domingo, 2 de agosto de 2015

Os homens do destino de África

Domingo, 02 de Agosto 2015 20:08
General António José Maria . 28 de Agosto, 2010

O livro “Africa’s Men Of Destiny – APJ van Rensburg”, esgotado há muito na África do Sul, foi por fim descoberto nas estantes electrónicas da AbeBooks.com, uma livraria detentora de um acervo de mais de 100 milhões de livros (novos, usados, raros ou com edição esgotada),


O livro “Africa’s Men Of Destiny – APJ van Rensburg”, esgotado há muito na África do Sul, foi por fim descoberto nas estantes electrónicas da AbeBooks.com, uma livraria detentora de um acervo de mais de 100 milhões de livros (novos, usados, raros ou com edição esgotada), pela busca obstinada que foi levada a cabo pelos senhores tenente-general Carlos Miguel de Sousa Filipe, Chefe da Direcção de Guerra Electrónica/DPIMO/SIM e brigadeiro Alberto Noé Alfredo, Chefe das Unidades de Vigilância, Observação e Patrulhamento Aéreo/SIM.
Constituiu um grande esforço conseguir um exemplar, pela Internet, vindo dos EUA, pela DHL. Constituiu, também por isso, uma satisfação incontida pela obtenção desse raríssimo exemplar, que nos chegou, nem mais nem menos, no dia 27 de Agosto de 2009, véspera do aniversário natalício do Presidente José Eduardo dos Santos.
O livro tem, a todos os títulos, um valor inestimável pela caracterização que o autor fez do Presidente da República e Comandante-Em-Chefe das Forças Armadas, quando tinham decorridos apenas dois anos do seu espinhoso consulado. Em 1981, o escritor reajusta, como ele próprio o diz, a sua visão histórica e elabora uma mais restrita, onde coloca o Presidente José Eduardo dos Santos entre “os 15 homens que marcaram o destino d’África”, após ter relegado, para segundo plano, a primeira mais generalista, porque nesta falava indistintamente de todos os presidentes africanos. Como testemunho disso, é de se ler um dos parágrafos do seu prólogo:
…“My first book on contemporary Africa, Contemporary Leaders of Africa (Cape Town, 1975), contained biographical material on all the leaders of Africa as well as brief outlines of their policies and achievements. At that time I felt that these sketches were units to which any person could relate, and that they could serve as useful foundations upon which broader historical understanding of our continent could be based. However, since 1975, I have become convinced that not all the leaders of Africa play equally significant and decisive role in determining the destiny of Africa. Accordingly I decided to revise my previous introduction of the leaders of Africa by writing an entirely new book, but one restricted, though in broader terms that the previous one, to the fifteen leaders in the Africa of 1981 who have the ability through their personalities, policies, achievements and the influence of their countries to change the course not only of Africa’s history but of mankind as a whole.”... (Foreword i)
...“O meu primeiro livro sobre o assunto, intitulado Contemporary Leaders of Africa (Cape Town, 1975) – Líderes contemporâneos de África – continha dados biográficos dos líderes africanos, as linhas gerais das suas políticas e os êxitos por eles alcançados. Na altura, achei que aqueles esboços eram elementos que qualquer pessoa podia relacionar e que podiam servir de base útil a uma ampla compreensão histórica do nosso continente. Porém, desde 1975, comecei a convencer-me de que nem todos os líderes africanos jogaram papéis significativos para definir os destinos do continente. Por esta razão, tive de rever as minhas abordagens anteriores, em conformidade e a respeito dos referidos líderes, escrevendo um livro completamente novo, embora em termos mais amplos que os precedentes, restringido a quinze líderes, da África de 1981, que tiveram, através da sua personalidade, da sua política, dos seus êxitos e da influência dos seus países, a habilidade de mudar o curso, não só da história de África, mas da história da humanidade, como um todo.”…
AFRICA’S MEN OF DESTINY notabiliza o empenhamento do Presidente e Comandante-Em-Chefe das Forças Armadas José Eduardo dos Santos na defesa do país, perante a guerra sul--africana contra Angola, que culminou na derrocada do Apartheid na África do Sul e na libertação total da África Austral.
