Manbij, cidade estratégica no principal corredor de abastecimento a Raqqa, a autoproclamada capital do Estado Islâmico, foi tomada pela coligação de forças curdas e árabes criada com o apoio dos Estados Unidos.
Um avanço noticiado na mesma altura em que os rebeldes, liderados por forças islamistas, anunciam estar perto de quebrar o cerco em Alepo.
As SDF (sigla em inglês para Forças Democráticas Sírias) “controlam Manbij e estão a fazer buscas no centro da cidade em busca dos últimos jihadistas que ainda ali estão”, revelou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, citado pela AFP.
Por seu lado, o porta-voz do conselho militar da coligação, Sharfan Darwish, explicou à Reuters que os homens sob seu comando reconquistaram até ao final da manhã “90% da cidade”, mas estão ainda a combater algumas bolsas de resistência.
Foi a 31 de Maio que a recém-criada coligação – que integra cerca de três mil combatentes árabes treinados pelos EUA e algumas centenas de milicianos curdos do YPG, considerada a força mais preparada no combate aos jihadistas – lançaram a ofensiva contra Manbij, há muito sob controlo do EI.
Contam com o apoio aéreo da coligação liderada pelos EUA e, em terra, das forças especiais norte-americanas, o que permitiu uma maior eficácia nos bombardeamentos.
Depois de uma rápida progressão inicial, em que tomaram os campos e várias aldeias ao longo do rio Eufrates, as SDF entraram a 23 de Junho no perímetro da cidade, confrontando-se desde então com uma feroz resistência dos jihadistas no combate urbano.
Situada no corredor que liga Raqqa a Alepo (e segue daí até à fronteira com a Turquia), Manbij é um posto estratégico para o abastecimento da cidade do Leste da Síria a que os jihadistas chamam a sua capital.
Conquistá-la ajudará a isolar Raqqa, há quase dois anos debaixo dos bombardeamentos da aviação.
Mais a sul, o Exército da Conquista, aliança que integra grupos islamistas e jihadistas, estará perto de quebrar o cerco imposto no mês passado pelo Exército sírio à metade Leste de Alepo, sob controlo da rebelião, adiantou o Observatório.
Sexta-feira à tarde, após cinco dias de ofensiva, a Frente Fateh al-Sham (o nome adoptado pela Frente al-Nusra após se ter desligado oficialmente da Al-Qaeda) anunciou ter tomado duas academias militares situadas no Sul da cidade, onde estariam guardadas importantes reservas de munições.
Segundo uma agência estatal síria, terão usado carros armadilhados e bombistas-suicidas para derrubar os muros das duas guarnições.
Conquistas que deixam os rebeldes em melhores condições de avançar sobre o vizinho bairro de Ramoussa.
Caso o consigam, estarão em condições de ligar o bairro ao sector rebelde de Sheik Said, mais a oeste, quebrando não só o cerco às zonas que controlam como interrompendo as linhas de abastecimento à metade Oeste da cidade, desde sempre nas mãos do Exército de Bashar al-Assad.
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