sábado, 6 de agosto de 2016

Rebeldes próximos de quebrar o cerco de Aleppo

Filipe d'Avillez
Imagem de um ataque suicida em Aleppo, que marcou o primeiro dia da ofensiva para quebrar o cerco. Foto: Fateh al-Sham/EPA

Após três dias de ferozes combates, uma coligação de grupos rebeldes terá conseguido ocupar um importante complexo militar e está muito próxima de pôr fim ao cerco que dura há meses.

A coligação de rebeldes que luta contra o regime de Bashar al-Assad, em Alepo, conseguiu um importante avanço ao ocupar a Academia Militar de Artilharia.

Durante o dia de sexta-feira sucederam-se as informações, muitas delas contraditórias, sobre o desenrolar do assalto rebelde à academia, mas esta manhã parece confirmar-se a ocupação do edifício estratégico por parte de rebeldes, não obstante o apoio aéreo dado às tropas do regime, apoiadas por milícias libanesas e iranianas, pela força aérea russa.

06 ago, 2016 - 11:42
     














































































Ocupada a base, os rebeldes procuram agora consolidar a sua posição e atacar as bases contíguas. 
Há informação de muitas baixas de parte a parte e o regime terá muitos reforços a caminho, mas se conseguir manter a posição, a coligação rebelde fica muito próxima de quebrar o cerco a que tem estado sujeita há meses.

A quebra do cerco representará importantes vitórias para os rebeldes. 
Por um lado, permite reabrir linhas de abastecimento para as partes da cidade sob controlo dos grupos anti-Bashar al-Assad, mas permitirá também fechar a ligação do exército a algumas das zonas da cidade ocupadas pelo regime, passando essas a estar cercadas.

Tão ou mais importante, será uma vitória moral de grande importância, numa altura em que as forças rebeldes pareciam estar em contrapé, sofrendo bastante com a intervenção russa no conflito. 
Durante anos os rebeldes sofreram pela sua desunião, mas esta batalha mostra também que os diferentes grupos se conseguem coordenar e agir em sintonia, com disciplina e estratégia.

Os céus sobre Alepo encheram-se de fumo preto durante estes dias, não só por causa dos combates, mas também porque os residentes e as milícias anti-Assad queimaram centenas de pneus, criando assim uma nuvem de fumo espesso com o objectivo de dificultar a intervenção dos aviões e helicópteros russos e da força aérea síria.

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