quarta-feira, 25 de julho de 2018

O casal que ficou noivo em Portugal e as gémeas desaparecidas: as histórias tristes por detrás dos incêndios

GRÉCIA
Mariana Fernandes   25 de Julho de 2018
Brian e Zoe ficaram noivos em Portugal e casaram na passada quinta-feira: ele está desaparecido, ela está no hospital





















Um casal que ficou noivo em Portugal separou-se na fuga, duas gémeas estão desaparecidas, uma menina de 13 anos morreu depois de saltar de um penhasco. 
As histórias por detrás dos incêndios na Grécia.

Com o passar dos dias, com o fogo já extinto, com o número de mortos a aumentar e o de desaparecidos a continuar incógnitos, começam a surgir várias histórias sobre sobreviventes e vítimas mortais dos incêndios na Grécia. 
Logo na terça-feira, assim que o mundo se apercebeu da tragédia que tinha acabado de acontecer nos arredores da capital grega, soube-se que 26 pessoas tinham morrido abraçadas enquanto tentavam chegar ao mar ali tão perto para fugir às chamas. 
Mas as histórias de pânico não ficam por aí.

O casal que ficou noivo em Portugal e se separou na fuga
No ano passado, Zoe Holohan e Brian O’Callaghan-Westropp ficaram noivos em Portugal depois de vários anos de namoro. 
Zoe, uma publicitária, e Brian, um gestor de recursos humanos, casaram na passada quinta-feira em Dublin, na Irlanda, e estavam de lua de mel na região balnear de Mati, a zona mais fustigada pelos incêndios. 
De acordo com o Daily Mail, o casal de irlandeses separou-se enquanto fugia das chamas: Zoe foi encontrada viva mas com graves queimaduras e permanece no hospital, onde está consciente e a recuperar; já Brian permanece desaparecido.

“O facto de não haver notícias são boas notícias. 
Ninguém sabe de nada e isso têm de ser boas notícias. 
Estamos a agarrar-nos à esperança de que o Brian está num hospital e ainda não foi capaz de falar. 
É tudo aquilo por que podemos esperar”, disse um amigo do casal ao Daily Mail.

Os pais que viram as filhas na televisão mas não as encontram

Sophia e Vasiliki são duas irmãs gémeas, de nove anos, que estavam a passar férias com os avós em Rafina, uma outra das zonas afetadas pelos incêndios. 
Na segunda-feira à noite, depois da angústia de não saber se as filhas tinham ou não conseguido escapar, Giannis Filipopoulos, o pai suspirou de alívio quando viu as duas gémeas a entrar num barco de resgate através da televisão.

Giannis e a mulher dirigiram-se ao porto que tinha aparecido na televisão mas não conseguiram obter qualquer informação; aliás, o registo da passagem das duas meninas naquele local nem sequer existia. 
Procuraram nos centros de triagem, nos hospitais e até no instituto de medicina legal, onde cruzaram o ADN das duas crianças com o das vítimas mortais até aí encontradas: não houve qualquer correspondência. 
Quando regressaram a casa, voltaram a ver as filhas na televisão – desta vez, Sophia e Vasiliki surgiam de fato de banho, enroladas num cobertor e acompanhadas por um outro casal de adultos.

Os pais das duas irmãs gémeas decidiram contactar o canal de televisão e emitir um pedido de ajuda, onde imploravam ao casal que acompanhava as crianças que os contactasse. Além de Sophia e Vasiliki, também os avós, com quem estavam a passar férias, estão desaparecidos.


"Se não acontecer um milagre, muitas pessoas vão ser queimadas”, escreveu o chef na rede social, acrescentando um vídeo que mostrava as chamas – na altura, ainda longe. 
O Greek Chefs Club, a que Kokkinidis pertencia, já emitiu um comunicado onde afirma que não é descritível “a tristeza e dor devido à perda injusta”, sublinhando que se tratava de “uma pessoa maravilhosa com valores éticos, um grande profissional e, acima de tudo, um homem de família”.

A menina de 13 anos que morreu depois de saltar de um precipício para fugir às chamas

“Eu estava aqui desde o primeiro momento. 
Tive de entrar dentro de água para fugir às chamas. 
De repente, vi uma menina a voar, saltou do precipício. 
Caiu à minha frente. 
Saltou de 15 metros, bateu no chão e morreu ali. 
Não viu nada com o fumo. 
Não podia ter visto nada”. 
Este é o testemunho de Marey, a mulher grega que viu Evita Fytro, de apenas 13 anos, atirar-se de um penhasco para fugir às chamas.

Os jornais gregos – que revelam que Evita era um prodígio do ciclismo, com vários títulos nacionais e internacionais – indicam que a mãe da jovem foi a única sobrevivente da família, por estar a trabalhar em Atenas. 
O pai, Gregory, e o filho mais novo, Andreas, de 11 anos, foram encontrados carbonizados junto ao carro.

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