Há bem pouco tempo, apresentámos, na Televisão Pública de Angola, documentos históricos reveladores do Seu génio militar na condução do enfrentamento das FAPLA contra os sul-africanos e contra a Unita. Algumas passagens deste livro exaltam a Sua Liderança, Chefia e Comando. O mérito do Presidente José Eduardo dos Santos torna-se ainda maior pelo facto de tal distinção ter sido feita por um historiador sul-africano e com pergaminhos de imparcialidade, pois que ninguém lhe encomendou o seguinte texto:
…“This is the man on whom the immediate future of Angola rests. But his importance goes beyond this: as Moscow’s man in Africa, he will influence southern African issues to a significant extent and will remain a central pivot in the super-power rivalry in Africa. There is, of course, always the danger that the observer will try to read too much in to president Dos Santos’s Russian connections. But is is undeniable that he is a Russian protégé. Some even go as far as to say that his marriage to a Russian woman was arranged by the KGB so that she could spy on him. Even if this reading of the facts is misplaced, the fact remains that, at Dos Santos’s request, a 35-member Soviet military mission arrived in Angola in 1980 to assess the needs of the MPLA army. At the same time, an Angolan delegation was dispatched to Cuba to ask Premier Fidel Castro to “increase his commitment”.
On a recent visit to West Germany to drum up support for UNITA’s guerrilla army fighting the MPLA, Dr. Savimbi gave his first-hand account of the communist bloc commitment. He claimed, “There are now in Angola 34000 Cubans and about 10000 men from the Warsaw Pact countries of which 5000 are from East Germany”. This massive military presence in Angola definitely has an ominous content which could embroil the entire sub-continent in a devastating war with the possible by-product of involvement by one or more of the super-powers. Seen in this context, José Eduardo Dos Santos of Angola can be one of the architects to shape southern Africa’s destiny.”
(Middle February, 1981)” (4º e 5º parágrafos, pág. 55)…
...“Este é o homem de quem depende o futuro imediato de Angola. Com efeito, a sua importância vai para além disso: como homem de Moscovo em África, ele vai influenciar as questões da África Austral a um ponto significativo tal, que o tornará no centro das rivalidades entre as superpotências no que toca ao continente africano. Existe, de certeza, e sempre, o perigo de qualquer observador extrapolar quanto às ligações entre a Rússia e o presidente Dos Santos. Porém, é inegável que ele é um protegido da Rússia. Alguns até vão mais além, ao ponto de dizer que o seu casamento com uma russa foi arranjado pelo KGB de forma que ela pudesse espiá-lo. Ainda que esta visão possa ser despropositada, facto disso demonstrativo é achegada a Angola de uma missão militar soviética composta por 35 membros, a pedido de Dos Santos em 1980, com o objectivo de avaliar as necessidades do exército do MPLA. Ao mesmo tempo, uma delegação angolana foi enviada a Cuba para solicitar ao comandante Fidel Castro um maior engajamento.
Numa recente visita à Alemanha Ocidental para reivindicar apoio para a insurreição armada da UNITA contra o MPLA, o Dr. Jonas Savimbi confirmou, pela primeira vez, a existência de um pacto do bloco comunista. Ele argumentou, “Existem agora em Angola 34.000 cubanos e cerca de 10.000 homens dos países do Pacto de Varsóvia dos quais 5.000 são da Alemanha Oriental”. Esta presença massiva militar em Angola, pelo seu conteúdo ameaçador, poderia arrastar todo o sub-continente para uma guerra devastadora devido o envolvimento de uma ou mais superpotências. Visto por este prisma, José Eduardo dos Santos de Angola pode ser considerado um dos arquitectos do destino político da África Austral.
(Meados de Fevereiro de 1981)” …

“Os habent, cur non loquantur” (Têm boca, porque não falam?)
Desta feita, em nada me sinto diminuído ao enaltecer o dia 28 de Agosto, pela boca do escritor sul-africano APJ van Rensburg e qualquer aniversário natalício do Presidente José Eduardo dos Santos, Pessoa de Bem, Defensor do Povo, Protector do Estado e o Melhor de todos nós.
 Bem-Haja, General Presidente!

Luanda, 27 de Agosto de 2010

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