte Tar, perto da cidadela antiga para dali lançaram disparos de rockets.
Por reconquistar estão apenas partes do sul de Palmira.
O Observatório diz que se teme pela vida e segurança de todos os civis, uma vez que quase todas as pessoas que lá se encontram são apoiantes do Governo.
A actual ofensiva foi lançada pelos combatentes do Daesh há uma semana.
Palmira fica 215 quilómetros a noroeste de Damasco, a capital síria.
Durante os dez meses que passaram em Palmira, os jihadistas destruíram vários monumentos da antiga cidade e de Tadmur, nas proximidades.
Dois templos com 2000 anos, um arco e torres funerárias foram deixados em ruínas.
O grupo já fez o mesmo no Iraque, destruindo vários lugares e monumentos pré-islâmicos, numa tentativa de arrasar a história não muçulmana destes países.
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