PARLAMENTO
Ana Maria
11 de Abril de 2018, 13:00
Ministro das Finanças foi chamado por PSD e CDS, que apresentaram requerimentos para que explicasse as restrições orçamentais na área da saúde.
O BE acusou esta quinta-feira o ministro das Finanças de estar a ir “orgulhosamente além das metas do défice” e a prejudicar o Serviço Nacional da Saúde (SNS), numa comissão parlamentar conjunta das finanças e da saúde.
Mário Centeno foi chamado por CDS e PSD, que apresentaram requerimentos para que o ministro das Finanças explique as restrições orçamentais na área da saúde.
“Na saúde está tudo longe de estar bem.
Faltam profissionais, equipamentos, investimento.
E o senhor ministro é um dos principais responsáveis, porque concentrou em si todas as decisões e tem no seu gabinete uma gaveta muito funda onde ficam estas pastas”, afirmou o bloquista Moisés Ferreira durante a audição.
O deputado do BE continuou dizendo que não basta comparar desempenhos de governo, que é preciso recuperar o SNS.
“O ministro das Finanças vai também orgulhosamente além das metas do défice e está a trazer graves prejuízos ao SNS.
Não vale a pena inventar problemas de gestão que não são estruturantes.
O verdadeiro problema é a suborçamentação.
Propusemos um plano plurianual para o SNS, proposta chumbada pelo PS e PSD.”
O deputado afirmou que o BE “quer que os 800 milhões de euros que estão disponíveis sejam investidos no SNS”.
“Tem oportunidade de dizer de que de lado está: se de Bruxelas ou do SNS.
Se está do lado do SNS irá investir o dinheiro no SNS”, disse Moisés Ferreira, que enumerou uma série de dificuldades pelas quais os hospitais estão a passar e que disse estarem na origem de aumentos de tempos de espera para consultas e cirurgias.
Mário Centeno disse que os casos referidos “não são matéria do Ministério das Finanças, são matéria de escolhas de prioridades e de alocação de um orçamento que não é infinito”.
“Não é um problema deste ministério nem de Portugal.
As escolhas têm de ser feitas.
Gostava que olhassem para os números que já referi”, afirmou o ministro, referindo-se às contratações feitas pelo SNS e o dinheiro para pagar dívidas em atraso.
Já Carla Cruz, deputada do PCP, afirmou que “o país não pode aceitar que crianças com doenças oncológicas sejam tratadas em corredores e internadas em contentores, que as chamadas do INEM se agravem de ano para ano”.
Mário Centeno afirmou que “a redução do défice não foi feita à custa da despesa da saúde, que subiu 700 milhões de euros em três anos”.
O ministro lembrou que o actual governo concluiu a negociação colectiva com farmacêuticos e técnicos de diagnóstico e terapêutica, “que estavam iniciados há décadas”, e que está a negociar com médicos e enfermeiros.
“Temos de acelerar o ciclo de investimento e foi o que fizemos em 2017.
Temos compromissos assumidos no valor de 140 milhões de euros e estamos a concluir outro pacote de projectos que vai elevar o valor, este ano, para próximo de 150 milhões”, rematou o ministro.
amaia@público.pt
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