10 maio 2015
Paris - O nosso convidado é Mário Faustino, porta voz da organização da marcha pacífica agendada de sábado passado (2/05) em Luanda, para reclamar o pagamento de salários e pensões em atraso dos ex-combatentes e desmobilizados em Angola, manifestação reprimida pelas forças da ordem, que prenderam um número indeterminado de pessoas.
Màrio Faustino é um antigo motorista da presidência, cargo do qual foi expulso em 2010, precisamente por ter participado numa manifestação idêntica a esta.
Ele foi detido no sábado, não sabe de que é acusado e foi ontem espancado pelos guardas prisionais, tal como outros 5 ex-combatentes e ex-membros da Casa Militar, entretanto hoje libertados.
A partir da sua célula de isolamento na cadeia da Região Militar de Luanda, Mário Faustino apela a comunidade internacional a mobilizar-se para a sua libertação.
Ainda sobre esta marcha o general Silva Mateus, ex-combatente das FAPLA, presidente da Fundação 27 de Maio e líder da União de Tendências do MPLA, afirmou a João Matos, que "o regime teve o mesmo comportamento de sempre, que é impedir marchas do género", e em relação, ao alegado massacre de membros da seita religiosa "A Luz do Mundo" no Huambo, o Presidente José Eduardo dos Santos, recusou receber o líder da CASA-CE Abel Chivukuvuku, que lhe pretendia, entregar um relatório sobre o ocorrido no Huambo "porque é um cínico e não respeita ninguém".
No Enclave de Cabinda, está agendada para amanhã uma marcha para exigir a libertação dos três activistas detidos a 14 de Março e ainda sem culpa formada.
Faz amanhã 60 dias que foram presos o advogado Arão Bula Tempo (bastonário da Ordem dos Advogados em Cabinda), o activista de Direitos Humanos Marcos Mavungo e o empresário Manuel Biongo, acusados de alegado crime contra a segurança de Estado, por terem apelado a uma marcha para a libertação de outros activistas detidos e pelo respeito dos Direitos Humanos em Cabinda.
Esta semana os três foram ouvidos pela justiça, afirmou à RFI a esposa de Marcos Mavungo.
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