PÚBLICO
5 de Novembro de 2017, 19:03
Os Paradise Papers, documentos revelados este domingo em que a Rainha de Inglaterra, figuras próximas de Donald Trump e várias personalidades são visadas, comprometem igualmente algumas das maiores empresas multinacionais em potenciais esquemas de evasão fiscal. O consórcio de investigação jornalística, do qual o jornal português Expresso faz parte, cita correspondência trocada entre advogados da Apple e a Appleby, a consultora fiscal no centro deste novo escândalo, em que a tecnológica com sede na Califórnia procura um novo paraíso fiscal depois de um inquérito do Senado norte-americano ter concluído que a multinacional tinha evitado pagar dezenas de milhares de milhões de dólares ao transferir lucros para as suas subsidiárias irlandesas.
Outra empresa visada é a Nike. Os documentos revelam como a gigante do equipamento desportivo terá colocado bens intangíveis como o logotipo da marca sob o nome de companhias de fachada em paraísos fiscais.
Ainda no desporto, a investigação levanta dúvidas sobre a verdadeira identidade dos proprietários do Everton, clube de futebol da Premier League inglesa. A suspeita é a de que Farhad Moshiri, empresário britânico de origem iraniana a residir no Mónaco, detentor oficial de 50% do clube, poderá afinal ser um testa-de-ferro de Alisher Usmanov, oligarca russo que controla 30% do Arsenal. Para além de possíveis infracções fiscais, está em causa uma violação dos regulamentos da liga de futebol, que não permite a um detentor de 10% de um clube ter qualquer acção noutra equipa, de modo a evitar conflitos de interesse.
À Glencore, multinacional do sector mineiro, é atribuído um escritório dedicado na sede da Appleby, em Bermuda. Através dos serviços da consultora fiscal, a empresa terá evitado pagar somas avultadas devidas a países africanos.
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